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sábado, 20 de março de 2010

Resenha Cinema: O Livro de Eli


Ontem, como um bom fã de Denzel Washington, fui ao cinema assistir O Livro de Eli, mais recente incursão do ator à telona.
Não sabia muito bem o que esperar do filme. Fui mais por ser uma sexta-feira calorenta em Porto Alegre onde não havia muito mais o que fazer. E, quase por acidente, esbarrei no melhor filme do ano até agora.
O filme dirigido pelos irmãos Hughes (Os mesmos de Do Inferno.) mostra a terra cerca de trinta anos após uma guerra devastadora. Não são dadas explicações mastigadinhas de como foi a guerra, de que artilharia foi usada, ou qual a razão do conflito, apenas pistas.
A fotografia, muito bem utilizada, deixa o filme cinzento, quase preto e branco, o céu ganha uma cor branco prateada ofuscante, e os cenários desérticos cortados por estradas esburacadas e cobertas de cinzas evidenciam que a guerra, qualquer que tenha sido, não deixou o mundo no melhor dos estados.
Nesse cenário inóspito e abrasivo encontramos Eli (Denzel Washington, fazendo o que faz melhor), um andarilho que vaga pelos Estados Unidos rumando para o oeste munido de uma faca, uma escopeta, uma pistola, um I-Pod e um livro.
A missão de Eli é levar o livro que carrega consigo, o último exemplar da Bíblia, até o seu lugar de direito. Guiado por uma voz interior, ele anda em direção ao oeste de forma inexorável, disposto a completar sua missão.
Mas esse é um caminho cheio de percalços, que vão desde os bandidos que armam emboscadas nas estradas, maníacos e canibais, até Carnegie.
Carnegie (Gary Oldman, baita ator.) comanda uma pequena cidadela no meio do nada. Ele lidera a cidade e uma busca:
Ele procura pela Bíblia.
O livro que é um bálsamo aos desesperados e miseráveis poderá expandir a área de influência de Carnegie muito além daquele lugarejo arruinado, se ele possuir as palavras sagradas.
Obviamente Carnegie descobre que Eli carrega o livro que ele tem procurado por tantos anos, e aí começa o conflito entre os dois. O déspota arruinado que deseja usar a palavra de Deus em benefício próprio e o viajante abnegado que tenta protegê-la a qualquer custo.
Se a princípio Carnegie tenta seduzir Eli com promessas de vida fácil, comida quente, água limpa e uma bela jovem, Solara (Mila Kunis, uma graça e que não compromete no papel.), quando isso falha, ele parte para métodos mais violentos, que esbarram nas habilidades de Eli, mais do que apenas um andarilho, um guerreiro experiente protegido por uma fé inabalável, e que vai defender seu livro e sua missão, ou morrer tentando.
À primeira vista, eu sei, pode não parecer muito. Mas além dos atrativos óbvios, como as atuações sempre ótimas de Washington e Oldman, da graciosa Mila Kunis, da direção segura dos irmãos Hughes e das excelentes cenas de luta (que ao contrário do que parecia ter virado regra no cinema por "culpa" de Jason Bourne, não esconde a ação em cortes rápidos ou filmando as sequências do meio da pancadaria) com toda a elegância das técnicas de combate de Eli mostrada em belos e detalhados planos sequência (A luta dele com os bandoleiros sob o viaduto, onde só se pode ver as silhuetas dos combatentes é lindíssima.), há também uma boa história, que não trata a audiência como idiota, contando em um flashback como tudo aconteceu.
O Livro de Eli dá a cada um a chance de interpretar os indícios mostrados no filme e fazer a sua própria teoria. Existe ainda o elemento de crítica àqueles que se travestem com religião para próprio benefício, ao consumismo desenfreado, e, sobretudo, o poder da crença, afinal, Eli é protegido por seu Deus ou é apenas um lutador habilidoso com uma sorte inacreditável?
O filme traz tudo isso à baila, é entretenimento de primeira, mas pode te dar o que pensar. Na eventualidade do fim do mundo, qual seria o teu bem mais precioso?

"As pessoas tinham mais do que precisavam. Nós não tínhamos ideia do que era precioso e o que não era. Jogávamos fora coisas pelas quais mataríamos agora."

Um comentário:

  1. mas vc já leu o livro reverso escrito pelo autor Darlei... se trata de um livro arrebatador...ele coloca em cheque os maiores dogmas religiosos de todos os tempos.....e ainda inverte de forma brutal as teorias cientificas usando dilemas fantásticos; Além de revelar verdades sobre Jesus jamais mencionados na história.....acesse o link da livraria cultura e digite reverso...a capa do livro é linda ela traz o universo de fundo..abraços. ..

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