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segunda-feira, 16 de junho de 2014

Resenha blu-ray: Hércules


Eu estava indo muito bem esse ano. Até semana passada, o pior filme que eu havia assistido em 2014 havia sido RoboCop, que nem era tão horrível, era "apenas" ruim demais. Mas eu me enveredei por um mal caminho nas locadoras da região, e tanto por teimosia quanto por curiosidade mórbida, assisti a uma quantidade nada desprezível de filmes abaixo da crítica.
Um deles, talvez o pior de todos, é esse Hércules, também chamado de A Lenda de Hércules e Hércules - O Início da Lenda.
O longa metragem dirigido por Renny Harlin (o mesmo de Duro de Matar 2 e A Ilha da Garganta Cortada) conta a história de Hércules a partir do mito grego de Heracles, e não da perspectiva romana, mais tradicional na cultura pop.
Na trama, o conquistador grego Anfitrião (Scott Adkins) se torna rei, sua sede de poder, porém, não é aplacada com o trono, e ele segue sua trilha sangrenta de conquistas para desgosto de sua esposa Alcmena (Roxanne McKee).
Assolada pela tirania de seu marido, Alcmena reza aos deuses para que eles ponham fim aos planos maquiavélicos de Anfitrião.
Hera responde à prece de Alcmena, e permite que Zeus dê um filho à rainha mortal. Esse filho será chamado Hércules, e irá encerrar o reinado sangrento de Anfitrião.
Durante uma noite, raios e relâmpagos cortam os céus, e Alcmena, em seu leito, é fecundada pelo deus dos deuses.
Quando o bebê nasce, Anfitrião o batiza Alcides, e, sabendo que não é seu filho, diz que ele jamais será páreo para o irmão mais velho, Íficles (Liam Garrigan).
Os anos passam, e surge Alcides crescido na forma de Kellan Lutz (da Saga Crepúsculo, o que diz tudo o que precisamos saber sobre sua capacidade de atuar), ele é um jovem príncipe parrudo, apaixonado por Hebe (Gaia Weiss), princesa de Creta.
Anfitrião, porém, deseja que Hebe se case com seu primogênito Íficles, o que lhe garantiria controle sobre Creta.
Os dois jovens enamorados tentam fugir para viver seu amor longe de todos, mas acabam capturados.
Alcides, então, é enviado com uma legião de soldados de Anfitrião em uma missão suicida no Egito, onde deveria morrer. Entretanto, ele e seu capitão Sotiris (Liam McIntyre, de Spartacus) sobrevivem, são vendidos como escravos e gladiadores até retornarem à Grécia, onde Alcides adota o nome de Hércules, e maquina como recuperar Hebe, até descobrir sua verdadeira origem, e ver-se obrigado a escolher entre seus desejos humanos românticos, e suas obrigações divinas, uma trilha que o colocará em rota de colisão com seu pai adotivo, e o tornarão o maior herói de toda a Grécia!
Horrível.
Não tem absolutamente NADA de bom em Hércules. As atuações são canhestras, e nem a presença de alguns nomes conhecidos como Rade Seberdzija (Quíron) e Johnathon Schaech (Tarak) amenizam a sensação de estar assistindo teatro amador.
Os efeitos especiais são risíveis, e algumas sequências com CGI, como a luta com o leão de Neméia, são particularmente constrangedoras.
Poderiam se salvar as sequências de luta, afinal, há um bom número delas, mas não. São todas repetitivas e chatas, usando slow motion suficiente pra fazer Zack Snyder ficar com sono.
O roteiro de Sean Hood, Daniel Giat, Giulio Steve e do próprio Harlin estupra o mito grego original, tem mais buracos que uma estrada vicinal do interior do Brasil, e diálogos que são de corar de vergonha tornando Hércules um programa dos mais indigestos que não consegue nem sequer ser engraçado em sua ruindade.
Só assista se a alternativa for ter os dois olhos arrancados das órbitas com uma colher suja de sal. OS DOIS! Se for um olho só, ainda pode valer a pena...


"Pai! Eu acredito em você!"

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