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sábado, 16 de agosto de 2014

Resenha Cinema: As Tartarugas Ninja


Quem regula de idade comigo certamente conheceu as Tartarugas Ninja na época do programa da Xuxa. No início dos anos oitenta, a rainha dos baixinhos dominava as manhãs da Globo com sua seleção de desenhos animados que incluía Capitão Planeta, He-Man, Caverna do Dragão, e os quelônios marciais que se tornaram, ainda que brevemente, um tremendo fenômeno de vendas entre a molecada.
Eu tinha bonecos, livros de colorir, álbuns de figurinhas, gibis, assistia aos desenhos e aos longa-metragens das tartarugas.
Vi As Tartarugas Ninja II - O Segredo de Ooze no cinema não uma, nem duas, mas três vezes (Depois gastei o VHS). Não sei quantas vezes assisti ao primeiro filme no vídeo cassete da minha avó (era um artigo meio luxuoso quando eu era criança, nem todo mundo tinha...), e também vi e revi o terceiro filme, quando as tartarugas inexplicavelmente viajavam no tempo...
Claro que, a segunda onda das Tartarugas, já no começo dos anos 2000 com a série live action que passava nas manhãs da Globo e que acrescentava uma tartaruga fêmea (Shinobi, talvez fosse seu nome?) ao quarteto principal, e depois, ainda mais recentemente, o desenho TMNT da Nickelodeon, eu já estava meio velho e impaciente demais pra me interessar, mas a verdade é que os répteis mutantes com nomes de pintores renascentistas ainda tinham um lugarzinho nas minhas afeições infantis que garantiram que, anos atrás, quando confirmaram que Michael Bay seria o responsável pelo reinício das tartarugas no cinema, eu chiei quando se especulou que elas seriam alienígenas, e não mutantes.
Nós, nerds, somos puristas, especialmente com nossas afeições infantis.
Uns bons quatro anos se passaram desde então, e o filme produzido por Bay ganhou a direção de Jonathan Liebesman, de Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles e Fúria de Titãs 2, roteiro de Andre Neméc e Josh Appelbaum (Missão: Impossível: Protocolo Fantasma) e Evan Daugherty (Branca de Neve e o Caçador, Divergente), seria estrelado por Alan Ritchson (O Aquaman de Smallville), como Rafael, Noel Fisher (Michelangelo), Jeremy Howard (Donatello), além de Pete Ploszek como Leonardo e Danny Woodburn (Seinfeld, Watchmen) como o mestre Splinter, todos atuando com captura de performance estilo Gollum.
Após o fim das filmagens, Ploszek e Woodburn foram dublados respectivamente por Johnny Knoxville (Jackass) e Tony Shalhoub (Monk, Sem Dor, Sem Ganho).
No elenco que nós veríamos em cena, William Fichtner (O Cavaleiro Solitário) ganhou o papel de Eric Sachs, um dos vilões do filme, Will Arnet (Arrested Development) seria o câmera man Vernon Fenwick e para alegria de todos os homens do mundo, a intrépida repórter April O'Neil ganhou o rostinho lindo e o corpo gostoso de Megan Fox.
Como a Megan Fox, sozinha, já me faria ir ao cinema ver o filme, ontem eu estava a postos para conferir o longa que, na pior das hipóteses, me permitiria curtir a morena mais fabulosa do universo por 101 minutos, e, na melhor, teria algumas boas sequências de ação e comédia.
Longa conferido, posso dizer que Michael Bay, Liebesman, Nemec, Appelbaum e Daugherty conseguiram, com seus poderes, construir mais um blockbuster genérico para uma geração de retardados.
O longa conta a história das tartarugas ninja, quatro quelônios geneticamente alterados por um experimento humano que se tornaram criaturas humanoides de imensa força física. Criadas pelo mestre Splinter, uma ratazana afetada pelo mesmo agente mutagênico, as tartarugas foram treinadas na arte do ninjitsu para manterem-se focadas e disciplinadas, mas, também, para combater o temível Clã do Pé, uma organização criminosa que não hesita em pisotear quem quer que se interponha entre eles e os objetivos nefastos de seu líder, o Destruidor.
Vivendo em absoluto segredo nos esgotos de Nova York, o caminho das tartarugas se cruza com o da repórter April O'Neil, que, cansada de fazer o noticiário levinho do canal 6, pretende se tornar uma jornalista séria, e, para tanto, está disposta a se colocar em risco para conseguir A grande matéria sobre o grupo que ameaça a cidade e os misteriosos vigilantes secretos que ousam combatê-los.
Quando April consegue, finalmente descobrir quem e o quê são os guardiões ocultos da cidade, ela e as tartarugas ninja precisam trabalhar juntos para impedir que o plano definitivo do Destruidor acabe com Nova York.
Va lá... As Tartarugas Ninja não chega a ser ruim como outros remakes blockbusters genéricos recentes. Está anos-luz à frente de coisas como O Vingador do Futuro, RoboCop e mesmo os dois Fúria de Titãs. Inclusive começa bem, com uma bela sequência animada situando o espectador no mundo das tartarugas, Megan Fox, o visual dos protagonistas está muito bacana, criando um equilíbrio entre o design agressivo originalmente criado por Eastman e Laird para os quadrinhos e a personalidade galhofeira dos quatro irmãos nos desenhos animados, Megan Fox, belas sequências de ação filmadas de maneira a permitir que o espectador efetivamente veja tudo o que está na tela ao invés do fetiche visual bagunceiro que Bay tornou regra em Transformers, Megan Fox, sequências de comédia genuinamente engraçadas, em especial as encabeçadas por Michelangelo e, claro, Megan Fox.
Ainda assim, o filme tem sérios defeitos.
O plano do Destruidor foi copiado do Lagarto em O Espetacular Homem-Aranha, tirar o foco das Tartarugas, que têm uma dinâmica de família que realmente funciona, em especial quando encarnam numas de nerdice adolescente, e colocá-lo na repórter April (por mais linda e gostosa que seja a Megan Fox ela não é lá uma grande atriz, e o arco "dramático" que o roteiro dá a ela é simplesmente risível) é um tiro no pé, dividir a atenção entre dois vilões, também é bobagem, especialmente porque o cientista malvado Sachs rouba o foco do Destruidor, de quem pouco sabemos e que acaba reduzido praticamente em um robô samurai gigante (quase igual ao Samurai de Prata de Wolverine - Imortal).
A mudança na origem dos heróis também é desnecessária e boba (vá lá... Mais boba), com Splinter aprendendo ninjitsu sozinho em um livro para então ensiná-lo às tartarugas, e há uma ligação passada entre eles e April que é absolutamente desnecessária, além, claro, daquela tradicional hiper exposição que se tornou regra em um cinema feito pra uma geração que não consegue olhar pra tela do cinema por quinze minutos sem dar uma olhada no WhatsApp.
Ainda assim, considerando tudo, Tartarugas Ninja não é horrível, e, se considerarmos que é um filme da Nickelodeon com um público alvo bem específico, é até razoável.
Assista no cinema se você for fã de longa data das Tartarugas Ninja, ou se é apaixonado pela Megan Fox (e quem não é?), o 3D é bonito, e vale a pena.

"-O quê são vocês?
-Somos ninjas.
-Somos mutantes.
-Tecnicamente somos tartarugas.
-E somos adolescentes. Mas conseguimos conversar como adultos...
-Então vocês são... Ninjas mutantes tartarugas adolescentes?
-Quando você coloca dessa forma soa ridículo."

Um comentário:

  1. Os personagens deste filme sempre me agradar. É um filmes infantis que não só é atraente por causa de sua criatividade, porque o negócio ir que apenas se destaca no filme, entre este ator Will Arnett, que como visto nas histórias de outras crianças com sucesso no cinema é.

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