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quinta-feira, 16 de março de 2017

Resenha Game: Horizon - Zero Dawn


Eu tomei conhecimento de Horizon - Zero Dawn meio ao acaso.
Acho que foi em janeiro que meu irmão me enviou um vídeo de gameplay do YouTube, e eu achei o jogo muito bonito.
Não me aprofundei muito no game, já que estava ocupado tentando matar os Baker em Resident Evil 7: Biohazard, e foi muito por estar às portas de minhas férias na semana passada que eu resolvi comprar o jogo que prometia uma campanha extensa em um mapa grandão.
E deixe-me confessar que, inicialmente, achei o game meio chato.
A primeira hora e pouco de jogo, com a protagonista Aloy bebê, e depois criança, caindo em uma ruína (na verdade um laboratório de ciências extremamente avançado parcialmente fossilizado), não chegou a me impressionar.
Mas isso muda assim que a ruiva cresce.
A trama de Horizon - Zero Dawn se pasa em uma Terra em um futuro longínquo pós-pós apocalíptico.
A hecatombe que destruiu a humanidade já aconteceu e foi (mais ou menos) superada, a humanidade se organizou em tribos que estão em estágios distintos de domínio de tecnologia.
O que todos esses povos têm em comum é a presença das máquinas, criaturas artificiais hostis que se espalham pela natureza representando perigo constante para todos os seres humanos.
Aloy começa o jogo como uma exilada, párias da tribo Nora proibidos de conviver nos assentamentos do povo, mas não tarda a, tentando descobrir suas origens, passar em testes da tribo, e se tornar uma Valente, e, após um violento ataque aos Nora, uma Emissária, com liberdade absoluta para ir e vir para além das fronteiras das Terras Sagradas de seu povo.
Aloy é uma jovem de grande proeza física e perícia adquiridos ao longo de anos de treino com seu guardião adotivo, Rost, turbinados por um dispositivo chamado "Foco", um aparato tecnológico do mundo antigo que permite a Aloy uma espécie de segunda visão.
Com suas habilidades e o Foco, a menina Nora é uma formidável lutadora, rastreadora e caçadora, mas acima de tudo, uma boa pessoa.
A ruivinha está sempre disposta a estender a mão à pessoas que estejam em necessidade, mesmo a seus inimigos, ela pode mostrar compaixão (dependendo de como o player aborda momentos-chave, onde as decisões da protagonista recaem sobre quem segura o controle).
Mas a aventura de Nora se inicia porque ela deseja saber mais a respeito de si própria, de sua origem, e do mundo onde vive.
É o enigma por trás de tudo isso que impulsiona a personagem e o jogador a explorar esse admirável mundo novo, e a Guerrila Games fez um trabalho espetacular para garantir que o jogador se mantenha interessado a cada passo do caminho.
Começando pelo que entra no páreo como um dos mais belos gráficos de um game em qualquer plataforma, tanto dos personagens quanto das criaturas e os cenários, passando por um lore inspirado, que estimula a exploração do (imenso) mapa do game, e, ponto chave em um game desse tipo, um sistema de combate sensacional.
O jogo oferece a possibilidade de abordar a luta de acordo com a preferência de cada jogador. A liberdade é tamanha que é difícil encontrar dois combates iguais ao jogar Horizon - Zero Dawn.
Isso é uma tremenda bola dentro.
Com inimigos variados apinhando o mapa, fica muito mais interessante cair na porrada com as máquinas e ganhar experiência para continuar descobrindo os segredos de como o mundo chegou onde chegou com o combate dinâmico e livre que Horizon proporciona.
Se o jogador quer atuar em estilo berseker, bater no peito e gritar que é muito macho correndo pra cima dos inimigos de lança em punho, pode, inclusive com alguma chance de sucesso (remota, dependendo do inimigo).
Se quiser entrar numas de Solid Snake e se esgueirar pela grama alta eliminando a manada inimiga monstro por monstro, usando armas elaboradas como lançadores de cordas, armadilhas e bombas de proximidade, manda bala, se preferir ficar à uma distância segura (um termo relativo se levarmos em conta que há criaturas voadoras, que lançam ataques projetados ou as duas coisas simultaneamente) disparando flechas do arco que é a arma primária de Aloy, também pode.
Fica inteiramente a critério do jogador.
Claro, normalmente é um negócio mais interessante apostar na furtividade, haja vista que os inimigos espalhados pelo mundo são máquinas poderosas, em sua maioria hostis, e Aloy é uma mocinha, durona e bem preparada, mas ainda assim...
Por isso o sistema de evolução RPGístico com árvores de talentos independentes que privilegiam facetas distintas da progressão de Aloy são tão úteis.
As árvores de furtividade, combate e saque, se bem administradas, são uma mão na roda pra manter o player saudável durante a exploração.
Por sinal, a exploração é incrivelmente convidativa em Horizon.
Assim que o mapa se torna livre, após o prólogo do game, é quase irresistível sair andando por cada vale e pico do mapa, praticamente todos acessíveis a pé, e muitas vezes revelando cenários belíssimos e acachapantes num mundo tão pujante visualmente, que tornam a viagem rápida um recurso dispensável.
Com tanta qualidade de execução e uma história sólida, impulsionada por um mistério excitante em um universo ricamente povoado de personagens, criaturas e lore empolgantes, nós somos capazes de perdoar algumas missões secundárias manjadas ao estilo encontre A e leve para B, ou a falta de desafio da maioria dos inimigos humanos que Aloy usa como pano de chão.
A qualidade de seu cerne posiciona Horizon confortavelmente entre os melhores games lançados para PS4, e abre possibilidade para o surgimento de uma nova e formidável franquia.
Aloy e seu mundo, mesmo após o desfecho de Horizon: Zero Dawn, ainda têm muita lenha pra queimar e mistérios pra desvelar.
Vale horrores a pena.

"Parece que eu estou sempre onde não devo."

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