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segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Erro.


Nós, os seres humanos, aprendemos a chorar antes de aprender á falar. O que isso significa? Que nossa capacidade de lamentar é superior á de raciocinar? É uma forma de compreender as coisas, não é? Isso deve servir para ilustrar algumas particularidades de nossa natureza. Não as inexplicáveis, claro, mas as explicáveis, ou, pelo menos, as ponderáveis.
Temos tendência ao pesar, temos tendência ao medo, á reclamação pela reclamação. Demoramos á perceber o poder que possuimos, a nossa força coletiva, e infelizmente, quando descobrimos, é fazendo algo hediondo que preferíamos esconder nos rodapés da História. Mas não fazemos isso, racionalizamos, tentamos aprender com nossos erros, temos essa capacidade, pelo menos na teoria. Porém, aparentemente, nossa habilidade de gerar novos erros supera a de aprender com os antigos.
Aqui estamos, á despeito de guerrar travadas desde tempos imemoriais, lutando guerras em cada canto do globo. Aqui estamos, á despeito da total desregulação do clima, destruindo nosso planeta. Sem nos lembrar de raças extintas, trabalhamos com afinco na extinção de outras. A ânsia de lucro, de conforto, de poder dessa raça medonha que domina esse pobre planeta está destruindo tudo.
Não se faz tanto mal uns aos outros e ao nosso ambiente sem que, em algum momento, isso volte pra nós. Não há nada de divino, espiritual ou místico nisso, é apenas uma constatação baseada em causa e efeito. Ou alguém tem ainda a esperança de que o planeta se recupere sozinho e em tempo recorde do abuso recorrente ao qual o estamos expondo e que isso não terá nenhuma consequência prática e de igual proporção seja no curto, médio ou longo prazo?
Os seres humanos são o câncer, não da Terra, mas da própria raça humana. Avançamos á passos largos em direção ao momento em que não haverá mais volta, e toda a riqueza que alguns acumularam não terá mais valor do que um punhado de cinzas. Ainda assim, essa marcha inexorável em busca de novos horizontes á explorar segue, e só pode encontrar um único final, a extinção, ou dos seres humanos, ou do nosso equivocado modo de vida.
E, tanto em um dos casos, quanto no outro, ouviremos muitas lamúrias.
O ser humano é um erro grave da natureza, e ela notou isso. Ou mudamos, ou enfrentamos as consequências quando ela resolver reparar o erro, aí, não haverá espaço pra choro.
Pense nisso.

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