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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Top 10 Cinema: 2013

Mais um ano vai se perdendo nas areias do tempo. Até aqui foram 364 dias em que se fez muita coisa, entre elas, ver muitos filmes. Talvez não tantos quanto gostaríamos, talvez nem todos os que gostaríamos de ter visto, alguns por nossa culpa, outros por culpa das distribuidoras, do Leandro Hassum e do Fábio Porchat (Onde estão A Trapaça, O Lobo de Wall Stret, Dallas Buyer's Club, 12 Yeas a Slave e The World's End?), mas ainda assim, uma boa quantidade de filmes, e, bons filmes, afinal de contas.
Em um ano que não foi exatamente espetacular, e teve até algumas decepções (Homem de Ferro 3 não foi o que se esperava, nem O Homem de Aço, Elysium decepcionou, assim como O Conselheiro do Crime), mas também teve gratas surpresas, algumas das quais integram essa lista que segue, esperando não estar sendo injusta.
À ela, então. O infame Top 10 Casa do Capita com os melhores filmes a desembarcar no cinemas ou locadoras do Brasil em 2013:




10 - Thor - O Mundo Sombrio

É estranho, após o primeiro Thor ter sido apenas uma fita razoável de super-herói, quase nada além de uma parada obrigatória antes de Os Vingadores, ver sua sequência nessa lista. Especialmente levando-se em conta todos os rumores sobre elenco sendo chamado de volta ao trabalho para regravar cenas que teriam sido reescritas de cabo a rabo após o fim das filmagens.
Ainda assim, o segundo longa metragem do deus do trovão dirigido por Alan Taylor foi muito bem, obrigado.
Mais seguro, mais divertido, com melhor ritmo do que o predecessor, O Mundo Sombrio foi uma grata surpresa em um ano onde o Superman e o Homem de Ferro, mesmo não fazendo feio, não cumpriram suas promessas. É pedir demais que o terceiro longa seja melhor, ou ao menos tão bom quanto?

9 - Guerra Mundial Z

Brad Pitt, e zumbis. Não tinha como não dar certo. Todas as cocotas querem ver o sujeito mais bonito do cinema, e todos os marmanjos querem ver zumbis enfurecidos correndo feito loucos para se alimentar da carne dos vivos.
Filme de horror mais caro de todos os tempos, a adaptação do livro de Max Brooks foi outro filme que penou na mão de reedições, regravações e toda a sorte de problemas que um filme pode ter durante sua execução, ainda assim, a história do investigador aposentado da ONU, Gerry Lane (Pitt) que é recolocado na ativa após uma violenta epidemia de zumbis varrer a Terra funciona que é uma beleza.
Movimentado, divertido, e respeitando o cânone morto-vivo, Guerra Mundial Z deu um banho em The Walking Dead, fez bela carreira nas bilheterias, garantiu uma sequência e fez a festa de quem foi ver no cinema.

8 - O Mestre

Soco na boca do estômago dirigido por Paul Thomas Anderson. A história do ex-combatente da Segunda Guerra Mundial Freddie (Joaquin Phoenix, assombroso), um bêbado errante e violento incapaz de se ajustar à vida civil, e de como ele tem a chance de recomeçar ao conhecer Lancaster Dodd (Phillip Seymour Hoffman, ótimo)e A Causa (Qualquer semelhança com L. Ron Hubbard e a cientologia não é mera coincidência) é desses filmes que deixam o espectador sentado inerte na cadeira alguns minutos após o fim da projeção.
Drama de personagens com performances brilhantes (O elenco principal conta ainda com Amy Adams), fotografia belíssima e direção beirando a perfeição é pra ver e rever, e se esbaldar com o trabalho soberbo de todos os envolvidos.

7 - Capitão Phillips

O libelo anti-globalização/filme de ação de Paul Greengrass (O Ultimato Bourne, A Zona Verde) é um dos melhores trabalhos de Tom Hanks desde O Resgate do Soldado Ryan, mas não é apenas isso.
A história real do capitão Richard Phillips, sequestrado após seu navio ser abordado por piratas somalis em 2009 se tornou um dos melhores e mais tensos filmes de 2013 graças a seu roteiro e elenco (Além de Hanks há um show do ator semi-amador Barkhad Abdi, interpretando o pirata Muse), sim, mas especialmente graças a seu diretor.
Além da melhor mão para thrillers de ação do cinema atual, Greengrass não perde nada com sua câmera na mão, e conta sua história sem tomar partido, humanizando os dois lados da balança sem pender para este ou aquele.

6 - O Lado Bom da Vida

O filme do ótimo David O. Russel (O Vencedor) que conta como Pat Solitano (Bradley Cooper) pretende reconstruir seu casamento após oito meses internado em uma instituição para doentes mentais devido a um surto bipolar com a ajuda de sua mãe compreensiva (Jackie Weaver), seu pai obsessivo compulsivo (Robert De Niro) e sua vizinha Tiffany (Jennifer Lawrence), igualmente uma ex-interna de clínica mental, é uma saborosa mistura de romance, comédia e drama amparada nas atuações de um elenco fazendo seu melhor (todo o elenco principal foi merecidamente indicado ao Oscar) sob a batuta de um cineasta que sabe tudo de direção de atores.
O filme fofo do ano, melhor trabalho de Cooper, show da gostosérrima Jennifer Lawrence e uma das melhores atuações de De Niro em todos os tempos.


5 - Rush - No Limite da Emoção

A ode à adrenalina, rivalidade ambição e velocidade engendrada pelo diretor Ron Howard, o roteirista Peter Morgan, o cinematógrafo Anthony Dod Mantle e o compositor Hans Zimmer e estrelada por Chris Hemsworth e Daniel Brühl é um filme pra absolutamente ninguém botar defeito.
Qualquer pessoa com dois neurônios e uma espinha se diverte com o filme, mas se o espectador é minimamente interessado por automobilismo, Rush é pra assistir de joelhos, agradecendo aos envolvidos.
A história de Niki Lauda (Brühl) e James Hunt (Hemsworth), dois pilotos de estilo completamente antagônico dentro e fora das pistas desde o início de suas carreiras na Formula 3 até o Mundial de Formula 1 de 1976, quando os dois disputaram ponto a ponto o título do campeonato é um triunfo de realização tão espetacular e uma trama de rivalidade e superação tão fodona que é até difícil acreditar que é baseado em uma história real.

4 - Django Livre

Se a audiência não sabia nada sobre guerra até vê-la pelos olhos de Quentin Tarantino em Bastardos Inglórios, o mesmo se pode dizer sobre faroestes, conforme ficou claro no bangue-bangue sulista que o diretor lançou em dezembro de 2012 nos EUA e que chegou aos cinemas brasileiros em janeiro desse ano.
A história do escravo liberto Django (Jamie Foxx) e sua tentativa de salvar sua esposa Brunhilde (Kerry Washington) das garras do fazendeiro Calvin Candie (Leonardo DiCaprio) com a ajuda do caçador de recompensa alemão Dr. King Schultz (o brilhante Christoph Waltz) é a quintessência do cinema de um Tarantino na sua melhor forma, em toda a sua glória irreverente, sangrenta e vibrante.

3 - Antes da Meia-Noite

Depois de vinte anos e três filmes (fora uma ponta na animação Waking Life), somos todos íntimos de Jesse (Ethan Hawke) e Celine (Julie Delpy). O casal que nós acompanhamos desde aquele trem rumo a Viena, passando pela conversa na cama, o reencontro em Paris e finalmente esse final de férias em família em uma idílica ilha grega, quando a rotina da vida de casado faz aflorar o pior dos dois amantes.
Mais ácido do que as incursões anteriores dos personagens às telas, mas não menos inteligente, romântico e charmoso em sua tagarelice, Antes da Meia-Noite é um maduro e bem-vindo novo capítulo da franquia mais romântica do cinema, e um triunfo pessoal de Delpy, Hawke e do diretor Richard Linklater, todos co-autores dos roteiros da série que só melhora com o passar do tempo.
Encontro marcado pra daqui a dez anos?

2 - Gravidade

Alfonso Cuarón, um diretor extremamente foda, ganha um orçamento de responsa, duas estrelas hollywoodianas de primeira grandeza, e constrói uma das ficções científicas mais sensacionais da história do cinema.
A desesperadora situação da doutora Ryan Stone (Sandra Bullock) e do astronauta Matt Kowalski (George Clooney) após um acidente com seu ônibus espacial 600 Km acima da Terra deixando os dois incomunicáveis e à deriva no espaço sideral é uma joia rara no cinema de hoje em dia.
Sem a ambição de se tornar uma franquia, sem uma mitologia complexa que obrigará o espectador a comprar livros, quadrinhos ou videogames pra entender toda a dimensão da trama, Gravidade requer apenas atenção e uma pequena dose de suspensão de descrença (a menos que tu seja um astrofísico, então a dose precisa ser um pouquinho maior) para deixar a audiência na ponta da cadeira, de queixo no chão, contraindo todos os músculos de tensão inescapável.
O roteiro redondinho de Cuarón (com a participação de seu filho, Jonas), mais o charme e o carisma de George Clooney, e talvez a maior interpretação da carreira de Sandra Bullock, somados a efeitos visuais de ponta, 3-D caprichado, fotografia excepcional, e trilha sonora fodona formam um dos melhores filmes do ano, e provavelmente o melhor suspense espacial dos últimos 30 anos.

1 - O Hobbit - A Desolação de Smaug

Foi por muito pouco que A Desolação de Smaug venceu Gravidade no meu Top-10.
Muito pouco, mesmo.
Se eu tivesse que apontar o gol de ouro que deu a vitória na morte súbita para o segundo O Hobbit, provavelmente apontaria a sequência dos barris descendo o rio.
Isso porque essa sequência, em particular, é a síntese de tudo que há em A Desolação de Smaug.
Humor, tensão, ação, aventura, drama... Tudo lá, bem dosadinho, em uma embalagem linda que só faz melhorar em 48 quadros por segundo, com um 3-D caprichado, efeitos visuais de cair o queixo, trilha sonora belíssima e atuações competentes de um elenco acima da média dando vida a um mundo imaginado e trazido à vida por um time de cobras.
A sequência da aventura de Bilbo Bolseiro, Gandalf e a companhia de anões de Thorin Escudo de Carvalho é uma evolução e um melhoramento exponencial de tudo o que havia de melhor em Uma Jornada Inesperada, que já havia sido meu filme preferido do ano passado.
Aventuresco, divertido, honesto e puro, O Hobbit - A Desolação de Smaug é uma matiné espetaculosa pra ninguém botar defeito, e o grande campeão de 2013 na opinião desse nerd que vos fala.
O único defeito? Falta quase um ano pra poder assistir Lá e De Volta Outra Vez.

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