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domingo, 31 de janeiro de 2010

Resenha Cinema: Invictus


Clint Eastwood é foda.
Pronto, agora que tirei isso do peito, podemos continuar.
Ontem assisti o novo filme como diretor do ator aposentado (Tomara que não!).
A história de como Nelson Mandela, e a seleção sul-africana de rúgbi mudaram os rumos da áfrica do Sul pós apartheid.
Confesso que, á despeito do elenco de primeira, e do diretor ser um dos realizadores que mais me agrada no cinema atual, eu estava meio reticente pro filme.
"Ah, bacana... Nelson Mandela, rúgbi... Nhé..."
Porém, quando fui assistir Sherlock Holmes semanas atrás, vi o trailer do filme, e meu interesse aumentou. E, ontem, na estréia, me dirigi ao Shopping Barra Sul pra ver o filme.
Não me arrependi, e tive uma constatação, aquela, lá do início: Clint Eastwood é foda.
Ele já era nos tempos de Dirty Harry, e do Blondie da trilogia dos dólares de Sergio Leone, mas como diretor, ele se tornou mais ainda, se tal coisa era possível.
No filme temos Nelson Mandela (Morgan Freeman, competente como de hábito.), recém eleito presidente da África do Sul ele se vê entre a cruz e a espada:
Como governar para a maioria negra que o elegeu e que sofreu por anos com os abusos do infâme apartheid, sem negligenciar a minoria branca que controla a economia e os serviços do país?
Ele encontra a resposta no rúgbi, esporte preferido dos brancos, ignorado pelos negros, e na desacreditda seleção nacional do país, os Springboks, capitaneados por François Pienaar (Matt Damon, em outro bom trabalho.).
Traçando o paralelo entre a juventude vigorosa de Pienaar e a maturidade sábia de Mandela, Estawood mostra como o plano do presidente progrediu na tentativa de oferecer um sentido de união ao povo Sul-Africano, buscando prosperar mesmo sob o estigma do racismo de a intolerância de um passado muito recente, usando uma estratégia pragmática e cheia de riscos políticos.
Sequências como a dos seguranças negros de Mandela se encontrando com os seguranças brancos que trabalharam na administração anterior, ou a dos jogadores da seleção, inicialmente desgostosos com a ideia de se aproximar de jovens torcedores negros nas favelas de Johanesburgo dão o tom da situação racial no país após a eleição de Mandela.
O filme, claro, não é perfeito, há momentos em que o discurso fica demasiado técnico, explicando as regras do rúgbi, e outros em que se percebe uma tentativa algo sacana de arrancar algumas lágrimas da platéia com cenas dramáticas e o heroísmo emprestado ao personagem de Damon, porém tudo isso fica pra trás conforme Pienaar e Mandela avançam e sucedem em sua missão, até a apoteótica final contra os temidos All Blacks da Nova Zelândia decidindo a Copa do Mundo de Rúgbi de 1995 numa partida emocionante, tensa e violenta.
Pois é, meus amigos. Clint Eastwood é... Bom, vocês sabem.

"Eu sou o dono do meu destino.
Eu sou o capitão de minha alma."

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