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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Resenha Cinema: Guerra Mundial Z


Todo mundo gosta de zumbis. Zumbis são o último grito. Os cadáveres animados gemebundos que vagam por sobre a terra se alimentando da carne dos vivos tem impacto cultural, filosófico, e claro, de entretenimento, quase infinitos. Quem ainda não tinha sacado todo o potencial dos mortos-vivos deve ter se dado conta de o quanto eles podiam ser interessantes após sucessos como Madrugada dos Mortos, Terra dos Mortos, Todo Mundo Quase Morto, The Walking Dead, e todos os outros exemplares de mortos vivos que, de uma forma ou outra, caíram no gosto do público.
Brad Pitt, que não é bobo nem nada, uniu sua produtora, a Plan B, com a Skydance, Hemisphere Media Capital, a GK Films e Paramount Pictures para tirar do papel o livro Guerra Mundial Z, de Max Brooks (filho de Mel Brooks e especialista em mortos-vivos, que também é autor do ótimo Guia de Sobrevivência a Zumbis), que sua empresa acabara de adquirir.
Pouco depois, Marc Forster, de O Caçador de Pipas, 007 - Quantum of Solace, A Última Ceia e Mais Estranho que a Ficção, foi anunciado como diretor do longa, que teria seu roteiro adaptado por J. Michael Strakzynski.
Após várias revisões de roteiro, que culminaram com a substituição de Strakzynski por Matthew Michael Carnahan, escalou Brad Pitt como protagonista, foi orçado em 125 milhões de dólares, estabeleceu locações e começou as filmagens em julho de 2011.
Peraí... 2011?
Pois é... Guerra Mundial Z, que originalmente seria lançado em dezembro de 2012, teve alguns problemas no caminho, que passaram de coisas triviais como a SWAT da Hungria invadir o set de filmagens e apreender as armas que seriam usadas pra caçar a zumbizada, até o desfecho do longa, que foi totalmente reescrito e refilmado depois de finalizado, o que aumentou seus custos para mais de duzentos milhões de dólares, tornando-o o filme de terror (mais ou menos...) mais caro da história do cinema.
A despeito de todos esses problemas, Guerra Mundial Z funciona.
No longa acompanhamos Gerry Lane (Pitt), ex-investigador da ONU que se aposentou do serviço e agora vive uma rotina pacata com sua esposa, Karin (Mireille Enos), e suas duas filhas, Constance e Rachel (Sterling Jerins e Abigail Hargrove) no subúrbio da Filadélfia.
A rotina tranquila da família Lane, porém, esbarra no surgimento de uma estranha epidemia, que em pouco tempo ganha proporções bíblicas, contaminando bilhões de pessoas. A doença, assumidamente viral, de origem desconhecida, mata rapidamente para em seguida reanimar o cadáver, e continuar propagando a moléstia através de mordidas dos defuntos ambulantes.
Um apocalipse zumbi!
Gerry e sua família conseguem sobreviver à primeira onda de ataques massivos dos infectados e se refugiar até conseguirem resgate do exército, quando são levados a um porta-aviões onde pessoas não infectadas são mantidas em segurança. A presença de Gerry lá, porém, não é nenhuma caridade. Ele foi levado ao navio por conta de seu histórico de sobrevivência em zonas de conflito e investigações bem-sucedidas para as Nações Unidas.
O sub-secretário Thierry Umutoni espera que Gerry leve um proeminente virologista à Coréia do Sul, de onde vem o primeiro relato de ataque zumbi da crise.
Se Gerry se recusar, a segurança de sua família a bordo do navio não poderá ser garantida.
Começa aí, ou melhor, continua daí, a correria de Guerra Mundial Z. Filme de horror e de zumbis com quase zero sangue, que galga na tensão e no perigo iminente das hordas de zumbis corredores o seu apelo.
Brad Pitt segura a onda, o que é bom, já que Guerra Mundial Z é um filme de uma estrela só (Há outros nomes interessantes no elenco, David Morse, James Badge Dale, Pierfrancesco Favino, nenhum com muito espaço, no entanto), garantindo que a audiência se importe com seu personagem, pai de família sacaneado pelo governo, mas cheio de recursos para se virar em meio à crise que o faz dar uma volta ao mundo em busca de uma cura para a praga que se alastra pelo planeta o levando a testemunhar alguns sucessos e fracassos da humanidade em sua luta contra os "zekes", na gíria militar, cada parada com direito à um confronto com os desmortos. A sequência em Israel é tensa pra mais de metro, provavelmente a melhor do filme, e ainda traz à bordo a soldado Segen (Daniella Kertesz, que pode se preparar para receber meu pedido de casamento em breve), que acaba se tornando o apoio militar de Gerry dali em diante.
No fim das contas, pra um filme de terror com medinho de mostrar sangue, que foi tão remendado quanto foi (Matthew Fox, por exemplo, mal e mal aparece no filme devido às revisões do roteiro), até que Guerra Mundial Z não faz feio.
Embora não acrescente absolutamente nada à mitologia zumbi, é um bom exemplar do gênero, (infinitamente) melhor produzido que a média, e que diverte bastante por um par de horas.
A despeito do final refeito, bem menos instigante que o original que recentemente vazou na internet, vale a visita ao cinema.

"Se você pode lutar, lute. Esteja preparado para qualquer coisa. Nossa guerra apenas começou."

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