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terça-feira, 13 de agosto de 2019

Resenha Série: The Boys, Temporada 1, Episódio 6: The Innocents


Após termos um vislumbre do tamanho da conspiração engendrada pela Vought para transformar bebês em super-humanos os enchendo de Composto-V desde a maternidade os rapazes começam a pensar no que fazer com essa informação que mostra, não apenas que a maior empresa dos EUA está colocando crianças em risco, mas também que a sua história a respeito de os super-heróis serem escolhidos por Deus é uma fraude.
Antes de dar o próximo passo na guerra contra os super, porém, Billy precisa ter uma conversa com Hughie.
O líder da equipe anti-super-heróis não está satisfeito com a proximidade entre o novato e Luz-Estrela, e percebe que, o que deveria ser um meio para um fim, está se tornando mais do que isso.
A conversa entre os dois leva a um bem-vindo momento para sabermos mais sobre Butcher, que até aqui era pouco mais do que uma pilha de raiva e tiradas sarcásticas. O background do sujeito justifica plenamente seu ódio pel'Os Sete em geral, por Capitão Pátria em particular.
A esposa de Billy, Rebecca, desapareceu sem deixar rastros há oito anos, após ser violentada pelo super-herói mais poderoso do mundo.
Para Billy, todos os super são o inimigo, e enquanto Hughie parece estar começando, aos poucos, a superar a perda de Robin por conta de sua proximidade com Annie/Luz-Estrela, Butcher não é capaz de aceitar a perda de Becca. Mais do que isso, ele não acredita que deva, pois seria o mesmo que aceitar um sistema corrupto e falido que permite que criaturas super-poderosas a serviço de uma mega-corporação andem pelas ruas colocando vidas em perigo de maneiras impossíveis.
Isso nos leva a uma cena cheia de humor negro em um grupo de apoio para pessoas transformadas em "dano colateral" pela ação de super-heróis (indo de uma mulher que ficou paralisada após ser salva de forma meio desajeitada por um super a um sujeito que teve uma amputação tenebrosa durante uma aventura sexual com uma heroína), e então ao banco da praça que vimos Billy vigiando de seu apartamento no flashback em The Female of the Species. O último lugar onde Becca Butcher foi vista com vida, e lá, Karl Urban finalmente tem a oportunidade de demonstrar um pouco mais do que palavrões e caras de maluco, e entregar um pouco de drama ao pedir que Hughie jamais esqueça quem é o inimigo.
Mas isso não é tudo o que está acontecendo.
A revelação de Luz-Estrela na Eu Creio Expo deu o que falar, e, novamente, Madelyn Stillwell não conseguiu ler a situação que se desfraldava diante dela já que o apoio à jovem super-heroína alcançou as alturas após seu discurso no evento religioso. Sua revelação sobre ter sido assediada na chegada a'Os Sete inclusive respingou feio em Profundo, e, somado à sua desastrada tentativa de resgate do golfinho, acabou causando seu remanejo para Ohio em meio ás gravações do reality show "Supers na América", que deve servir como propaganda para ajudar a aumentar a aceitação dos super-heróis nas forças armadas.
É nesse segmento que temos um vislumbre das verdadeiras origens do Capitão Pátria, criado isolado em uma sala azulejada sem nenhum contato humano, o que explica, em grande parte, a sua gravíssima patologia mental.
E, enquanto Hughie e Billy tentam acertar os ponteiros, Frenchie convence Leitinho a ajudá-lo a contatar Mesmer.
Na adolescência um super-herói capaz de ler a mente das pessoas ao fazer contato físico, Mesmer cresceu e ganhou a cara de Haley Joel-Osment (que, assim como Rodrigo Maia e o Sam Tarly de Game of Thrones tem aquelas caras que não dá pra evitar de querer dar um bofetão), e se tornou um fracassado que ganha a vida assinando boxes em DVD da sua antiga série de TV em convenções frequentadas por figuras aleatórias como o velocista de segunda linha Onda de Choque, Tara Reid e Billy Zane...
A ideia de Frenchie funciona, e, através de Mesmer, eles descobrem, não apenas que a moça se chama Kumiko, mas que ela tem uma história de vida trágica, tendo sido sequestrada ainda na infância por um grupo terrorista que treinou ela e o irmão para se tornarem parte das tropas e que sua transformação em super não foi mero acaso, mas parte de um esforço deliberado para criar super-terroristas.
De posse dessa informação Billy busca a ajuda de Raynor no FBI, mas descobre que os rapazes estão por sua conta, uma posição bastante desconfortável já que eles podem ter confiado na pessoa errada...
The Innocents foi um bom episódio de The Boys (meu favorito ainda é Good for the Soul, mas este ficou em um segundo lugar bem próximo). Finalmente a equipe de produção parou de acenar e sugerir motivações e backgrounds para realmente nos mostrar porque essas pessoas são quem são.
Uma das maiores provas de força desse capítulo é a performance de Urban e de Antony Starr, que está fazendo de Capitão Pátria um dos maiores psicopatas da TV recente.
Além deles, há um comentário esperto a respeito da manipulação da imagem, e escalar Haley Joel Osment como o herói-mirim que hoje está na pior é uma sacada de meta-linguagem que, por mais óbvia que possa parecer (Birdman que o diga), merece crédito.
The Innocents teve um equilíbrio entre personagens, humor e trama que teria sido muito bem vindo desde o início da série, mas que, se for mantido nos próximos dois episódios, pode me deixar quase ansioso pela segunda temporada.

"-De onde eu estava vendo parecia que você estava com a língua enfiada na garganta do inimigo."

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