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segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Resenha DVD: Invocação do Mal


Eu não sou, nem de longe, um fã de filmes de horror. Se tu procurar no blogue, acho que não encontra resenha de cinco filmes do gênero.
Não sou do tipo medroso, que não assiste terror porque não consegue dormir à noite. Na verdade, acho que meu problema é justamente o oposto. As pessoas em geral assistem filmes de terror pela possibilidade de serem amedrontadas. Pelo susto. É como andar de montanha-russa. Um lance de adrenalina.
Pra mim não funciona.
Raros são os filmes que me dão sustos. Acho a fórmula de sustos dos filmes de horror em geral bem boba. Sobe a música incidental, mostra uma coisa no primeiro plano, e ao fundo surge algo, ou ressoa um ruído altíssimo. Não me assusta mais do que aqueles vídeos do Youtube onde um carro percorre a estrada à distância e surge um zumbi rosnando em primeiríssimo plano, ou aquele jogo de labirinto que fecha com a imagem da Regan de O Exorcista ocupando a tela ao som de um grito digno de Wilhelm.
Não funciona pra mim.
Medo, então, nem se fala. Não sou nenhum Demolidor, mas medo do sobrenatural eu não tenho. Não acredito em nada disso. Fantasmas, aparições, sombras, vultos espíritos, demônios ou políticos honestos, pra mim, são todos histórias da carochinha.
Por essas e outras, ver filme de terror, pra mim, é um exercício de futilidade. Não bastasse eu desprezar o medo e o susto que os filmes de horror se propõe a causar, ainda existe outro problema, quiçá mais grave:
Filmes de horror, via de regra, são mal produzidos, mal dirigidos, têm roteiros risíveis e elencos de chorar.
Não há, então, nenhum motivo pra eu querer assistir a um filme do gênero.
Mas, eis que eu acabei assistindo esse Invocação do Mal muito por imposição de certa alemoa comprida que gosta de porcaria, mas acabou que o filme, embora não tenha me assustado, me surpreendeu.
Invocação do Mal conta a história de como Carolyn e Roger Perron (Lili Taylor e Ron Livingston) compraram, em 1971, uma bela casa de fazenda em Rhode Island.
Ao se mudarem com suas cinco filhas para o casarão precisando de alguns reparos (Já notaram como casas assombradas são sempre belos casarões? Nunca aparece um apartamento quarto e sala assombrado. Se eu arranjasse uma puta casa irada que nem a do filme, os fantasmas iam ter que me aguentar lá por muito tempo...), os Perron se veem vítimas de uma série de eventos sobrenaturais que escala até a matéria de quê são feitos os pesadelos.
Ao mesmo tempo, uma segunda linha narrativa acompanha Lorraine e Ed Warren (Vera Farmiga e Patrick Wilson), investigadores paranormais com ampla experiência em espíritos malignos e demônios, os caminhos das duas famílias se cruzam quando Carolyn, temendo pela segurança de sua família procura os Warren, e os convence a investigar a antiga fazenda.
O que os especialistas descobrem é uma imensa área repleta de atividade demoníaca disposta a destruir os Perron onde quer que eles vão.
Para impedir esse fim nefasto, os Warren terão que que usar todo o seu arsenal de conhecimento e força espiritual para derrotar essa ameaça espectral e devolver a paz aos Perron, e a si próprios, também na mira do espírito perverso após confrontá-lo.
Não é ruim.
A começar pelo elenco principal, composto por atrizes talentosas (Farmiga e Taylor) e atores esforçados (Wilson e Livingtson), Invocação do Mal dá seu primeiro passo para sair da vala comum dos filmes de horror.
Soma-se a isso a direção esperta de James Wan, que tem mais na manga do que apenas sustos fáceis (existem alguns) criando de fato uma boa atmosfera de tensão galgada sobre o elenco. Pra exemplificar, numa das sequências mais tensas do filme, não há absolutamente nada de anormal em cena, todo o horror é criado sobre uma criança olhando para a escuridão atrás de uma porta confirmando o adágio que diz que o que amedronta não é aquilo que vemos, mas sim, o que não podemos ver.
Mas não tema, fã de horror, podemos ver muitas coisas ao longo de Invocação do Mal, e ouvir, também. Sobretudo no fim do filme, com uma sequência de cenas tensas e rápidas usando diferentes ângulos de câmera para passear pelos cômodos da casa onde a ação se desenrola até o clímax.
Em suma, a direção sem preguiça de James Wan, e o bom elenco tornam Invocação do Mal um programa razoável, ótimo para fãs de terror, e nenhum calvário para quem despreza o gênero. Se a tua namorada(o) quiser ver, não precisa se descabelar, entre os terrores recentes, certamente está no topo da lista.

"-Vocês têm muitos espíritos aqui, mas há um que me preocupa mais, pois é tão odioso..."

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