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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Resenha Game: Call of Duty - Ghosts


Em algum momento teria que acontecer.
Até mesmo o pessoal da Activision, da Treyarch da Infinity Ward e da Raven sabia que isso inevitavelmente aconteceria.
Era líquido e certo que, em algum ponto, eles iriam errar a mão, ou então, acabariam por esgotar uma fórmula chupinhada à tamanha exaustão que simplesmente inventar um par de alegorias novas pro multi player online já não seria um atrativo tão espetaculoso, e um game da série Call of Duty simplesmente não seria tão legal.
Call of Duty - Ghosts, é esse game.
O modo campanha de CoD - Ghosts apresenta uma história totalmente independente dos demais games da franquia, em um futuro próximo, uma força militar conhecida como A Federação emerge da América do Sul levando caos aos quatro cantos do mundo e alterando a balança de poder do planeta.
Essa força destrutiva e perversa eventualmente rompe uma trégua com os EUA e, invade uma estação espacial tomando armamento orbital norte-americano conhecido como ODIN e lançando um ataque cinético contra os EUA.
O resultado da formidável ofensiva lança metade dos Estados Unidos de volta à idade das trevas, acabando com o domínio norte-americano.
Por dez anos as forças armadas dos EUA lutam contra invasões da Federação contando com a ajuda de um grupo de elite fodelão de quem todo mundo se caga de medo, os Ghosts.
Como jogador, tu está no comando de Logan, que junto com seu irmão Hesh, seu pai, Elias e o cachorro Riley, enfrenta as forças da Federação e se junta aos Ghosts para tentar impedir o colapso absoluto dos Estados Unidos.
Eu sei, eu sei, mas apesar de meio excessiva, a premissa não é ruim. Na verdade é até interessante, o roteiro de Stephen Gaghan (De Traffic, Garotas sem Rumo e Syriana - A Indústria do Petróleo) lembra um pouco uma mistura de Tom Clancy com Roland Emmerich (influência que fica óbvia nas absurdas cenas de destruição em massa), e na teoria, apresentaria uma interessante virada no gameplay habitual de CoD, afinal, ao invés de ser um soldado do exército mais bem-aparelhado do mundo, o jogador seria um guerrilheiro criativo e sinistro lutando nas trevas para tocar o horror nos inimigos.
Infelizmente isso não se comprova, o jogador ainda tem acesso às armas mais fodas, aos veículos mais sensacionais, à extrações aéreas de último minuto, e engenhocas de última geração que dão aquela mãozinha esperta quando o cinto aperta e a vergonha afrouxa.
As poucas novidades do single player resumem-se a uma sequência bacana (E curta) de tiroteio em gravidade zero, no espaço, uma ótima sequência que se passa toda embaixo d'água, e, a mais maneira (e mal-aproveitada) de todas, o cão Riley, que pode se arrastar pela grama e massacrar os inimigos ao pegá-los de surpresa e retalhar-lhes a jugular.


Infelizmente são poucas as missões em que o jogador pode controlar Riley, e elas são restritas a pontos específicos do game, que, a despeito da promessa de fodelança e criatividade, permanece sendo basicamente uma sequência de missões onde se seguem ordens.
Pra piorar, a jogabilidade parece ter regredido, lembrando muito mais Modern Warfare 1 do que Modern Warfare 3, os gráficos também não são, nem de longe os melhores da série, levam uma surra de MW3, dando a impressão de que, na ânsia por preparar as versões de PS4 e XONE, a desenvolvedora deu umas barrigadas enquanto acabava os games da geração atual, isso acaba sendo compensado, porém, com a criatividade dos cenários.
A ambientação de cenário destruído e Terra de Ninguém, de CoD - Ghosts é muito maneira. Claro, quem já jogou outros jogos da série já viu mil bases militares ocultas em montanhas nevadas e perdeu as contas de quantas cidades em ruínas já ajudou a destruir mais um pouco, ainda assim, trocar tiros com inimigos no interior de um estádio parcialmente demolido, em um subúrbio californiano sendo sugado por uma cratera ou em águas infestadas de tubarões é um respiro maneiro em termos de ambientação.
Óbvio que o fator diversão está todo lá. É preciso ser um coxinha sem espinha pra não se divertir jogando CoD, por mais que seja uma sucessão de repetições (Tu sabe, siga o líder de um objetivo ao próximo, fazendo o que te mandaram fazer), funcionou por cinco ou seis games e continua funcionando, embora o dèja-vú vá se tornando mais e mais forte a cada jogo.
O multi player tenta oferecer algum respiro com modos novos, nenhum particularmente memorável, embora o Infected seja bacana, com os players evitando se tornarem zumbis, e o Grind, que obriga o jogador a apanhar a identificação do alvo eliminado, o que desencoraja aquele seu amigo calhorda que se enfia num ninho de sniper e fica lá ferrando todo mundo, valham alguma coisa.
O Extinction é um jogo cooperativo onde se enfrenta aliens e é chato pra cacete.
Ah, tiro de minigun no pé.
Na versão nacional do game, é impossível jogar com a dublagem em inglês.
Uma lástima, já que o game original conta com vozes de Stephen Lang e Brandon Routh, e a versão nacional, única disponível no game, é um lixo, com vozes ruins e dublagem mal sincronizada. É demais sonhar com uma atualização que permita jogar o game com as vozes originais?
No fim das contas, Call of Duty - Ghosts é um game que padece da zona de conforto dos desenvolvedores, é mais do mesmo do início ao fim, menos mal que é mais de alguma coisa boa e comprovada, que ainda diverte. Fica de negativo a falha em oferecer aquela sensação de luta de guerrilha que foi prometida, mas enfim, vamos esperar que, na nova geração, Call of Duty tenha colhões pra inovar, por hora, feliz da franquia que, mesmo decepcionando, ainda consegue entregar um game bonito e divertido.

"Quando a areia e a poeira baixaram, apenas um dos inimigos havia sobrevivido. Ele foi encontrado vagando sem rumo no deserto, traumatizado. Ele alertava aos outros sobre uma força tão ameaçadora e imbatível, que apenas podia ser descrita como sobrenatural. Ele os chamava de Fantasmas..."

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