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quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Aos Colorados.



Vai começar. Você tranca a respiração e ouve só silêncio. De olhos fechados você revê os grandes momentos, as glórias de dias passados, alguns distantes, outros recentes, mas você estava lá, mesmo que não estivesse no estádio, mesmo que não estivesse acompanhando pela televisão, mesmo que estivesse com a cabeça sob o travesseiro, nervoso demais pra olhar, você estava lá.
Torcendo, acompanhando, roendo as unhas e os dedos, apertando os olhos.
Você estava lá.
Você saltou e defendeu de mão trocada com Clemer. Você correu e cruzou junto com Ceará e com Jorge Wagner. Você afastou o perigo da área com Bolívar e Fabiano Eller. Você trombou com o adversários ao lado de Edinho e Fabinho, armou e lançou com Alex e Tinga. Você chutou com Rafael Sóbis e cabeceou com Fernandão, saiu do banco para entrar na História junto com Rentería e, que Deus nos perdoe, com Michel e Gabirú, e regeu o time junto com Abel Braga.
Cada um de vocês, como uma tribo de índios usando suas peles vermelhas entoou cânticos de guerra, fosse á plenos pulmões ecoando no Gigante lotado, fosse em silêncio dentro de casa, juntou as mãos orando de forma contrita, sabendo que merecia aquela glória e que ela estava ali pra ser colhida, bastava chegar, bastava tentar com força, com vontade, com coração.
E, foi assim, não inventando mitos de David contra Golias, mas enfrentando de igual pra igual o adversário, fosse qual fosse, que provamos nosso valor e erguemos a América, e quatro meses depois erguemos o Mundo.
Nós sabemos como é, todos temos idade pra lembrar. Nós defendemos, marcamos, corremos, e lutamos ao lado de nossos heróis quatro anos atrás. Nós estivemos lá, ao lado de todos e cada um deles, e toda a vez que um adversário encarava aquele time estava, de fato, diante de uma nação de milhões.
Quatro anos se passaram, as coisas mudaram, algumas pra pior, é verdade. Mas uma coisa não mudou, a mais importante:
Nós ainda somos uma nação de milhões, ainda temos peles vermelhas, nós ainda sabemos entoar cânticos de guerra, e sabemos entrar em campo com nosso time.
Quatro anos atrás, nós entramos em campo através de nosso grito, fosse da arquibancada, fosse de casa, fosse de sob o travesseiro. Quatro anos atrás, nós choramos, gritamos e comemoramos com o Internacional de 2006. Agora vamos chorar, gritar e comemorar com o Inter de 2010.
Vai começar.

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