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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

Quadrinhos: Planetary - O Quarto Homem



Em meados de novembro a Panini lançou o primeiro encadernado de Planetary prometendo finalmente concluir a saga dos arqueólogos do impossível no Brasil.
Ontem, com algum atraso (já tinha a edição da Devir), comprei O Quarto Homem, livro 2 da série dos cartógrafos das fronteiras invisíveis de um mundo estranho, que lutam contra forças do obscurantismo para mapear a História secreta do mundo no Século XX.
Nesse segundo volume, composto pelas edições sete a doze da série norte-americana, o leitor segue acompanhando o olhar de Warren Ellis sobre os principais fenômenos da cultura pop dos últimos cem anos.
Na primeira história, "Nada como a Inglaterra no Verão", conhecemos Jack Carter, versão de Ellis para John Constantine.
A história, mostrando Snow, Jakita e O Baterista indo ao funeral do mago em Londres é um passeio pelos quadrinhos ingleses dos anos oitenta, com alusões nada sutis ao Monstro do Pântano, Sandman, Homem-Animal, além de uma divertida pegação de pé na reformulação de Miracle Man por Alan Moore e um pouco de auto-elogio de Ellis, ao apontar Transmetropolitan como "o futuro".
Na segunda história, a genial "O Dia em que a Terra Atrasou", conhecemos a Cidade Zero, um local secreto onde o governo dos EUA realizava experiências em dissidentes políticos durante a década de cinquenta com a desculpa da "ameaça vermelha". A história, obviamente inspirada pelos filmes de ficção científica de baixo orçamento dos anos 1950 (A começar pelo título, referência claríssima a O Dia em que a Terra Parou) tem insetos e pessoas gigantes, cães atômicos, cientistas loucos e comunistas como pedia a cartilha do gênero, mas extrapola com mulheres inocentes condenadas à "meias vidas atômicas", cérebros substituídos por campos atômicos de flocos de neve e homens invisíveis, tudo isso escrito em forma de reminiscência e com uma delicadeza exemplar.
A história seguinte, "Planeta Ficção", conhecemos Ambrose Chase, predecessor de Elijah Snow na equipe de campo de Planetary, e seu destino durante uma missão da organização para impedir um grupo de cientistas loucos de resgatar algo, ou alguém, de um lugar chamado Planeta Ficção. Essa história, assim como o confronto de Jakita e Elijah com Willia Leather no primeiro volume, se entranha mais profundamente no cânone particular de Planetary.
A ela segue-se "Magia e Perda", mostrando o que aconteceu com um bebê alienígena enviado à Terra por seus pais na iminência da destruição de seu planeta natal, um policial do espaço que tira sua energia de um elemento ativo que brilha com uma cor perfeita, e uma maravilhosa princesa enviada de uma ilha avançadíssima civilização helênica à América para tentar levar luz aos homens quando foram interceptados pelos Quatro.
Depois, "Mundo Frio", que apresenta John Stone, (que é uma alusão a James Bond, sim, mas especialmente ao Nick Fury de Jim Steranko como fica óbvio na capa da edição original), agente secreto mais velho do mundo e que tem pistas sobre o passado parcialmente esquecido de Elijah Snow, e finalmente "Memória Nublada", onde a verdade sobre o quarto homem de Planetary vem à tona.
Os roteiros espertíssimos de Ellis, a arte lindona de John Cassaday, com Laura Martin e David Baron garantem a manutenção da qualidade de uma história em quadrinhos que merece, mais do que ser lida, ser degustada.
Quer investir bem vinte pilas? Compre Planetary. R$ 19,90 por um belo gibi com capa em papel cartão, papel WTC no miolo, e sete histórias de primeiríssima qualidade.

"-...Eu sou o vilão... O único aqui que sabe a história... Se me matar, o filme jamais acabará...
-Somos arqueólogos. Vamos escavar e entender tudo em poucos anos. Fim."

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