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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Resenha Filme: Prometheus


Foi nessa madrugada de domingo pra segunda-feira, particularmente insone por mil razões, que eu assisti, com um semestre de atraso, a Prometheus, longa de ficção científica de Ridley Scott que levava o diretor de volta ao universo de Alien - O Oitavo Passageiro.
O que surgia desde as primeiras notícias até o lançamento dos trailers iniciais prometia o grande filme do ano. Era, inclusive a minha aposta pra encabeçar o infame top 10 de cinema da Casa do Capita em dezembro, se alguém me pedisse uma projeção em janeiro.
Mas algo estranho aconteceu. E Prometheus não fez a carreira que todo mundo imaginava. Dividiu a crítica, não agradou ao público, enfim... Prometheus mas não cumpriu (treino para o Zorra Total).
E, entre Vingadores, A Perseguição, Batman e Homem-Aranha, eu acabei deixando o filme de lado. Até essa madrugada.
Assisti Prometheus num desses serviços de locação de filme pela TV a cabo, e após duas horas e dois minutos, mais ou menos, devo dizer que a nova incursão de Scott pelo mundo dos Aliens não é nem a oitava maravilha do mundo, tampouco a bomba que muita gente pichou.
No filme, os cientistas Charlie Holloway (Logan Marshall-Green) e Elizabeth Shaw (Noomi Rapace) descobrem no ano de 2089, em sítios arqueológicos diversos e não relacionados ao redor da Terra, indícios de que todas essas civilizações antigas tinham conhecimento das mesmas "divindades".
Esses indícios continham ainda uma carta estelar, dando a localização de um planeta em um sistema solar a trilhões de quilômetros da Via Láctea, onde, supõe os doutores Holloway e Shaw, estejam o que eles chamam de "engenheiros", formas de vida alienígenas avançadíssimas que geraram a vida na Terra.
Financiados pela corporação Weyland de Peter Weyland (um quase irreconhecível Guy Pearce), os dois cientistas se juntam à tripulação da nave de pesquisa Prometheus, numa viagem de dois anos de crio-sono até o planeta marcado no mapa em busca da origem da vida.
Além deles, estão na empreitada o capitão Janek (Idris Elba), o geólogo Fifield (Sean Harris), o biólogo Millburn (Rafe Spall), a médica Ford (Kate Dickie), os pilotos Chance e Ravel (Emun Elliott e Benedict Wong), mais a representante da Weyland, Meredith Vickers (Charlize Theron) e o androide David (Michael Fassbender), além de um pequeno grupo de mercenários para fazer a segurança da tripulação.
Assim que chegam ao seu destino, o grupo encontra uma construção onde existem vestígios dos "engenheiros", entretanto, eles descobrem que ali, mais do que a origem da humanidade, pode estar uma promessa de seu fim.
Não. Prometheus não é nenhuma maravilha, eu já disse. É um filme que carece do frescor e da honestidade de Alien - O Oitavo Passageiro e Blade Runner, pra ficar só nas duas grandes ficções científicas de Scott.
Prometheus rescinde pretensão. É demasiado ambicioso pro seu próprio bem, e ainda incorre em um erro fatal, que é o de apostar em duas linhas narrativas diferentes (origem da vida na Terra e prequel de Alien), e na hora de eleger uma em detrimento da outra pra terminar de contar sua história, escolhe errado, assim como parece nuna encontrar o tom certo, tentando apresentar a grandiloquência simbólica de 2001, pra no momento seguinte apelar pra tensão de vislumbres ligeiros de Alien, e em seguida partir pro gore, mesmo e era isso...
Ainda assim, está longe de ser ruim, Ridley Scott entende muito do riscado, e mesmo que o filme não tivesse absolutamente nada a oferecer em termos de conteúdo ainda seria um espetáculo visual glorioso desde as primeiras cenas, com grandiosas paisagens da Escócia e Noruega, passando pelo inóspito planeta onde a ação se desenrola, os corredores e laboratórios da Prometheus e os túneis da Pirâmide dos Engenheiros. Além disso, O elenco é ótimo, com destaque para o cientista pretensioso de Marshall-Green, o abnegado e divertido capitão Janek, estereótipo do machão simplório com coração de ouro, e o androide de Michael Fassbender, que com seus chinelinhos e cabelo descolorido se junta com louvor à Lance Henriksen na galeria de robôs que a gente não sabe se ama ou odeia da franquia de Aliens, que, como todos sabem, são regidos pela mulherada.
É por isso que Prometheus se salva de ser totalmente descartável, está bem servido de ombros em quê se apoiar, a lindona Charlize Theron (de uniforme colante...)e a deliciosamente esquisita Noomi Rapace (Toda suada, com seu corpaço de Noomi Rapace envolto apenas por um singelo biquíni de gaze...) seguram a peteca, carregam um ótimo espectro de emoções, convencem e nos seguram na frente da tela até que o filme termine.
O final anti climático, aliás, sugere uma continuação, de que Prometheus precisa desesperadamente, mas da qual a audiência provavelmente consegue passar sem...

"Nós os chamamos de "Engenheiros".
-E o que eles construíram?
-Nós."

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