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sábado, 28 de novembro de 2020

Resenha Série: O Mandaloriano, Temporada 2, Episódio 5: A Jedi

 


Atenção! Há alguns spoilers do episódio abaixo, então vá assistir e volte depois.
Entra semana, sai semana, e O Mandaloriano segue mostrando que dá pra fazer Star Wars bom, mas bom, MESMO, sem refazer os filmes originais com mais efeitos visuais e menos cérebro, dividir a base de fãs pra satisfazer o próprio ego ou espicaçar o que foi feito antes, em menos de 40 minutos de narrativa de altíssima qualidade, e se isso não é bater com o pau mole na cara de Jar-Jar Abrams, Rian Johnson e Kathleen Kennedy, então eu não sei mais o que é...
Desde o final da primeira temporada O Mandaloriano vinha mergulhando com vontade no universo das séries animadas The Clone Wars e Rebels, as quais eu não acompanhei (assisti alguns episódios de TCW mas quase nada de Rebels, pra ser mais exato), mas de cujas tramas me mantive vagamente informado porque, afinal, elas fazem parte do cânone Star "Warsiano". O sabre sombrio nas mãos de Moff Gideon abriu as portas para Bo-Katan, e Bo-Katan abriu as portas para Ahsoka Tano.
A discípula de Anakin Skywalker que, desiludida com as políticas do Conselho Jedi abandonou a ordem e cuja partida foi um dos tijolos que levaram O Escolhido para o lado sombrio da Força surgiu sendo detestada por público e crítica no longa animado que servia de piloto à série de Dave Filoni e George Lucas, mas ao longo das sete temporadas de The Clone Wars, foi ganhando profundidade e nuances a ponto de, hoje em dia, dividir espaço com Leia, Luke, Han, Obi-Wan, Chewie, Yoda e Darth Vader como uma das favoritas da base de fãs da franquia.
Ahsoka ganha a cara de Rosario Dawson (paulatinamente se tornando o equivalente feminino de Harrison Ford no altar da divindade nerd) que chega a parecer ter sido a inspiração para o visual original da personagem, tamanha sua semelhança com a versão animada da Jedi togruta. Ela está em Corvus, o planeta florestal que abriga a cidade de Calodan, conforme Bo-Katan havia contado a Mando. E ela não está lá a passeio.
Quando Mando e o bebê Yoda (a partir da próxima semana eu vou começar a chamar ele por outro nome, garanto.) chegam ao planeta, eles descobrem que Ahsoka é uma pedra no sapato da magistrada local, Morgan Elsbeth (Diana Lee Inosanto, afilhada de Bruce Lee), que ao lado de seu pistoleiro de confiança, Lang (Michael Biehn, o ator perfeito para interpretar ex-militares durões mastigados pela vida) mais um pequeno exército de soldados e dróides de combate, mantém Calodan sob seu cruel jugo, uma cidade inteira refém para manter Ahsoka afastada. Morgan tem algo que Ahsoka deseja, e Morgan deseja a Jedi morta. Tanto que está disposta a pagar um alto preço pela cabeça de sua inimiga. Um preço que ela oferece a Mando, sem saber que ele também procura por Ahsoka.
Eu não vou entrar em detalhes de nenhuma espécie sobre o que se desenrola após esse preâmbulo que abre A Jedi, mas permita-me dizer que esse episódio, além de um banquete de revelações, é, de longe, o melhor da temporada, e um dos melhores da série como um todo.
Da ambientação Kurosawana de Calodan à forma como o episódio abraça o lado faroeste de Star Wars passando pela maneira como seus quarenta minutos nos lambuzam com a trilogia sequência, a original e o universo expandido que chegou a ser condenado à morte pela Disney e a inspirada interpretação de Dawson, dando carne, osso, seriedade e altivez à Ahsoka, A Jedi é tudo o que Star Wars deve ser, tudo o que Star Wars precisa ser para lembrar seu lugar de direito como a franquia espacial mais amada da galáxia.
Mal posso esperar pela próxima sexta, quando O Mandaloriano irá mostrar de novo que esse é o caminho. 
E tenho dito.

"-Eu gosto de primeiras vezes. Boas ou más, elas são sempre memoráveis."

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