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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Dia do Orgasmo

Pra série de coisas que tem dia e eu nem sabia.
Dia do orgasmo.
Vá lá, que o orgasmo é dessas coisas que merecem uma efeméride, o que me causa estranheza é entender por que o dia do orgasmo é comemorado hoje?
Quem é que liga o dia trinta e um de julho a orgasmos?
Estranho. Provavelmente há alguma explicação lógica pra data, mas eu desconheço qual seja. Como o dia surgiu, de maneira informal, na Inglaterra, país onde 80% das mulheres afirmam jamais terem experimentado um orgasmo, pode-se especular que 31 de julho tenha sido o dia em que alguma britânica frígida e sem bunda chegou lá pela primeira vez... Quem sabe?
Outra particularidade da data é, na verdade, uma dúvida:
Como se felicita alguém pelo dia do orgasmo?
Não é o tipo de data pra qual as empresas façam cartões. Nunca, na fila da livraria Saraiva, remexendo os cartões de melhoras, Natal, aniversário, dia das mães e dia dos namorados me deparei com um que lesse "Neste 31 de julho, espero que você goze até ficar sem ar.", ou um cartão dizendo "31 de julho chegou! Vamos chegar lá, também". Não... Nada do tipo.
Até porque, dia do orgasmo, deve ser tipo dia dos namorados, mas sem o sentimento. Mesmo que a data se popularizasse muito, mas muito, mesmo, eu não creio que veríamos campanhas publicitárias aproveitando o potencial comercial da data.
Dia do orgasmo não é data especial pra loja de departamentos, pra shopping, nem pra livraria. É pra sex shop, motel, e, quem sabe, a Kopenhaggen, que eu já ouvi dizer que chocolate é melhor que sexo mais de uma vez (Embora nunca tenha comido esse chocolate...).
De qualquer forma, ficam aqui meus votos de um feliz Dia do Orgasmo a todos.
E uma modesta listinha com cinco orgasmos memoráveis do cinema. Que é pra quem não for chegar lá, pelo menos se divertir vendo os outros chegarem:

Top 5 - Casa do Capita: Orgasmos no Cinema

5 - Otto e Wanda (Um Peixe Chamado Wanda, Charles Crichton, 1988)


Após seu roubo de milhões de dólares em jóias ter sido bem sucedido, Otto West (Kevin Kline, vencedor do Oscar) seduz Wanda Gershwitz (Jamie Lee Curtis) falando em italiano (?), e a leva para a cama. Ao consumar o ato, ele faz uma careta de prazer hilária, daquelas de doer a barriga de tanto rir.

4 - Nina e Lily (Cisne Negro, Darren Aronofsky, 2010)


Em meio a todo o tenso horror psicológico pelo qual Nina (Natalie Portman) passa para se tornar o verdadeiro Cisne Negro e brilhar no balé, há tempo para ela alucinar numa tórrida fantasia lésbica com sua colega de companhia, e rival Lily (Mila Kunis). Após uma noitada regada a álcool, azaração e ecstasy, as duas gatinhas se trancam no quarto de Nina e botam pra ferver até um clímax de levantar defunto.

3 - Barbarella e a Máquina Excessiva (Barbarella, Roger Vadim, 1968)


O temível doutor Durand-Durand (Milo O'shea), prestes a ter seus planos maléficos frustrados por Barbarella (Jane Fonda, no auge de sua gostosura), a emissária enviada pelo presidente da Terra para capturá-lo, consegue virar o jogo e apanhá-la. Ele a aprisiona, e prende a heroína em sua terrível invenção, a Máquina Excessiva, um aparelho capaz de matar qualquer mulher de prazer...
...Qualquer mulher, exceto Barbarella.

2 - Lynn Honeywell (Porky's - A Casa do Amor e do Riso, Bob Clark, 1982)


Entre todos aqueles adolescentes com hormônios saindo pelas orelhas, destacou-se a senhorita Lynn Honeywell (Kim Cattrall), uma treinadora de líderes de torcida que tinha a alcunha de Lassie.
Por que?
A audiência descobria na sequência em que um dos auxiliares do treinador do time de basquete da escola a levava à lavanderia, onde a senhorita Honeywell, ao chegar ao orgasmo, começava a arfar e uivar feito uma loba possuída pelo diabo.

1 - Sally Albright (Harry & Sally - Feitos Um Para o Outro, Rob Reiner, 1989)


O que é que diz das minhas habilidades como amante o fato de o meu orgasmo preferido no cinema ser assumidamente falso?
Sally Albright (Uma adorável, linda, linda, linda Meg Ryan) e Harry Burns (Billy Cristal) discutem em uma cafeteria. A certa altura ela diz que todas as mulheres já fingiram um orgasmo. Ele faz o tradicional discurso do "comigo, não. Eu notaria". E a isso segue-se o orgasmo simulado extrema e absolutamente falso de Sally, diante dos olhares atônitos dos demais clientes da cafeteria, e da expressão aturdida e constrangida de Harry.

Quadrinhos: Hit-Girl


Com a aproximação do lançamento cinematográfico de Kick-Ass 2, a Panini resolveu se coçar e começar a lançar material para capitalizar sobre o retorno do super-herói looser aos cinemas.
O primeiro passo da Panini é publicar Hit-Girl, mini-série em cinco edições que serviu de prelúdio à Kick-Ass 2, e que é metade da adaptação cinematográfica.
A história, novamente escrita por Mark Millar e desenhada por John Romita Jr. com arte final de Tom Palmer e cores de Dean White e Michael Kelleher, parte de onde terminou a primeira.
Mindy McCready, a Hit-Girl, agora vive com sua mãe e o novo marido dela, o policial Marcus. Enquanto tenta se adequar ao colégio e à uma vida normal, a menina continua as voltas com o Kick-Ass, Dave Lizewski, com quem tenta manter uma parceria no combate ao crime, dando sequência a seu trabalho ao lado do falecido Big Daddy.
Dar sequência ao trabalho, no caso, significa continuar atacando mafiosos, em especial aqueles ligados a Ralphie Genovese, irmão do falecido John Genovese, tio de Christopher, o Red Mist, e novo cabeça do crime organizado de Nova York, comandando a família de dentro da penitenciária.
O problema é que a nova família de Mindy não são o Big Daddy. Sua mãe, à beira de um ataque de nervos e seu padrasto, conhecedor de seu passado de vigilante, começam a fechar o cerco a seu redor, tentando impedi-la de manter sua vida dupla.
Não bastasse tudo isso, sua adaptação à escola não é das mais fáceis graças a Debbie, a perversa líder de um séquito de pré-adolescentes perversas representando o que de pior há em termos de bulliyng no ensino fundamental.
É bacana.
A Hit-Girl é, disparado, a melhor personagem da história original. A menina de doze anos que é a matadora mais ferrada dos quadrinhos, acima de Lobo, Wolverine e Exterminador é um encantador paradoxo, e só foi enriquecida pela interpretação de Chloë Grace-Moretz no filme que adaptou o quadrinho em 2010.
O conflito entre a menina que se preocupa com a família, e a matadora que não pode ser contida garante um pouco de alma à história, mas apenas um pouco.
Como de praxe, Millar mantém o leitor preso as páginas muito mais pelo hype do que propriamente pela qualidade, menos mal que a arte de John Romita Jr. ainda é extremamente competente e ágil, e o trabalho dele apenas é enriquecido por Palmer, White e Kelleher, que dão cor e movimento à orgia sangrenta que se segue nas páginas em que a Hit-Girl aflora.
Reservando algum espaço à evolução de Kick-Ass, tentando sobreviver ao ensino médio e sua carreira de super-herói meio-período, e Red Mist, lutando para superar o choque que fez com que bloqueasse a identidade secreta de Kick-Ass, enquanto luta para se tornar um Batman do mal e se vingar dos assassinos de seu pai, Hit-Girl diverte por uns bons quarenta e cinco minutos, e deixa a gente na expectativa do que vem por aí em Kick-Ass 2.
O gibi, com lobada identificável, capa em papel cartão e verniz localizado, papel couché no miolo é bacana e bonito, e vale os R$21,90.

"-Você acha mesmo que é hora de um banho de sangue?
-Com certeza..."

terça-feira, 30 de julho de 2013

Parabéns, D'alessandro


Hoje, terça-feira, 30 de julho, é aniversário do início da vitoriosa passagem de Andrés Nicolás D'alessandro pelo Internacional de Porto Alegre.
D'alessandro assinou contrato com o Inter em 30 de julho de 2008, vindo do San Lorenzo da Argentina, e se tornou, ao longo desse período, a referência técnica do time, e um dos maiores camisas 10 que já fardaram no Beira-Rio.
Vencedor de quatro campeonatos gaúchos (2009, 2011, 2012 e 2013), da Copa Suruga Bank (2009), Recopa Sul-Americana (2011), Copa Sul-Americana (2008) e Libertadores da América (2010), o homem gre-Nal já disputou mais de duzentos jogos pelo Inter e marcou 49 gols desde sua estréia em 13 de agosto de 2008.
Jogador sanguíneo, de temperamento forte, ás vezes chega a ser irritante em suas explosões, mas não é menos apaixonado em sua devoção ao vermelho.
Aos 32 anos, El Cabezón é capitão do time, cérebro da equipe e, tecnicamente, vive sua melhor fase no Internacional, sendo peça fundamental do colorado de Dunga.
Grande D'ale 10.
Parabéns por esses cinco anos vitoriosos, e que venham outros tantos golaços e títulos.

Outros Tempos


Estavam o Paulo Roberto e sua fiel Coca-Cola e o Everaldo e seu fiel chope sentados na mesma mesa, do mesmo bar, naquele mesmo horário do happy hour de todos os dias. Como em todos os dias o Everaldo fazia desenhos com o fundo do seu copo tulipa, embora eles houvessem chegado fazia pouco e ainda não fosse possível discernir o que ele estava desenhando. Enquanto isso, o Paulo Roberto pedia, pelo amor de Deus, que o Miguel mudasse o canal pra Globo News pois não queria ver o Datena na Bandeirantes.
Enquanto Paulo Roberto olhava o noticiário das seis da Globo News, o Everaldo, com os lábios retorcidos, apontando pra baixo, murmurou:
-São outros tempos, Pê Erre... Outros tempos...
-Verdade. - Concordou Paulo Roberto.
-Tudo mudou nessa porra... - Insistiu o Everaldo.
-Muita coisa mudou, mesmo.... - Concordou Paulo Roberto.
-Tudo, porra. Mudou toda essa merda aí... - Everaldo disse, levantando uma oitava do tom de voz.
-É... - Desconversou Paulo Roberto.
-"É", é o caralho, Pê Erre... Mudou tudo, tô te dizendo...
-Nem tudo...
-O que é que não mudou, porra?
-Pô, sei lá... Uma carrada de coisas continua igual. Não sei por onde começar...
-Tudo mudou, Pê Erre... A porra toda mudou. Do nosso tempo de criança pra hoje, a merda toda mudou...
-Quando tu entra nessas não tem argumento contigo, tem que esperar o fim da dissertação...
-Vai ser condescendente com o cu da faxineira, Pê Erre...
-Nem tudo mudou...
-Então me diz... Não precisa nem contextualizar. Me diz uma coisa que não mudou dos nossos tempos de guri pra hoje e eu calo a boca e admito a derrota.
-Hã... Futebol na calçada. A criançada de hoje ainda joga bola na calçada...
-Rá... Mas mudou, Pê Erre... Mudou a porra toda.
-Como assim, mudou? Os piás ainda jogam bola na calçada que nem a gente jogava quando era guri...
-Não. Tá errado, caralho, puxa pela memória, quando a gente jogava bola na calçada, alguma guria jogava com a gente?
O Paulo Roberto não respondeu, apenas maneou a cabeça em sinal de negativo. O Everaldo continuou:
-E hoje em dia, não tem sempre, ao menos uma guria jogando na imensa maioria das peladas de calçada que tu vê?
Paulo Roberto assentiu com a cabeça.
-É... É verdade. Geralmente tem uma menina, duas jogando junto...
-Tô falando, caralho... Mudou a porra toda. Imagina se no nosso tempo de criança ia ter xoxotinha jogando bola no meio dos guris?
Paulo Roberto quase engasgou com o refrigerante.
-Putz, "xoxotinha", Everaldo?
-Ué? E não são?
-Tá, que seja... Ainda assim, não creio que isso configure uma mudança... As meninas gostam mais de praticar esporte, só isso...
-No nosso tempo as gurias praticavam esporte. Jogavam vôlei... Basquete...
-Porque na nossa época não haviam ídolos femininos no futebol. Hoje o atleta top do futebol brasileiro é a Marta, que ainda é uma gracinha...
-Tu tá louco, porra?
-Que nada... A Marta é um tesão. E só de pensar que ela ainda joga futebol melhor que eu...
-Todo mundo joga bola melhor que tu, Pê Erre...De qualquer forma isso é só mais uma coisa que mudou... A política, por exemplo...
-Ah, não... A política era a mesma roubalheira, a ditadura militar foi provavelmente o regime que mais roubou na nossa História...
-Pode ser, mas os políticos tinham a decência de esconder que roubavam...
-O que não chegava a ser um alento...
-Mas mudou....
-Mudou até por ali...
-Futebol... Futebol se resolvia no campo...
-Ainda se resolve... Mesmo quando roubam. Basta ver o Inter em 2005. Toda a roubalheira dos bastidores podia ter sido implodida se o Márcio Rezende de Freitas não tivesse assaltado o Inter naquele jogo com o Corinthians...
-Nhé... E os super-heróis?
-Que é que tem os super-heróis?
-Hoje em dia até o Homem-Aranha quer dar cu...
Paulo Roberto explodiu em risadas:
-Quê?
-Pois é... O Homem-Aranha quer dar cu. O ator lá que faz o Homem-Aranha, alguma coisa Garfield, sugeriu que o Homem-Aranha fosse putão no segundo filme. Que fizesse par romântico com um negão fortão lá...
-Sério isso?
-Sei lá se é sério, ou não. Ele falou... Pode ter sido arreganho, mas um monte de gente gostou da ideia...
-Caraca...
-Pra tu ver...
-Bom... Nada errado em ser viadão... Digo, gay... Nada errado em ser gay... Mas... Pôxa, é o Homem-Aranha...
-Pois é...
-O personagem nunca foi gay... Não haveria porque mudar agora...
-Porra... O cara tem aquela loirinha bonitinha-
-Gwen...
-...Aquela ruiva gatona-
-Mary Jane...
-...Mas quer dar cu? Ah, fala sério...
-Pois é... Outros tempos...
-Tô dizendo, porra. Outros tempos...

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Resenha Game - The Last Of Us


Não restou muita coisa do mundo que nós conhecíamos, após a infecção. A civilização foi reduzida a algumas cidades aqui e ali, que são pouco mais do que assentamentos e zonas de quarentena mantidas pelo que restou das forças armadas. Áreas urbanas arruinadas regidas por uma estrita lei-marcial onde, apesar da ostensiva presença militar, ainda há espaço para o crime. Joel vive desse tipo de atividade criminosa. É um contrabandista que, pelo preço certo, pode colocar dentro da área de quarentena qualquer coisa ilegal, como armas de fogo, pílulas ou bebidas alcoólicas.
Joel está satisfeito vivendo assim. Em vinte anos de epidemia que dizimaram a humanidade e transformaram o mundo em uma caricatura de si mesmo restaram poucas linhas morais para esse sobrevivente nato cruzar.
Joel perdeu tudo o que um homem podia perder, e agora apenas sobrevive da maneira que for necessária.
Quando o destino, e a milícia para-militar dos Vaga-lumes, colocam a adolescente Ellie nas mãos de Joel, e pedem a ele que a leve para fora da Zona de Quarentena cruzando um caminho repleto de vítimas da infecção transformados em fungos-zumbi, seu primeiro instinto é negar. Mas a insistência de sua parceira Tess o convence a ignorar seus instintos e aceitar a missão, e assim começa a parceria entre o sujeito calejado e a menina que nasceu depois do fim do mundo e sua luta para chegarem juntos ao final da jornada.
Em poucas palavras, essa é a premissa básica de The Last Of Us, mais uma empreitada da Naughty Dog esticando os limites da capacidade gráfica do PS3, e mostrando que não falta potencial ao console que, mesmo em vias de se aposentar, ainda surpreende quando é bem utilizado.
O game, uma mistura eficiente de ação com furtividade e survival horror encanta desde a primeira cut-scene, uma tensa inserção mostrando o início da epidemia que dizimou cerca de sessenta por cento da população da Terra. Todos os personagens são visualmente bonitos, ricamente construídos com cabelos, barbas e expressões faciais caprichados. Isso, somado ao competente trabalho de dublagem (Há a possibilidade de jogar o game com som em português, mas embora a dublagem no nosso idioma seja melhor do que outras versões brasileiras pra games, segue incapaz de rivalizar com a original) e ao roteiro do game, repleto de diálogos inspirados e enriquecedores dos protagonistas, ajuda o player a se conectar aos personagens.
Os cenários, aquele padrão translumbrante de paisagens cheias de luz e sombras, vegetação e prédios ricos em detalhes da Naughty Dog é um espetáculo à parte, especialmente porque são desenhados para ser mais do que apenas enfeite.
Parte essencial de jogar The Last Os Us é experimentar a necessidade. Há poucos recursos, de modo que tu pode esquecer a ideia de passar fogo nas vítimas da infecção cerebral cordyceps como se estivesse jogando Resident Evil. Achar munição é até frequente, mas de duas, três balas por vez... Esqueça caixas de munição com 32 cartuchos, ou um pente de metralhadora reluzindo com 56 balas de grosso calibre. Na maior parte das vezes o jogador terá que suar vasculhando o cenário procurando por trapos, álcool e fita adesiva para fazer curativos, ou então uma tesoura e uns pregos pra fazer um up-grade num bastão de madeira de modo a torná-lo mais letal por algum tempo. E acredite, em várias ocasiões, isso será tudo o que separa Joel e Ellie de se tornarem as mais novas vítimas do cordyceps, um fungo que se espalha através de esporos e transforma as pessoas em veículos de propagação da doença (Um detalhe legal, o cordyceps existe de verdade, e causa mais ou menos esse efeito em diversas colônias de insetos. Que medo, hein?).
As vítimas do cordyceps, divididas entre corredores, perseguidores, clicadores e vermes (Com aparências e habilidades que diferem de acordo com o tempo de exposição à infecção) são agressivas, mas burras. A maior parte deles pode ser evitada com um pouco de paciência, mas os perigos desse mundo pós-apocalíptico não se restringe aos infectados, há os militares, evitando, através do cerceamento do direito de ir e vir, uma expansão ainda maior da doença, e, talvez o maior perigo do game, os demais sobreviventes. Pessoas que não se submetem à tutela das forças armadas e vivem uma existência baseada em contrabando, roubo, assassinato, e coisas ainda piores...
A jogabilidade, irmã de Uncharted, mas sem as proezas acrobáticas, é muito boa, e funciona bem tanto no combate à distância (feito pro jogador se sentir um retardado sem mira), quanto no combate armado (com porretes, facas e tijolos), ou no mano-a-mano. A ação furtiva também funciona, gerando momentos bastante tensos embora, de vez em quando, a inteligência artificial dos inimigos, mesmo os não-infectados, não seja das mais desafiadoras, nada que tire o brilho do jogo, porém.
Galgado no roteiro bem escrito, e contando uma história que bebe de fontes como A Estrada e O Livro de Eli, The Last Of Us é um belo exemplar de jogo linear que prende a atenção, e de como uma produtora competente de verdade sempre pode conseguir tirar um pouco mais de um console semi-aposentado.

"Deixe uma pessoa desesperada o suficiente e ela vai fazer qualquer coisa..."

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Resenha Cinema: Wolverine - Imortal


O que era líquido e certo pra qualquer forma de vida baseada em carbono com dois neurônios funcionais e um mínimo de entendimento de narrativa era que a coisa mais difícil para um segundo filme solo do Wolverine, seria superar a ruindade do primeiro.
X-Men Origens: Wolverine, era um samba do mutante doido que contava a origem do herói canadense desde a sua infância, como um molequinho adoentado que fugia de casa com o meio irmão após a tragédia se abater sobre sua família, passando por participações em várias guerras e conflitos ao longo dos séculos XIX e XX, até sua participação em um grupo militar de mutantes terminar com ele saindo da equipe apenas para ser trazido de volta quando seu meio-irmão, Victor Creed, começava a caçar os seus ex-colegas... Ou algo assim. Francamente, a única coisa que se salvava em X-Men Origens: Wolverine era o carisma de Hugh Jackman, que convenceu o mundo que o Wolverine é um sujeito altão e boa pinta, e a boa interpretação de Liev Schreiber como Creed, o Dentes-de-Sabre. De resto, o filme era tão descartável que a gente esquecia dele antes de sair do shopping.
Desde que começaram a aventar a continuação, a grande pergunta era:
Pra quê?
Afinal, todos sabiam que o Wolverine de verdade, o Wolverine feroz e violento dos quadrinhos, jamais iria aparecer no cinema. Se eventuais vislumbres rápidos dessa faceta do personagem, como a espetacular sequência da invasão da Escola Xavier em X-2, funcionavam perfeitamente nos filmes da equipe mutante, nas aventuras solo, acredito que todo mundo gostaria de um pouco mais de sangue, tripas e gosma, o que, entre Fox, PG-13, e tudo mais, todos sabiam, era uma utopia.
Quando Darren Aronofsky, que miraculosamente fora confirmado na direção, abandonou o projeto, qualquer fagulha de esperança se perdeu. Pro mais interessante que fosse o cartel de James Mangold, seu substituto na cadeira de diretor, todo mundo sabia que não era um diretor com colhões pra peitar a raposa e fazer um filme de macho, mas, como a sequência era inevitável, que ao menos fosse digna.
Filme conferido, e, vá lá... Não é pior que o primeiro.
Wolverine - Imortal, em um início bem promissor, mostra Logan vivendo isolado nas florestas do Canadá anos após os eventos de X-Men 3 - O Confronto Final.
Assombrado por pesadelos recorrentes com Jean Grey, a quem teve que sacrificar após vê-la ser consumida pela entidade-Fênix e tornar-se uma assassina incontrolável, Logan vive seus dias no ermo bebendo e ouvindo um velho rádio, tendo abandonado o caminho da violência.
Rastreado pela jovem Yukio (Rila Fukushima, um crime de tão feia, coitadinha), Logan é convidado para viajar até o Japão, para se despedir de um homem a quem salvou no passado.
Reticente no começo, ele concorda em acompanhar a desconhecida até Tóquio, onde reencontra Yashida (Haruhiko Yamanuchi), que sobreviveu à explosão nuclear de Nagasaki graças à intervenção de Logan, e deseja agradecê-lo, e, também, fazer uma proposta...
Esse breve reencontro coloca o X-Man em um turbilhão de problemas, conforme os membros da família Yashida, como o filho Shingen (Hiroyuki Sanada) e a neta, Mariko (Tao Okamoto), cruzam seu caminho e o empurram para dentro de uma trama que irá forçá-lo a encarar seus próprios demônios.
Como eu disse... Não é pior que o primeiro. Não significa, porém, que seja grande coisa, antes pelo contrário. Wolverine- Imortal, mantém-se firme no caminho de domesticar o Wolverine.
Enquanto nos quadrinhos a história Eu, Wolverine, no qual o filme se baseia (muito, muito, pra lá de) livremente mostrava Logan indo ao Japão, e sendo humilhado e derrotado por ser mais animal do que homem aos olhos do clã Yashida, e sendo orbigado a travar uma violenta luta interior entre a besta que o domina nos momentos de descontrole, e o homem que queria ser para merecer o amor de Mariko, no filme tudo isso some.
O Wolverine de celuloide, um galã nato na pele de Hugh Jackman, de bronco não passa, logo, jamais há conflito entre o homem e sua veia mais bestial. O filme acaba se tornando um D-Tox do amor, onde Logan vai pro Japão tentar esquecer Jean Grey, e consegue porque encontra a gatinha Mariko sendo acossada pela Yakuza... Claro, é um filme do Wolverine, então ainda têm algumas boas cenas de luta (Quase zero de sangue), uns vilões com super-poderes (A Viper Svletana Khodchenkova), e a destruição completa do maneiríssimo Samurai de Prata (nem pergunte...).
Enfim... O filme vale a penas por alguns bons momentos em que Jackman até lembra o Wolverine dos quadrinhos, e pela cena pós-créditos.
De fazer babar de antecipação por X-Men - Dias de Um Futuro Esquecido.

"-Que tipo de monstro é você?
-O Wolverine..."

A Perspectiva Eike


Perdeu vinte reais, na rua.
Seria possível...? Mão em um bolso... No outro... Bolso da calça, esquerdo, direito... Nada. Nos bolsos de trás... Dentro da carteira... Não... Bolso da camisa?
Não... Também não...
Cadê aqueles vinte reais?
Era uma dessas notas novas, que parece dinheiro de Banco Imobiliário... A guria bonitinha da sorveteria que tinha me dado de troco... Ela tinha feito uma careta e dito "Ai, moço, sorvete nesse frio?", e ele sorriu, fazendo cara de galã do cinema mudo e disse "Mas hoje nem tá tão frio...", do meio de suas luvas, cachecol e dois casacos...
Mas e a nota de vinte? Sumira... Perdera... Tinha a triste mania de enfiar cupom fiscal no bolso, e depois jogar fora. Provavelmente fizera isso. Enfiara o cupom fiscal no bolso junto com a nota de vinte, e, na hora de jogar o cupom fora, amassara a nota e a largara numa lata de lixo qualquer junto.
Burro. Burro, burro, burro.
Perdeu vinte reais. Não sabia que dinheiro não dava em árvore? Não sabia que vinte reais eram algumas horas de trabalho diário? Aqueles vinte reais iam fazer falta... Lembrou-se do Eike Batista, que chegara a ter uma fortuna pessoal avaliada em mais de vinte bilhões de dólares, e que agora era dono de "meros" duzentos milhões... E deu risada.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Pena...


Ele, sentado de maneira meio jogada, pernas esticadas pra frente dentro das justas calças pretas, as botas, também pretas, apontando para o teto do ambiente de luzes piscantes e música alta, e a camisa de seda vermelho-escura sob o blazer preto movimentando-se à cada respiração sua...
Ela, ao seu lado, sentada de maneira contida, quase com recato, pernas bem juntas uma mão pousada sobre os dois joelhos, a outra sobre o couro sintético vermelho brilhante do pufe que dividiam. Os cabelos loiros bem alinhados, olhava pra ele, admirada. Os olhos dele pareciam pintados, tão grandes eram seus cílios, e sua sobrancelha, via-se que era natural, mas era tão bem desenhada que parecia ter sido cuidadosamente moldada com pinça ou cera... E seu nome... Tão misterioso... Tão extravagante... Exótico... Afe...
Ela ia chamá-lo pelo nome. Chegou a começar.
-Ai, Vi-
Mas ele a interrompeu. Falou:
-Teus olhos são muito lindos...
Ela sorriu, sentindo-se ruborizar levemente. Ele continuou:
-Na verdade, teu rosto todo é muito bonito... Mas teus olhos sobressaem. Não é um tom de azul muito comum. Na verdade, é um azul-esverdeado... Meio mediterrâneo... Realmente... Ele destaca o conjunto... São olhos lindos demais.
Ela sentiu-se ruborizar com mais intensidade... O calor subir-lhe pelo colo e corar-lhe as bochechas como fogo. No mesmo instante, ele fez um movimento rápido, esgueirando-se como uma serpente prestes a dar o bote, e tomou-lhe a mão com delicadeza e decisão, e ela teve a sensação de que suas bochechas iriam explodir em chamas, mas mais ainda conforme ele se aproximava dela, com seus lábios bem rosados e tomando fôlego como se fosse precisar de muito ar para o que viria em seguida.
Ela tinha até erguido vagamente o queixo, e chegava a fechar de leve os olhos esperando pelo contato dos lábios dele nos seus, mas ele aproximou-se do ouvido dela e apenas concluiu:
-...Pena que tu é tão gorda.
Levantou e foi embora, deixando-a entre aturdida e arrasada sob a cacofonia de sons indiscerníveis e sombras dançantes da boate.

Viktor de SanMartin, o pulha, atacara novamente.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Paciência


Vinham andando pela rua. Ela, encasacada até a medula, dois blusões, jaqueta, casaco, cachecol, luvas, gorro, confessou, ainda, que sob as calças jeans usava uma meia-calça de náilon e outra de lã, e tinha dois pares de meias nos pés sob as botas Quéchua forradas com pele. Ele estava hiper agasalhado para seu próprio padrão. Camiseta de mangas curtas, agasalho de moletom e casaco. Usava, também um cachecol e um par de luvas.
Ela praguejava:
-Que horror... Que horror, que horror, que horror... Esse frio tá demais... Tá machucando meu rosto...
Ele riu:
-O Ned Stark vinha avisando que o Inverno estava pra chegar, mas ninguém ouve ele nessa porra...
-Que coisa horrível... Não deve ser tão frio assim nem pra lá da Muralha...
-Larga mão de ser fresca, alemoa... Tu morou na Argentina, viajou pra Uruguai, chile, nesses lugares todos até nevar, neva.
-Mas é diferente... O frio não se entranha no teu corpo... Parece que eu tô congelando de dentro pra fora...
Ele riu de novo.
-É a umidade. A umidade, e esse vento dão essa sensação de desconforto térmico. A temperatura nem tá tão baixa... - Olhou o termômetro de rua, perto do DAER. -Ó... Sete graus. É frio, mas não é esse horror todo, também...
-É um horror, sim... É horrível...
-Faz o seguinte, Didi... Quando o frio começar a te incomodar, quando tu começar a pensar que tá gelado demais, lembra de fevereiro. Pensa nos 45 graus à sombra numa terça-feira de tarde no Centro de Porto Alegre... Toda a vez que eu penso nisso o frio fica gostoso. Até esse de hoje, que tá fazendo doer as minhas mãos...
Ela enlaçou o braço dele, apertando-se ao seu encontro:
-Dá um pouco de calor humano, Ned... Putz. Tá muito frio, credo, credo, credo...
Ele esfregou o braço dela com a mão enluvada e deu-lhe um beijo na testa. Ela olhou pra ele erguendo as sobrancelhas:
-Tu é um bicho muito tranquilo, cara...
-Sou? - Ele perguntou.
-Muito... Nossa. Queria ter metade da tua paciência...
-Eu não sou tão paciente assim...
-Não... Mas é que... Sei lá... Tu não reclama... Tu não choraminga...
-Eu choramingo um pouco, vá...
-Muito pouco. Ás vezes eu tô me queixando, que nem agora, e aí tu vem, me dá uma letrinha dessas e eu fico até com vergonha de ser tão resmungona...
-Não é minha intenção te dar letrinha e nem te fazer sentir resmungona...
-Eu sei... Mas eu sou... Eu sou inquieta, impaciente, e quando as coisas me incomodam e não tem como dar jeito eu reclamo. Por isso eu queria ser mais tranquila. Mais paciente, que nem tu. Como tu ficou tão paciente? Teu pai e tua mãe não são assim...
-Ah... Olha o meu tamanho... Imagina se eu fosse ficar dando achaque o tempo inteiro que coisa mais feia? Um barbado do meu tamanho, mais de cem quilos, reclamando da vida...
Ela revirou os olhos e balançou a cabeça numa careta.
-Nhé, nhé, nhé. "Ai, como eu sou grande, ai como eu sou forte"...
Ele riu de novo. Continuou:
-Mas não é verdade? É diferente uma moça ter chilique. É um lance feminino. Totalmente aceitável. Resmungar um pouco, dar um pitizinho de vez em quando... Pra homem não fica bem. E não quer dizer que as coisas não me incomodem, mas eu não preciso verbalizar. Na verdade, quando eu verbalizo, geralmente me incomodam mais, então prefiro ficar na minha...
-Porque desabafar também é coisa de mulherzinha?
-Sim...
-Seu machista.
Os dois riram. Ela tomou fôlego conforme chegavam perto do shopping. Passou a mão no braço dele:
-Tu parece bem...
-Eu tô. Tirando esse resfriado...
-Tu tá sempre resfriado...
Ele sorriu.
-Já me disseram isso...
Chegaram em frente ao shopping. Ele perguntou:
-Não quer ir comigo? Eu tenho que pagar duas continhas e depois vou jantar.
-Não... Obrigado mas não posso. Tenho que ir pra casa. Tô com dor de cabeça, garganta doendo... tenho que tomar um banho e me enfiar debaixo das cobertas.
-Até quando tu vai trabalhar até tarde?
-Meu chefe volta dia trinta.
-Entendi... Tá bom, então. Vai pra debaixo das cobertas, Ned...
Ele a abraçou, deu-lhe um beijo estalado na bochecha. Disse:
-Beijo, Alemoa... Qualquer coisa, me liga.
Ela o encarou com um olho fechado...
-Tu parece bem...
Ele riu.
-Eu tô bem.
Acenou pra ela e seguiu seu rumo. Andou um pouco, olhou pro lado, e pensou:
"Podia estar melhor... Mas tudo bem... Eu sou paciente..."

Casa do Capita - Filme Imaginário: Caverna do Dragão

Na saudosa revista SET, existiu, durante algum tempo, uma seção cujo nome me falha, mas onde se montavam elencos para filmes que poderiam, ou deveriam existir.
Todo mundo já brincou disso, todo mundo já achou que poderia ser um super-hiper produtor de Hollywood e montar o dream team pra tirar do papel um blockbuster cujo potencial a indústria do cinema ainda não teve competência pra ver.
No final de semana, assistindo à animação Caverna do Dragão com alguns amigos no canal Gloob (e pensando porque é mesmo que nós gostávamos tanto de um desenho que, na maior parte do tempo, era tão tosco), entrei nessa brincadeira, e junto com a galera, montamos vários filmes imaginários.
Aqui está, então, a minha ideia pra uma adaptação do desenho Caverna do Dragão ao cinema, e se alguém de algum grande estúdio gostar, eu libero a ideia, mas quero um crédito de produtor.

Eu nomeei diretor de Caverna do Dragão o inglês Mike Newell, de Harry Poter e o Cálice de Fogo, Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo, e Quatro Casamentos e um Funeral, que manja de aventura e tá precisando de um up na carreira depois que seu Príncipe Dastan não convenceu.
Meu Caverna do Dragão seria, claro, uma trilogia, que começaria mostrando o grupo sendo sugado pela passagem interdimensional e levado até o reino dos calabouços e dragões, onde seriam apresentados ao Mestre dos Magos, que os salvaria do ataque do demônio das sombras, que serve de espião ao Destruidor, e lhes daria suas armas mágicas explicando-lhes sua situação, e iniciando a aventura dos jovens tentando voltar pra casa.
Agora a parte mais divertida da coisa. Escalar o elenco.

Hank


O rapaz loiro com cara de bom moço que lidera o grupo tem que ser um desses sujeitos que as mães adorariam ter como genros.
Meu escolhido foi o Brian O'Conner de Velozes e Furiosos, Paul Walker. Embora não seja lá um dos atores mais talentosos ele tem o visual certo e já mostrou que se esforça pra convencer.


Eric


O mala sem alça, egoísta, riquinho e cheio de manias que o resto do grupo tem que suportar ficaria muito bacana vivido por Jim Parsons, o Sheldon de The Big Bang Theory, que semanalmente dá demonstrações cabais de como pode ser irritante e engraçado na mesma toada.


Sheila


A gatinha ruiva que ganhou um manto da invisibilidade do Mestre dos Magos e tem o irmão mais xarope do mundo poderia ser interpretada por Jane Levy, que recentemente deu as caras no remake de A Morte do Demônio.


Diana


A acrobata de atitude proativa que pulava de um lado pro outro usando um sumário biquíni de peles só pode ser vivida por uma atriz que tenha a atitude certa, e quem tem a atitude mais certa que a Neytiri Uhura Colombiana Zoë Saldaña?


Presto


Pro papel do mago desajeitado de cujo chapéu jamais sai o que se espera sempre existiu apenas um ator. O Scott Pilgrim em pessoa, Michael Cera. Cera nasceu pro papel. Ele tem a cara de nerd e o jeitão tímido e retraído necessários para envergar o manto verde de Presto.


Bobby


Pra interpretar o insuportável fedelho birrento Bobby com seu tacape sísmico me veio à mente Samuel Joslin. O filho de Ewan McGregor e Naomi Watts em O Impossível poderia usar o chapéu com chifres e chamar a "Uniiiiiii!" a cada dez minutos sem grandes problemas.


Mestre dos Magos


Para interpretar o Mestre dos Magos, o guia fanfarrão que está sempre empurrando os pobres aventureiros de uma roubada pra outra se comunicando através de enigmas, o meu escolhido foi Toby Jones. O talentoso ator inglês de tom de voz baixo e contido tiraria de letra o personagem.


Vingador


O grande vilão da história, o Vingador de um chifre só, ansioso por colocar suas garras nas armas mágicas dos heróis e destruir o dragão Tiamat para, então, dominar o mundo, ficaria muito maneiro se fosse vivido por Benedict Cumberbatch. O talentoso britânico de Além da Escuridão - Star Trek, e O Hobbit tem aquela estrutura de rosto esquisita, o vozeirão, é alto e magro, e envergaria com justiça o manto negro e escarlate do vilão.


Tiamat


Claro, todo mundo sabe que o demônio das sombras, a Uni e Tiamat seriam CGI pura, mas pra dar voz à deusa dragão que faz o Vingador piar fino, ninguém melhor que Cate Blanchett. A australiana tem um tom de voz grave e um timbre marcante, que com uma distorçãozinha eletrônica aqui e ali, tornaria Tiamat finalmente uma fêmea, e lhe daria toneladas de personalidade.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Rapidinhas do Capita


Final de semana movimentado na Comic-Con...
No painel de O Espetacular Homem-Aranha 2, enquanto Dane de Haan (Harry Osborn), Jamie Foxx (Electro) e o diretor Marc Webb davam entrevistas o cabeça de teia em pessoa chegou à convenção.
Explica-se:
Andrew Garfield, intérprete do herói no filme, compareceu ao evento paramentado no uniforme do herói, e participou da entrevista respondendo às perguntas que lhe eram feitas como se fosse o Homem-Aranha.
Num dos momentos mais hilários do painel, Marc Webb perguntou "Andrew, o que você prefere, escalar paredes ou se balançar em teias?", e o Homem-Aranha respondeu "Quem é Andrew?". Ao ser explicado que Andrew Garfield era o ator que o vivia no cinema respondeu "Sério? Achei que quem interpretava o Homem-Aranha no cinema era Eduardo Saverin.", referindo-se à sua premiada interpretação em A Rede Social.
Depois de participar da Comic-Con que antecedeu o lançamento do primeiro O Espetacular Homem-Aranha vestindo um uniforme de baixo orçamento do personagem, e declarando seu amor pelo cabeça de teia, Garfield deu outra amostra de comprometimento para com o Homem-Aranha e de seu talento como ator. Que o segundo filme seja ainda melhor que o primeiro... Por sinal, quando é que liberam o trailer-teaser na internet, mesmo...?


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Tom Hiddleston seguiu o exemplo de Andrew Garfield e invadiu o painel de Thor - O Mundo Sombrio interpretando Loki.
Após ofender os produtores que falavam sobre o filme, e prometer alegres novidades à platéia, apresentou o novo trailer do filme, que também deve ser disponibilizado on-line em breve.


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E Nada de Thanos em Os Vingadores 2. Joss Whedon compareceu à convenção para dizer que Avengers - Age of Ultron, será a sequência do mega sucesso de 2012.
Como o nome já diz, Age of Ultron terá como vilão a inteligência artificial casca-grossa que, nos quadrinhos, foi criada por Hank Pym, o Homem-Formiga, e tem uma couraça de adamantium.
Como Hank Pym ainda não deu as caras no universo Marvel e o adamantium pertence à Fox, podemos esperar uma série de mudanças com relação ao vilão (que no teaser mostrado no final de semana era vermelho e dourado, estilo Homem de Ferro).
Whedon também informou que, á despeito do título, Age of Ultron nada tem a ver com a controversa saga de mesmo nome recentemente publicada nos quadrinhos da Marvel, sendo uma história original.
Thanos só em Os Vingadores 3, e em Crossover com Os Guardiões da Galáxia... E quem sabe com Homem-Aranha e Wolverine a bordo, já que Andrew Garfield (Aranha), Hugh Jackman (Wolverine) e Chris Hemsworth (o Thor) já disseram, abertamente, que querem que aconteça...


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E talvez o grande choque da convenção até aqui. O Homem de Aço 2, já confirmado para 2015, na verdade será Superman x Batman...
Pois é...
Aparentemente a Warner, desesperada com a quantidade absurda de dinheiro rolando no Universo Cinemático Marvel, resolveu colocar a carroça na frente dos bois e adiantar seu A Liga da Justiça.
O encontro de dois dos maiores pesos-pesados da DC está muito longe de ser o que, tanto Superman quanto Batman, precisavam nesse momento.
O Homem de Aço deu um excelente primeiro passo na construção de um novo mito do Superman no cinema, um segundo filme poderia desenvolvê-lo e aprofundá-lo mostrando o Superman aprendendo a lidar com seus super-poderes e assumindo seu papel como maior herói da Terra...
Batman então, nem se fala. A menos que Christian Bale retorne e Christopher Nolan tenha um papel muito significativo no filme, o morcego precisa, urgentemente estabelecer uma nova franquia, um novo ator e um clima que se enquadre com o que foi mostrado em O Homem de Aço antes de simplesmente mostrar a capa reta e as orelhas pontudas no cinema.
Espero estar redondamente enganado, mas Superman x Batman me parece um violento tiro no pé...

sábado, 20 de julho de 2013

"Listras Brancas"


-E aí? Se viram?
-Sim...
-E foi legal?
-Sempre é...
-Como tu é sem graça...
-Concordo... Mas ela não é. Ela é o máximo...
-E aí? O que vocês fizeram?
-Nada... Conversamos... Conversamos pra caramba...
-Só?
-"Só"... Não tem nada de "só". Conversar com ela me completa...
-Que bonitinho... Então porque essa cara de cu?
-Não... Não sei... Acho que é... É aquele momento em que a vida se torna Whyte Stripes...
-Como assim "whyte stripes"? Listras brancas?
-A banda, sabe? ...Bom, não é bem banda... É mais uma dupla... Um "duo" como boiolas chamariam...
-Ah, sim... Sei qual é...
-Então... É igual...
-Kate Moss de lingerie?
-Ah,ah, ah, ah, ah, ah... Não... Perspectiva interessante, mas não...
-Então...?
-Eu não sei o que fazer comigo mesmo...

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Top 10 - Casa do Capita - Quadrinhos: Histórias do Superman

Pois é, rapaz... Eu sou do tempo em que o Superman se chamava Super-Homem, passava o desenho dos Superamigos na TV, e o Super-Homem dizia "Para o Alto, e avante", e "Isso é um trabalho para o Super-Homem".
Eu cresci com toalhas amarradas no pescoço saltando de cima de mesas e brincando com bonecos da saudosa coleção Superpowers, cheia de heróis e vilões da DC que a gente espremia as pernas e eles esmurravam com os braços...
Enfim, se hoje meu herói preferido é o Homem-Aranha, durante os anos da minha infância, o Superman reinou soberano nas minhas preferências.
Ao vê-lo revigorado por O Homem de Aço, e tendo me exposto a uma overdose do último filho de Krypton nas semanas que antecederam a pré-estreia do filme, senti-me na obrigação de continuar esse super-mês com mais um infame top-10 Casa do Capita, dedicado a alguns dos melhores e mais importantes momentos do homem de aço no seu habitat natural: Os quadrinhos.
à lista:

10 - A Morte & Retorno do Superman
(Vários, 1993)


A Morte do Superman, a bem da verdade, era uma história bem ruinzinha.
O monstro Apocalypse surgia do nada e começava a matar indiscriminadamente até ser atraído por um comercial de campeonato de luta livre (pois é...) e tomar o rumo de Metrópolis. Durante o trajeto limpava o chão com a Liga da Justiça, e finalmente era interpelado pelo Superman, com quem se engalfinhava em um combate visceral que terminava com a morte dos dois combatentes.
À trágica história da morte do herói, seguiu-se a mini-série Funeral Para Um Amigo, mostrando como o destino final do homem de aço havia refletido sobre o mundo da DC comics. E depois, O Retorno do Superman, onde após um mistério envolvendo quatro supercandidatos a Superman redivivo (Homem de Aço, Visor, Superboy e SuperCiborgue), descobria-se que o Superman verdadeiro não havia realmente morrido, mas apenas exaurido sua carga de energia solar, e apagado, mais ou menos como um celular sem bateria.
O herói, então voltava do túmulo com um penteado mullet, para recuperar seu lugar de direito no panteão dos super-heróis.
Se alguma coisa se salva n'A Morte e Retorno do Superman é a grande sacada que a saga foi pra DC comics, que vinha amargando maus resultados financeiros com o herói (na verdade com toda a sua linha...), e conseguiu transformar a sua morte em um evento dentro e fora dos quadrinhos (Até o Jornal Nacional divulgou a Morte do Superman, e o Fantástico, e o Jornal da Globo...) Golpe de mestre da editora.
Além disso, com os arranjos funerários e o mistério dos quatro Supermen, a história deixava claro o peso do herói para o universo DC e os quadrinhos em geral, numa época em que os personagens casca-grossa da IMAGE se preparavam pra tomar conta do mundo...

9 - Olho por Olho
(Joe Kelly, Doug Mahnke, Lee Barmejo, Tom Nguyen, 2001)


E falando em personagens casca-grossa e na IMAGE... Em Olho por Olho o Homem de Aço esbarra com um super grupo chamado A Elite, um time de vigilantes super-poderosos casca-grossa (e com membros bastante parecidos com personagens de quadrinhos de Authority, Wild C.A.T.S. e Transmetropolitan), que ao melhor estilo desses heróis anos 90/00 resolvem suas crises de maneira definitiva mandando seus inimigos pra cova.
Dividindo a opinião pública, que em parte aceita e até apóia seus métodos extremos, a Elite começa a perturbar o Superman, que os interpela exigindo que abandonem o combate ao mal.
Incomodados, os vigilantes liderados por Manchester Black (Um impagável líder blasé meio Spider Jerusalem, meio Jenny Sparks) chamam o último filho de Krypton para um duelo que, baseado no nível de poder da Elite, e no seu modus operandi, pode terminar em (mais uma) morte pro Superman.
Olho por Olho (uma tradução pobre e preguiçosa para o original "What's so funny about truth, justice and the american way?", O que há de tão engraçado em verdade, justiça e o modo americano?, o lema do Superman na era de prata.) retrata o papel do homem de aço num mundo dominado por um senso torto de moralidade, onde matar indiscriminadamente é passível de aplauso, e onde agir certo nos torna caretas, além de mostrar que, mesmo a paciência do maior escoteiro dos quadrinhos, tem seus limites.

8 - A Saga da Supergirl
(John Byrne, 1988)


Em um universo paralelo gerado pelo Senhor do Tempo chamado Universo Compacto, o bondoso cientista Lex Luthor inadvertidamente libertou três criminosos kryptonianos da Zona Fantasma.
Zaora Hu-Ul, Quex-Ul, e o general Zod, três genocidas espaciais, surgem na Terra compacta com os mesmos poderes do Superman, e imediatamente começam uma onda de chacina e caos.
Em desespero, o Lex Luthor compacto cria uma Supergirl a partir de uma substância chamada protomatéria e a envia à nossa dimensão para tentar encontrar o Superman e impedir a extinção da vida em seu planeta.
O Homem de Aço e a Supergirl viajam à dimensão compacta, e lá o Superman confronta os três vilões, que já causaram cinco bilhões de mortes ao destruir a atmosfera do planeta.
Com muito esforço, o Superman consegue remover os poderes dos criminosos com Kryptonita Dourada, mas, ao ser confrontado por seus inimigos, que juram que irão recuperar seus poderes e encontrar uma forma de viajar à sua dimensão, o Superman resolve matá-los por exposição à kryptonita verde.
Era a despedida de John Byrne dos títulos do Superman.
O escritor, responsável pela reformulação pós-crise do último filho de Krypton, resolveu mostrar de onde vinha a resistência pétrea do Superman em tirar vidas ao torná-lo um assassino relutante. Para muitos, uma tremenda pisada na bola de Byrne, essa história mostrava um importante aspecto da construção do mito do Superman, ao justificar a sua piedade praticamente infinita com uma experiência traumática em que se viu no papel de juiz, júri e carrasco.

7 - O Legado das Estrelas
(Mark Waid, Leinil Francis Yu, 2003)


Mark Waid, de O Reino do Amanhã (chegaremos lá), juntou-se ao artista Leinil Francis Yu em 2003 para conceber mais uma origem do Superman, substituindo aquela imaginada por John Byrne em 1986 (chegaremos lá, também).
Na versão de Waid o Superman é um jovem repórter freelancer que viaja pelo mundo conhecendo seus povos, suas culturas e suas mazelas, sem nenhuma ideia concreta de sua herança kryptoniana, exceto arquivos ininteligíveis encontrados no foguete que o trouxe à Terra.
Criando a persona desastrada de Clark Kent, Superman viaja a cidade de Metrópolis decidido a se tornar uma força para o bem do mundo, e enquanto encontra seu espaço entre os homens, tem de lidar com uma ameaça familiar, seu amigo dos tempos de adolescência em Smallville: Lex Luthor.
Mesmo com o que, pra mim, é uma tremenda pisada na bola, a retomada da relação pré-Metrópolis de Luthor e Clark (Luthor, um supra gênio não é capaz de reconhecer seu amigo de infância Clark Kent em Superman?), O Legado das Estrelas acrescenta à origem do Superman um elemento humano bastante interessante ao mostrar a formação do caráter de Clark como um cidadão do mundo antes de um messias alienígena.
Mesmo se a ação da história e o elemento de formação não fossem interessantes, apenas a sequência em que Lara e Jor-El, veem Kal-El crescido e poderoso na Terra, através de uma fenda temporal instantes antes da destruição de Krypton já valeria a leitura.

6 - O Homem de Aço
(John Byrne, 1986)


Crise nas Infinitas Terras tinha feito mais do que apenas ajeitar a bagunçada cronologia da DC Comics. Tinha dado carta branca à editora para que reformulasse, do zero, seus principais super-heróis.
Batman teria a espetacular Ano Um, por Frank Miller e David Mazzuchelli, a Mulher-Maravilha se tornaria uma autêntica amazona grega pelas mãos de George Pérez, e o Superman renasceria pelas mãos de John Byrne na mini-série O Homem de Aço.
O escritor de origem britânica mudou totalmente a versão pré-crise do herói, com poderes comparáveis aos de um deus, e absolutamente indestrutível.
O Superman de Byrne era um homem de criação comum, com poderes incríveis, que tinha medo das reações do mundo ao que era capaz de fazer, e que apesar de saber que devia usar seus dons para o bem, não sabia exatamente como fazê-lo.
Ele era infinitamente mais humano e falho do que sua encarnação prévia, capaz de pequenos desvios de caráter, como usar seus poderes para jogar futebol americano, ou conseguir o emprego no Planeta Diário ao apresentar uma entrevista consigo mesmo, mas já era o maior herói da Terra, mesmo que ainda estivesse procurando seu lugar no mundo.
Byrne tornou Lois Lane uma intrépida repórter, independente e bem sucedida, muito diferente da dama em apuros original, transformou Krypton em um mundo frio e amoral, e ainda fez a versão mais bacana de Lex Luthor, como um empresário brilhante e inescrupuloso, cheio de recursos e que morria de inveja de Superman.
No final das contas, à despeito de escorregadas como a ausência da Fortaleza da Solidão, Byrne edificou o que talvez tenha sido uma das interpretações mais espertas do Superman, ao torná-lo uma parábola ao imigrante que chega aos EUA e encontra o sucesso, e mostrar que sob a capa, existia um sujeito com esperanças e medos, que mesmo Super, era um homem de verdade.

5 - O Reino do Amanhã
(Mark Waid, Alex Ross, 1996)


O mundo mudou.
Os heróis tradicionais da Liga da Justiça abdicaram de seus afazeres após a aposentadoria de Superman, que afastou-se da humanidade depois de o vigilante super-poderoso Magog assassinar o Coringa e ser absolvido por demanda popular.
Enquanto um número cada vez maior de meta humanos super poderosos irresponsáveis e despreparados toma as ruas das cidades da Terra, Lex Luthor e a Frente de Libertação Humana planejam um golpe para retomar o poder.
Nesse cenário preparado para a catástrofe, um envelhecido Superman é retirado de sua aposentadoria para mostrar à humanidade que ainda existem heróis de verdade.
O Reino do Amanhã tinha, além de uma grande história do selo Túnel do Tempo, uma sacada brilhante a respeito de como o Superman se via no mundo:
A história de Waid e Ross mostrava um Superman que era, em certa medida, vaidoso. E que desgostoso por ter falhado em influenciar a humanidade como seu maior campeão e norte moral, afastava-se dela, voltando à ativa apenas após a Mulher Maravilha o coagir a fazê-lo.
O roteiro emocionante de Waid, a arte espetaculosa de Ross e o glorioso quebra pau final garantem a diversão, que só aumenta na versão que termina com a Mulher Maravilha, Batman e Superman se encontrando para jantar em um restaurante temático.

4 - Para o Homem que Tem Tudo
(Alan Moore, Dave Gibbons, 1985)


Vinte e nove de fevereiro. Batman, Mulher-Maravilha e Robin (Jason Todd) vão à Fortaleza da Solidão para comemorar o aniversário de Superman levando seus presentes. Ao chegarem ao refúgio do homem de aço, o encontram em estado vegetativo, com uma imensa planta alienígena presa ao peito.
Enquanto se perguntam como aquilo pode ter ocorrido, são interpelados pelo conquistador espacial Mongul, que revela que a planta, chamada Clemência Negra, é um simbionte alienígena, que se alimentará da bioaura do Superman enquanto o coloca em um estado comatoso onde ele desfrutará de uma ilusão extremamente vívida de seu mais profundo desejo.
Essa ilusão, no caso, mostrava Kal-El, casado, pai de dois filhos, trabalhando no departamento de geologia de Krypton, um planeta que jamais explodira.
Conforme se aprofunda no devaneio, porém, Superman vai, aos poucos, percebendo que não é real, e começa a questionar o que está havendo. O quadro em que ele pede desculpas a seu filho, Van-El, por acreditar que ele não é real, é tocante, e quando Batman remove o parasita alienígena do peito de Superman, e ele emerge de sua ilusão como um deus enfurecido avançando contra Mongul, é épico.
O grande diferencial de Para o Homem que Tem Tudo, porém, é a forma que Alan Moore encontrou para retratar o peso que ser o farol de moralidade da Terra deposita sobre os ombros de Superman.
Seu maior desejo era viver em Krypton, onde ele não teria os super poderes que, na Terra, o forçam a atuar como um messias. Ele viveria uma vida simples, cheia de percalços, mas mundana, onde poderia ser apenas um homem cuidando de sua família e praticando um ofício sem ter que lutar a cada dia para defender a humanidade.
Clássico absoluto.

3 - O Que Aconteceu ao Homem do Amanhã?
(Alan Moore, Curt Swann, George Pérez e Kurt Schaffenberger, 1986)


Crise nas Infinitas Terras apagaria toda a cronologia da DC. A continuidade vigente dos anos 60 até 1986 seria interrompida e retomada do zero.
Uma das formas de homenagear essas décadas de histórias que seriam apagadas, foi, para o editor Julius Schwartz, produzir o que seria a última história do Superman.
Alan Moore, já um gênio e grande admirador do personagem, teria se oferecido para realizar o trabalho (E ameaçado Schwartz com assassinato se não fosse o escolhido para o projeto).
Com Moore, o desenhista Curt Swann e os arte-finalistas George Péres e Kurt Schaffenberger a bordo, surgiu essa pérola reluzente das histórias em quadrinhos.
O Que Aconteceu ao Homem do Amanhã mostra Lois Lane sendo entrevistada por um jovem repórter do planeta fazendo uma matéria comemorativa sobre os dez anos do afastamento do Superman.
Lois, agora casada com um sujeito chamado Jordan Elliot, conta, então, como foi que os maiores inimigos do Superman começaram a atacá-lo com uma violência sem precedentes, matando inúmeras pessoas, expondo sua identidade secreta, e fechando um cerco brutal à sua Fortaleza da Solidão que culminou com a morte de Jimmy Olsen, Lana Lang, Krypto, Lex Luthor, Brainiac, o Homem Kryptonita e do grande artífice de todo o plano, Sr. Mxyzptlk, assassinado pelo Superman, que arrasado pela morte do vilão, expõe-se à kryptonita dourada, abdica de seus poderes, e sai sem rumo pelo ártico para encontrar seu fim.
Ou, ao menos é isso que parece...
Nessa história Alan Moore deu mostras de porque é Gênio com "G" maiúsculo.
Ora tocante, ora tensa, ora "apenas" divertida, O Adeus (título de 2003) era uma pungente declaração de amor incondicional de Moore à era de prata dos quadrinhos, e um desfile de seu conhecimento quase enciclopédico da mitologia do Superman e de sua capacidade de assombrar contando uma história que fechava com uma chave de ouro tão pesada quanto aquela da Fortaleza da Solidão, a cronologia até então estabelecida do personagem.
Obrigatória.

2 - Grandes Astros - Superman
(Grant Morrison, Frank Quitely, Jamie Grant, 2005)


Grant Morrison conseguiu o que parecia impossível. Enquanto todas as boas histórias do Superman tentavam fragilizar o personagem enchendo-o com dúvidas e falibilidade típicas da humanidade, ou reduzir seus poderes quase infinitos para torná-lo mais identificável, o escocês foi na contramão de tudo isso na hora de escrever Grandes Astros - Superman.
O Superman de Morrison é um Deus desde o primeiro quadro em que aparece, após a origem do herói ser relembrada numa (brilhante) página de quatro quadrinhos, voando de braços abertos e peito estufado rumo à superfície do Sol, enfrentando um asqueroso clone de Lex Luthor e salvando os cientistas do P.R.O.J.E.T.O. do Dr. Leo Quintum de uma detonação ao redor do astro-rei.
Desde ali fica claro, o Superman é infalível.
O herói, porém, descobre que a superexposição à radiação solar causou em seu corpo um tipo de overdose. O excesso de energia começa a causar uma reação adversa em sua estrutura celular, e irá matá-lo em pouco tempo.
De posse dessa informação, começa uma espetacular jornada ao melhor estilo Os Doze Trabalhos de Hércules, com o Superman preparando o mundo para viver sem ele (chegando inclusive a criar uma realidade sintética muito parecida com a nossa para monitorar a evolução de uma humanidade sem super-seres.), enquanto se prepara para o fim.
Com a fortaleza da Solidão mais fabulosa, a Lois Lane mais apaixonante, o Luthor mais odioso, o Jimmy Olsen mais porra-louca e o Superman mais abnegado, generoso e estoico de todos os tempos, Morrison, Quitely e Grant construíram um clássico instantâneo que figura facilmente no topo de qualquer lista dos melhores quadrinhos publicados na primeira década dos anos 2000.
Bravo.

1 - Superman - As Quatro Estações
(Jeph Loed, Tim Sale, 1998)


O texto da primeira página de Superman - As Quatro Estações, após algumas páginas de créditos com fotos da infância de Clark na forma de um álbum antigo, já é de dar um nó na garganta:
"As pessoas o chamam de 'homem de aço' hoje em dia. Ele deve ser a pessoa mais famosa do mundo... Não que esteja interessado em fama. 'Capaz de saltar altos edifícios.', 'Capaz de mudar o curso de grandes rios.', 'Mais rápido que uma bala.'. Nós sabíamos que ele era especial... Mas Acredite se quiser (...) houve um tempo, antes de tudo isso... Quando ele era apenas... O filho de um homem.".
Jeph Loeb e Tim Sale uniram forças novamente para mergulhar em um ano da vida do Superman, da primavera em que ele deixa Smallville, até o inverno em que ele retorna a Metrópolis, mostrando o efeito do mito do Superman na vida das pessoas através do ponto de vista de Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang. Cada um narrando um dos quatro capítulos da história.
Essa narração, aliás, talvez seja o ponto (mais) alto de Superman - As Quatro Estações. Se a ótica de Lois Lane, intrigada com a ideia de um homem que "pode fazer qualquer coisa, e escolhe ajudar todo mundo" é ótima, e o ponto de vista de Lex Luthor, que vê sua vida como uma história de amor entre Metrópolis e ele, e o Superman como um amante da cidade, é extremamente bem sacado, é de marejar os olhos ver Jonathan Kent e Lana Lang, ambos conhecedores da identidade secreta do herói, mostrando seus pontos de vista sobre a vida de Clark antes e depois do Superman.
Tomando como base a origem do Superman de John Byrne, e mergulhando de cabeça na faceta mais humana do personagem, apresentado-o de forma brilhante como alguém deslocado, não apenas como um alienígena na Terra, mas também como um caipira na cidade grande, As Quatro Estações é provavelmente o melhor trabalho de Loeb e Sale ao lado de Homem-Aranha - Azul, e mostra que o Superman não precisava de mil novas origens, reboots e reformulações, mas apenas, de um ponto de vista mais humano pra voltar a ser o maior dos heróis.
Nas palavras de Lana Lang:
"Para entender o homem de capa capaz de voar... Só precisei conhecer o Clark."
Irretocável.

terça-feira, 16 de julho de 2013

O Moralista


Estavam saindo do bar, na rua da República, quase na esquina com a Sarmento Leite. Ele vestia o casaco, enrolando o cachecol no pescoço, enquanto ela soltava os cabelos ao perceber quão frio estava na rua comparado com o interior do estabelecimento. Saíram andando em direção à Lima e Silva sem dizer palavra, até virarem a esquina. Ela disse:
-Bacana o namorado novo da Beta, né?
-É novo? - Ele perguntou.
-Sim, né? Tu não viu?
-Não...
-Bom, é novo, a Beta separou do João já tem quase um mês.
-Hmmm...
-Que foi?
-Nada... Mas entendi porque o cara não gostou de mim. Chamei ele de João a noite inteira...
-Ah, pelo amor de Deus... Sério que tu fez isso?
-Fiz... Achei que era o mesmo cara, mas que tinha cortado o cabelo e deixado um bigode...
-Mas eles são completamente diferentes!
-Sim, esse tem cabelo curto e usa bigode, o outro tinha cabelo comprido e cara limpa.
-E tu me confunde os dois?
-Mas eu ia fazer o quê? Tu sabe que eu sou péssimo fisionomista, especialmente pra esse povo pra quem eu não ligo-
-Meus amigos!
-A Roberta é tua amiga, o namorado dela não é. Eu reconheceria a Roberta de cabelo diferente, talvez a reconhecesse até de bigode porque, vamos combinar, ela nem é um pedaço de mau caminho, com aquela altura toda, é o mau caminho inteiro, mas o namorado dela...
-Francamente, viu...
-Pois é...
Ficaram os dois em silêncio, andando em direção à casa dela. Após cruzarem a Perimetral, porém, ele voltou a falar:
-Mas também... Quê que ela queria, né?
-Quem? A Roberta?
-É... Nem um mês e já tava toda enroscada naquele cara como se namorassem a séculos... O cadáver do outro relacionamento nem tinha esfriado e ela já tava enrabichada com aquele... Aquele Bennett.
-Não é Bêne. De onde tu tirou Bêne? O nome dele é Paulo...
-Eu não disse "Bêne", disse Bennett. O vilão de Comando para Matar, com o Schwarzenegger.
-Comando para Matar...? Aquele do robô que vem do futuro?
-Não vou nem começar a te explicar a importância de O Exterminador do Futuro pra ficção científica e o cinema de ação e nem dizer o tamanho da dor que eu senti dentro do peito quando tu confundiu os dois filmes, mas não, Comando Para Matar é um filme do Schwarza em que ele é um super soldado aposentado que vive com a filha numa cabana no meio do ermo e tem que voltar à ativa quando a guria é sequestrada por um de seus inimigos, justamente o Bennett, que era interpretado pelo Vernon Wells, um ator feioso que fazia vilões com frequência nos anos oitenta. O Bennett era uma versão mais gay do Freddie Mercury, e tinha uma fixação maluca no personagem do Schwarzenegger, o John Matrix.
-Ah, do Matrix eu lembro... Keanu Reeves, capa preta, caratê...
-Esquece a referência... De qualquer forma, bem feito pra Roberta e pro Bennett. Eles deviam ter a decência de flertar por um par de meses antes de saírem se agarrando a torto e a direito, isso chega a ser imoral para com os casais presentes com relações que sobreviveram à dela com o João. E quer saber? Digo mais: Eu devia era ter dado um abraço apertado no Bennett, chamado ele de "Johnny, meu velho", e relembrado histórias antigas, devia ter perguntado como tava a mãe dele, deveria ter chamado ele de canto e perguntado quando é que ele ia tomar tendência, comprar uma aliança e fazer da Roberta uma mulher direita... Isso é que eu deveria ter feito pra aqueles dois desavergonhados, ora, Francamente...

Ela não convidou mais ele pra nenhum evento envolvendo a Roberta e o clone do Bennett, o que foi bom pra ambos, pois ele não era fã de ocasiões sociais em geral, e especialmente daquelas envolvendo os amigos dela, e ela não precisou passar vergonha com ele chamando o Paulo de "Johnny, meu velho", coisa que ele provavelmente teria feito.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Como Olivia Wilde Salvou Bernardo


O Bernardo, que sempre fora um sujeito atribulado, cheio de neuras, preocupações e complexos que iam dos mais comezinhos até os mais relevantes, andava num momento dos mais desagradáveis de sua vida.
Ele nem sequer sabia por que. Na verdade, não havia nenhuma razão em particular. Ele simplesmente se sentia assim. Acreditava que todos os seus pequenos insucessos haviam finalmente feito transbordar sua capacidade de suportar as pequenas bobagens da vida, embora fosse incapaz de lembrar qual havia sido a proverbial "gota d'água". Era difícil categorizar assim. Haviam reveses em praticamente todas as área da sua vida, trabalho, amor, estudos... Tudo, em algum âmbito, dava errado, ou, na melhor das hipóteses, era insosso, insuficiente, insignificante. E essa insignificância, essa falta de matiz confluíam para que Bernardo houvesse transformado neuras, atribulações, preocupações e complexos em uma única e severa condição:
Infelicidade.
Infelicidade pura e simples era o que acometia Bernardo, que ficou assim por mais de um mês, carrancudo, tristonho e sorumbático, atraindo a atenção de seus amigos e família, que notavam a pujança da tristeza que acometia Bernardo, mas eram incapazes de ajudá-lo, tamanha a profundidade das raízes de sua infelicidade.
Até que, em uma manhã, tudo mudou.
Em uma manhã, Bernardo acordou com a sensação indescritível de ter tido uma epifania durante seu sono.
Era uma sensação nova, uma sensação de completude e apaziguamento que Bernardo, em seus vinte e tantos anos, jamais experimentara antes. Uma clareza e uma certeza que o faziam sentir-se altivo, preparado, sapiente e leve.
E logo ele que não acreditava em momentos de definição, experimentara um no último momento em que poderia imaginar que tal coisa ocorreria:
Durante o sono.
Lembrou-se de Raul Seixas. "Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando, e foi justamente num sonho, que ele me falou...", era isso, não era? O começo de Gita... Enfim, Bernardo não era lá um grande fã de Raul Seixas, mas conhecia o básico, e pareceu-lhe propício. Fora justamente em um sonho, que ele descobrira. Em que tivera a inabalável certeza...
Em seu devaneio onírico, Bernardo estava casado com a atriz Olivia Wilde. Aquela lindona que fez algumas temporadas de House. Em seu sonho, Bernardo e Olivia Wilde estavam em um iate, apenas os dois, navegando num mar esverdeado que só podia ser no Caribe. Olivia tomava sol na proa do iate, usando um biquíni branco, e o Bernardo, vestindo uma bermuda branca e uma camisa cinza bem clara, manejava o timão enquanto a olhava.
A certa altura, Olivia Wilde se virava, lânguida, descrevendo um arco perfeito com suas costas, e acenava para Bernardo mandando-lhe um beijo.
Bernardo, então, desligava o motor do iate, e ia até onde Olivia Wilde tomava sol, a beijava longamente, e eles faziam amor de maneira apaixonada sob o sol, até que o astro rei se escondesse no horizonte e o céu se tornasse um manto escuro cravejado de estrelas.
Nesse momento, Bernardo, abraçado ao corpo nu de Olivia Wilde e sentindo o cheiro almiscarado do sexo que fizeram, a mordeu de leve no ombro e disse:
-Eu te amo... Eu nunca havia sido tão feliz...
E aí, Bernardo acordou. Acordou com uma certeza:
Só seria realmente feliz, se fosse um milionário, dono de um iate, e tivesse um caso de amor com Olivia Wilde.
E sabendo que nenhuma das duas coisas era remotamente possível, entendeu que deveria se concentrar em aproveitar as boas coisas da vida que tinha, por menores que fossem, e sobreviver às ruins. E de posse dessa descoberta, viveu uma vida cheia de percalços e tropeços, mas também de pequenas vitórias e realizações, sem voltar a se deixar abater.
Mas de vez em quando, ele ainda abre o google e digita "Olivia Wilde bikini", sabe como é... Só pra monitorar...

sexta-feira, 5 de julho de 2013

Resenha Cinema: Guerra Mundial Z


Todo mundo gosta de zumbis. Zumbis são o último grito. Os cadáveres animados gemebundos que vagam por sobre a terra se alimentando da carne dos vivos tem impacto cultural, filosófico, e claro, de entretenimento, quase infinitos. Quem ainda não tinha sacado todo o potencial dos mortos-vivos deve ter se dado conta de o quanto eles podiam ser interessantes após sucessos como Madrugada dos Mortos, Terra dos Mortos, Todo Mundo Quase Morto, The Walking Dead, e todos os outros exemplares de mortos vivos que, de uma forma ou outra, caíram no gosto do público.
Brad Pitt, que não é bobo nem nada, uniu sua produtora, a Plan B, com a Skydance, Hemisphere Media Capital, a GK Films e Paramount Pictures para tirar do papel o livro Guerra Mundial Z, de Max Brooks (filho de Mel Brooks e especialista em mortos-vivos, que também é autor do ótimo Guia de Sobrevivência a Zumbis), que sua empresa acabara de adquirir.
Pouco depois, Marc Forster, de O Caçador de Pipas, 007 - Quantum of Solace, A Última Ceia e Mais Estranho que a Ficção, foi anunciado como diretor do longa, que teria seu roteiro adaptado por J. Michael Strakzynski.
Após várias revisões de roteiro, que culminaram com a substituição de Strakzynski por Matthew Michael Carnahan, escalou Brad Pitt como protagonista, foi orçado em 125 milhões de dólares, estabeleceu locações e começou as filmagens em julho de 2011.
Peraí... 2011?
Pois é... Guerra Mundial Z, que originalmente seria lançado em dezembro de 2012, teve alguns problemas no caminho, que passaram de coisas triviais como a SWAT da Hungria invadir o set de filmagens e apreender as armas que seriam usadas pra caçar a zumbizada, até o desfecho do longa, que foi totalmente reescrito e refilmado depois de finalizado, o que aumentou seus custos para mais de duzentos milhões de dólares, tornando-o o filme de terror (mais ou menos...) mais caro da história do cinema.
A despeito de todos esses problemas, Guerra Mundial Z funciona.
No longa acompanhamos Gerry Lane (Pitt), ex-investigador da ONU que se aposentou do serviço e agora vive uma rotina pacata com sua esposa, Karin (Mireille Enos), e suas duas filhas, Constance e Rachel (Sterling Jerins e Abigail Hargrove) no subúrbio da Filadélfia.
A rotina tranquila da família Lane, porém, esbarra no surgimento de uma estranha epidemia, que em pouco tempo ganha proporções bíblicas, contaminando bilhões de pessoas. A doença, assumidamente viral, de origem desconhecida, mata rapidamente para em seguida reanimar o cadáver, e continuar propagando a moléstia através de mordidas dos defuntos ambulantes.
Um apocalipse zumbi!
Gerry e sua família conseguem sobreviver à primeira onda de ataques massivos dos infectados e se refugiar até conseguirem resgate do exército, quando são levados a um porta-aviões onde pessoas não infectadas são mantidas em segurança. A presença de Gerry lá, porém, não é nenhuma caridade. Ele foi levado ao navio por conta de seu histórico de sobrevivência em zonas de conflito e investigações bem-sucedidas para as Nações Unidas.
O sub-secretário Thierry Umutoni espera que Gerry leve um proeminente virologista à Coréia do Sul, de onde vem o primeiro relato de ataque zumbi da crise.
Se Gerry se recusar, a segurança de sua família a bordo do navio não poderá ser garantida.
Começa aí, ou melhor, continua daí, a correria de Guerra Mundial Z. Filme de horror e de zumbis com quase zero sangue, que galga na tensão e no perigo iminente das hordas de zumbis corredores o seu apelo.
Brad Pitt segura a onda, o que é bom, já que Guerra Mundial Z é um filme de uma estrela só (Há outros nomes interessantes no elenco, David Morse, James Badge Dale, Pierfrancesco Favino, nenhum com muito espaço, no entanto), garantindo que a audiência se importe com seu personagem, pai de família sacaneado pelo governo, mas cheio de recursos para se virar em meio à crise que o faz dar uma volta ao mundo em busca de uma cura para a praga que se alastra pelo planeta o levando a testemunhar alguns sucessos e fracassos da humanidade em sua luta contra os "zekes", na gíria militar, cada parada com direito à um confronto com os desmortos. A sequência em Israel é tensa pra mais de metro, provavelmente a melhor do filme, e ainda traz à bordo a soldado Segen (Daniella Kertesz, que pode se preparar para receber meu pedido de casamento em breve), que acaba se tornando o apoio militar de Gerry dali em diante.
No fim das contas, pra um filme de terror com medinho de mostrar sangue, que foi tão remendado quanto foi (Matthew Fox, por exemplo, mal e mal aparece no filme devido às revisões do roteiro), até que Guerra Mundial Z não faz feio.
Embora não acrescente absolutamente nada à mitologia zumbi, é um bom exemplar do gênero, (infinitamente) melhor produzido que a média, e que diverte bastante por um par de horas.
A despeito do final refeito, bem menos instigante que o original que recentemente vazou na internet, vale a visita ao cinema.

"Se você pode lutar, lute. Esteja preparado para qualquer coisa. Nossa guerra apenas começou."