Pesquisar este blog

quarta-feira, 3 de agosto de 2016

Top 10 Casa do Capita: Os Melhores Vilões de Adaptações de Quadrinhos

Esquadrão Suicida se avizinha, nerdalhada. A superequipe da DC formada pelo pior do pior está logo ali, já diria Fernando Vanucci, e é no clima da Força-Tarefa X de Amanda Waller em sua missão de utilizar a escória do universo DC para algum objetivo mais nobre, que mais um infame top-10 Casa do Capita toma forma.
Na listinha a seguir, vamos elencar os dez vilões que fizeram com mais garbo, maldade e elegância a transição das páginas dos gibis para as telas do cinema e da TV.
À lista:

10 - O Mandarim (Ben Kingsley, Homem de Ferro 3, 2013)


"Tu tá de sacanagem, né? O Mandarim?"
Eu sei, eu sei... No final das contas Trevor Slattery era só uma isca engendrada por Aldrich Killian (Guy Pearce), o verdadeiro antagonista de Homem de Ferro 3... Verdade, mas até o momento em que esse esquema idiota e infeliz era exposto, o Mandarim era um puta vilão!
O personagem que aparecia na TV sob a flâmula dos Dez Anéis era um brilhante amálgama de todos os medos xenófobos norte-americanos com a voz, o vernáculo e a carranca de um Osama Bin Kingsley de meter medo.
Suas declarações televisivas repletas de espetáculo, lições de História e ameaças veladas eram sensacionais e o mero fato de que ele não ser, de fato, o vilão do filme ter estragado a experiência de tanta gente no cinema (eu me incluo aí) já é testemunho do quão acertada era a direção seguida por Kingsley até o absurdo "desvio Slattery" engendrado por Shane Black, e de que mesmo a melhor das ideias pode avacalhar uma trama se for mal aproveitada.

9 - Obadiah Stane (Jeff Bridges, Homem de Ferro, 2008)


Que belo engano, não? O primeiro filme produzido pelos estúdios Marvel apresentou um ótimo vilão, um artigo que se tornou mais e mais raro a cada filme do estúdio da Casa das Ideias...
O Obadiah Stane interpretado por Jeff Bridges no primeiro Homem de Ferro tinha um equilíbrio que a Marvel teria sérias dificuldades de reproduzir dali pra frente. O industrial tinha objetivos e métodos extremamente críveis dentro da realidade proposta no longa, e transitava entre um jeitão camarada e paternal de ser com tanta naturalidade diante de Tony (Robert Downey Jr.) que, ali pela metade do filme, em especial na sequência da pizza, era até uma lástima que ele fosse o malvado do filme.
O jeito bonachão estilo "tio Obi" ser apenas uma máscara para um sujeito vil e desprezível capaz de apunhalar seu pupilo e amigo pelas costas era de cortar o coração, e isso, por si só, já deixava clara a excelência do trabalho de Jeff Bridges na interpretação e do diretor Jon Favreau na condução do personagem.

8 - Lex Luthor (Kevin Spacey, Superman - O Retorno, 2006)


Durante muito tempo, o Lex Luthor definitivo, pra mim, seria uma mistura do personagem vivido por Gene Hackman nos filmes 70/oitentistas estrelados por Christopher Reeve, com o vilão que John Shea interpretou nas primeiras temporadas do seriado Lois & Clark: As Novas Aventuras do Superman.
Era provavelmente porque essa mistura, na minha cabeça, seria basicamente o Luthor da reformulação pós-Crise nas Infinitas Terras de John Byrne, a minha versão favorita do vilão careca.
Quem mais chegou perto dessa minha versão idealizada de Lex Luthor foi Kevin Spacey, que em Superman - O Retorno, interpretou o mesmo personagem de Hackman mas ofereceu-lhe, além da megalomania galhofeira do intérprete original da "Maior Mente Criminosa de Nosso Tempo", uma qualidade sinistra, uma perspicácia psicopata e um impulso homicida que ficavam evidenciados em diversos momentos do longa, como na sequência em que ele explicava o mito de Prometeu, quando falava com Lois Lane (Kate Bosworth) no iate a respeito de seu plano, ou quando apunhalava o Superman (Brandon Routh) com um punhal de Kryptonita.
Ao tornar o Luthor setentista mau de verdade, e lhe dar a inveja que é o cerne do ódio do vilão por Superman, Kevin Spacey ganhou um espaço nessa galeria, e merecia um filme à altura de seu talento.

7 - Duende Verde/Norman Osborn (Willem Dafoe, Homem-Aranha 2002)


Visualmente equivocado, mas magnificamente idealizado por Sam Raimi e interpretado por Willem Dafoe, o vilão do primeiro Homem-Aranha conseguia a proeza de não ser um mero acessório no filme do herói.
Durante os dois primeiros atos de Homem-Aranha, a audiência acompanhava em paralelo as histórias de Peter Parker (Tobey Maguire) e de Norman Osborn, e antevia o momento em que seus caminhos se cruzariam tornando-os nêmeses definitivas.
Se a armadura verde e o capacete estático não eram o melhor dos visuais, Dafoe conseguia, através das aberturas da máscara, mostrar seus olhos de maluco e sua bocarra retorcida num sorriso tenebroso oferecendo seu próprio rosto para avivar a figura sobre o planador.
Se nada disso te convencer da importância de Dafoe, deixa eu te lembrar que ele "foi Gollum" antes do próprio Gollum, na ótima sequência em que, diante do espelho, Norman travava diálogo com a personalidade homicida do Duende.

6 - General Zod (Michael Shannon, O Homem de Aço, 2013)


O Homem de Aço é um filme irregular. Muito de seus problemas está, óbvio, na mão pesada de Zack Snyder, um diretor com sérios problemas para conduzir narrativas, mas que compensa isso com uma ótima noção de visual e excelente coreografia de ação.
Se o longa que, em 2013, recontou o mito do Superman claudicava na superexposição, na onipresença por vezes risível da Lois Lane de Amy Adams e exagerava na apocalíptica luta final, não é menos verdade que tinha lá seus acertos.
Um dos maiores foi a abordagem do General Zod, vilão vivido por Michael Shannon, um dos poucos, senão o único dos vilões da história recente do cinema que tinha uma boa razão para seus planos genocidas de destruição da Terra.
Zod era um militar criado desde a matriz genética para proteger Krypton e garantir a manutenção de sua espécie a qualquer custo, logo, sete bilhões de vidas humanas (e uma kryptoniana, a de Kal-El), pareciam-lhe naturalmente um preço bastante justo a pagar pela reconstrução de seu planeta natal.
O discurso carregado de amargura de Zod após a destruição do Motor Mundo e da incubadora que faria os Kryptonianos que habitariam a Terra era o testemunho de um personagem com um objetivo de verdade, e por isso, mais sua sádica sanha vingativa, Zod ganha um posto aqui.

5 - Bane (Tom Hardy, Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge, 2012)


O terrorista que "foi expulso de uma gangue de psicopatas" e retornou como seu líder para cumprir o destino de Ra's Al Ghul à frente da Liga das Sombras só não ocupa um lugar mais alto nessa lista porque deixar o homem mais perigoso do mundo numa prisão de onde qualquer um pode fugir se tiver uma vontade pétrea o suficiente é um péssimo plano...
Ainda assim, o vilão interpretado por Tom Hardy no segmento final da trilogia das Trevas de Christopher Nolan merece seu lugar ao sol. Ameaçador física e intelectualmente, a massa de músculos volumosos com uma voz que soava como Sean Connery através de um interfone com chiado era um sinistro e formidável oponente para o cavernoso cavaleiro das trevas de Christian Bale.
A sequência de luta dos dois antagonistas na galeria de esgoto era épica, e a forma como Bane alardeava sua superioridade ao Batman enquanto tratava as habilidades do cruzado encapuzado com rancorosa condescendência ou a maneira imperativa com que ele garantia que o alquebrado Bruce Wayne só morreria quando ele permitisse são apenas dois dos momentos memoráveis do vilão ao longo do filme.
Graças à abordagem de Nolan e ao talento de Hardy, o nanico ator inglês de 1,75 metro não ficava devendo nada em termos de intimidação ao Bat-Bale de quase 1,90, e quando Bane quebrava o maior detetive do mundo, nós não nos sentíamos enganados.

4 - Wilson Fisk (Vincent D'Onofrio, Demolidor, 2015)


No terceiro episódio da primeira temporada de Demolidor, foi apresentado o Wilson Fisk de Vincent D'Onofrio.
De suas primeiras palavras, dizendo que uma pintura o fazia se sentir sozinho, até sua luta derradeira com o herói de Hell's Kitchen passando por suas explosões de ira e seu modo quase infantil de se comportar nos primeiros encontros com Vanessa (Ayeleth Zurer), D'Onofrio edificou, junto com os roteiristas e diretores da série, um dos mais complexos e humanos vilões de uma adaptação de quadrinhos para qualquer mídia.
O comportamento errático, a forma como, mesmo tranquilo, ele parece à beira de um ataque de fúria que poderá culminar com uma cabeça esmigalhada, a frieza superficial recheada da personalidade de um homem com sérios problemas psicológicos, tudo isso embrulhado na abrutalhada figura de D'Onofrio, com mais de um metro e noventa e cento e trinta generosos quilos de ódio tornaram Wilson Fisk, o Rei do Crime, um personagem incrivelmente rico, humano, palpável e ameaçador capaz de roubar a cena em uma série cheia de personagens interessantes e bem construídos, e lhe garantiu um lugar próximo do topo da lista.

3 - Loki (Tom Hiddleston, Thor, 2011, Os Vingadores 2012, Thor: O Mundo Sombrio, 2013)


Se fosse apenas por popularidade, talento e carisma, Loki certamente poderia estar até mais perto da ponta nessa lista.
O deus nórdico da mentira, afinal de contas, conseguiu a proeza de roubar o filme do loiro, alto, forte e bonito Chris Hemsworth não uma, mas duas vezes, e bater de frente com o dono da festa Robert Downey Jr. em Os Vingadores.
O vilão que surgiu como um adotado cujo complexo de inferioridade ameaçava destruir uma espécie inteira em Thor, evoluiu para um déspota com delírios de domínio global em busca de adoração em Os Vingadores e finalmente se tornou um aliado relutante do irmão bonzinho em Thor: O Mundo Sombrio é interpretado com galhardia ímpar por Tom Hiddleston, um ator cheio de recurso dramático que obviamente se diverte às ganha quando incorpora o vilão.
Maquinador, manipulador, mesquinho e divertidamente cínico, Loki finalmente ascendeu ao trono de Asgard após forjar a própria morte, e eu só posso imaginar que não era o único no cinema torcendo pelo vilão que se estabeleceu com justiça como um dos melhores antagonistas dos "filmes de gibi", e senta em um merecido lugar no pódio.

2 - Magneto (Ian McKellen/Michael Fassbender, série X-Men, 2000 a 2014/2011 a 2016)


A coisa mais importante de Magneto não é a extensão de seus poderes quase divinos, nem sua pétrea determinação ou pungente inteligência.
Não...
A coisa mais importante, e assustadora a respeito de Magneto, é que ele está certo.
Na realidade estabelecida no universo dos X-Men, seja nos quadrinhos, nos desenhos ou na longeva série cinematográfica, o ódio da humanidade pelos mutantes jamais se apaga completamente, e sempre haverá algum episódio capaz de reacendê-lo quando ele eventualmente entra em estado dormente.
Como representante não de uma, mas de duas minorias oprimidas, é perfeitamente natural que Eric Lehnsherr jamais descanse em sua furiosa obstinação de impedir, não importa de quê maneira, que o mesmo destino de seus compatriotas durante a Segunda Guerra Mundial recaia sobre seus irmãos mutantes.
Interpretado com maestria pelos ótimos Ian McKellen e Michael Fassbender, Magneto é ao mesmo tempo uma força irresistível e um objeto inamovível, com uma lógica que não pode ser negada e um lugar reservado no pódio desta lista.

1 - Coringa (Batman - O Cavaleiro das Trevas 2008)


O Coringa sempre teve lugar garantido em qualquer rol de vilões que se dê ao respeito, mas nenhuma encarnação do príncipe palhaço do crime alcançou o patamar da versão trazida à vida por Heath Ledger para o espetacular Batman: O Cavaleiro das Trevas, dirigido por Christopher Nolan.
O assassino caótico que só quer ver o mundo pegar fogo é a antítese definitiva do Batman de Christian Bale, levando o homem-morcego ao seu limite mental ao enredá-lo em uma complexa trama de assassinato e corrupção numa disputa pela alma de Gotham City e de seu mais iluminado campeão.
Heath Ledger criou um retrato icônico e soberbo do personagem ao misturar uma versão modernizada do visual clássico do palhaço, com o terno roxo e a maquiagem facial anárquica, com a tintura branca mal aplicada, o negro ao redor dos olhos e o batom vermelho cobrindo a cicatriz do "sorriso glasgow" combinando-se à uma série de tiques nervosos, uma voz que podia subir ou descer duas oitavas durante um mesmo diálogo, indo de um tom quase amigável e bufão até um rosnado gutural, e um caminhar que, da mesma forma, imitava o modo de um palhaço andar, enquanto os ombros se arqueavam como os de uma hiena.
Agraciado com um Oscar póstumo além de várias outras premiações, e tendo estabelecido um patamar elevadíssimo para um personagem que já tinha cadeira cativa no imaginário nerd, o Coringa de Heath Ledger ganha o merecido posto no lugar mais alto do pódio, e torna a missão de Jared Leto em O Esquadrão Suicida ainda mais indigesta.

Nenhum comentário:

Postar um comentário