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terça-feira, 9 de maio de 2017

Resenha Série: Deuses Americanos. Temporada 1 Episódio 2: The Secret of Spoon


No segundo episódio de Deuses Americanos o ritmo frenético, quase surtado do primeiro episódio arrefeceu consideravelmente.
O mais surpreendente nisso é que a série não perdeu nada com a marcha mais lenta, prova da qualidade dos roteiros de Bryan Fuller e Michael Green e da direção de David Slade, sem contar, claro, o trabalho do elenco.
O capítulo abriu com outra vinheta "Chegando à América", essa estrelada por Anansi, o deus aranha interpretado por Orlando Jones no que talvez seja o melhor trabalho de sua carreira com o monólogo que ele faz aos escravos que, no ano de 1697, são levados à América nos porões de navios negreiros. "Caralho, vocês ainda não sabem que são negros. Vocês acham que são só gente", diz o deus africano, enquanto explica a eles como serão os próximos quatrocentos anos para seu povo.
Depois desse breve pontapé no estômago (no bom sentido), as coisas retomam do linchamento que encerrou o episódio anterior, quando Shadow Moon, que é um negro na América, estava se fodendo exatamente como na previsão de Anansi até ser salvo misteriosamente.
Salvo, ou não, Shadow fica puto com a situação, e vai até Quarta-Feira em busca de respostas, mas, para seu desapontamento, ainda que seu novo chefe deixe claro que, um ataque a Shadow, é um desrespeito a ele, e não passará sem troco, ele também deixa claro que respostas não fazem parte do acordo (no que bem poderia ser uma mensagem à audiência).
Shadow tem algumas horas livres, e as usa para fazer uma faxina em seu antigo lar, o que o leva a perturbadoras descobertas sobre a vida de Laura enquanto ele esteve preso, obrigando-o a confrontar a visão que tinha dela quando estava preso, com a visão que tem dela após saber se suas traições.
Ao mesmo tempo, ele também tem a oportunidade de finalmente lamentar a morte da piranha antes de meter o pé na estrada com Quarta-Feira, que lhe diz apenas que os dois irão se reunir com um monte de gente em um dos lugares mais importantes da América, mas antes eles precisarão passar por Chicago, onde ele precisa pegar seu martelo.
Essa é a deixa para a apresentação de mais uma leva desses estranhíssimos personagens que permeiam o mundo de Deuses Americanos.
Conhecemos Media (Gillian Anderson), que fantasiada de Lucy Riccardo nos dá alguma luz sobre o mundo de Deuses Americanos e sobre as novas formas de veneração da humanidade, Czernobog (Peter Stormare, sendo Peter Stormare), Zorya Vechernyaya (Cloris Leachman, ótima), e Zorya Utrennyaya (Martha Kelly), além de passarmos mais algum tempo com Bilquis enquanto ela se alimenta da sua maneira bem particular de um variado cardápio e deixa bem claro que não gosta da forma como as coisas estão.
Ainda sobra tempo para a série se referir à questão racial de uma maneira mais sutil do que a sequência inicial com Anansi, mas igualmente acertada durante o jantar de Quarta-Feira e Shadow com Czernobog e as irmãs Zorya, e para o ex-presidiário entrar no jogo de damas mais decisivo de todos os tempos.
O segundo episódio de Deuses Americanos deu uma relaxada no ritmo do primeiro capítulo, mas não perdeu potência ao fazer referência a questão racial, política e imigração, além de uma crítica aos novos hábitos da humanidade, que de tão recorrentes criaram novos deuses, lançando alguma luz à trama da série.
E pensar que a próxima segunda-feira é só na semana que vez...

"-Tempo e atenção. Melhor do que o sangue de um cordeiro..."

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