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terça-feira, 6 de agosto de 2019

Resenha Série: The Boys, Temporada 1, Episódio 2: Cherry


O segundo episódio de The Boys continua de onde The Name of The Game havia parado. Hughie, Butcher e Translúcido na loja de áudio e vídeo destruída após o ataque do super-herói pervertido e eletrocutado que agora jaz no piso coberto de vidro do local, e, enquanto a polícia se aproxima, Hughie descobre a última coisa que gostaria:
Butcher não é, de fato, um agente do FBI.
Ele é um servidor privado fazendo seu serviço como melhor lhe apraz e trabalhando a quem quer que pague, e, nesse momento, seu negócio parece ser matar supers. Parece.
Pois Translúcido não está de fato morto, e a pele impenetrável do membro invisível d'Os Sete vai demandar que nossos heróis procurem por ajuda especializada para realizar a queima de arquivo de que eles desesperadamente precisam antes que o resto da super-equipe e as autoridades saiam no encalço da dupla.
É onde entra Frenchie (Tomer Capon), que parece um traficante de armas comum, com uma parceira linda (Jordana Lajoie) e um esconderijo relativamente secreto e que obviamente não gosta quando Butcher surge na sua porta com Hughie e um super-herói no porta-malas.
Após alguma trepidação, porém, parece que Frenchie não sabe resistir a um qiebra-cabeças e ele eventualmente se junta aos rapazes para descobrir como matar Translúcido.
Enquanto isso Annie começa a descobrir que a vida de membro d'Os Sete não é exatamente o que ela esperava.
Além de ter que montar parceria com Profundo, que a assediou sexualmente no capítulo anterior, e descobrir que suas missões e patrulhas pela super-equipe são decididas por uma equipe de relações públicas e acompanhadas por equipes de filmagens, ela eventualmente também aprende que não é mais a dona de seus poderes ou de sua imagem, e que mesmo ações nobres como impedir um crime podem respingar violentamente sobre ela se a Vought não estiver de acordo com suas ações.
Falando em ações da Vought, Stillwell está disposta a tudo para aumentar o valor de sua empresa. Ela inclusive está disposta a armar descaradamente contra qualquer um que se oponha a seu projeto de tornar os supers parte das forças armadas dos EUA, conforme fica clara na nauseante (é preconceituoso de minha parte dizer isso?) cena entre o senador Calhoun (David Andrews) e a bartender que não é exatamente o que parece. Mas esse político não é a única coisa no prato da executiva.
O prefeito de Baltimore que o diga.
Capitão Pátria deixa bem claro para sua chefe que não quer apenas parecer boa-pinta e poderosos para as câmeras. Ele é o super-herói mais poderoso do mundo e quer tomar parte nas decisões em todos os âmbitos, das missões da equipe aos projetos corporativos e à política, e, na imagem nada sutil do poder absoluto corrompendo absolutamente, não está disposto a abrir mão de tudo aquilo a que supõe ter direito.
Cherry é um episódio bastante vagaroso da série. Muito focado em falatório exceto pela cena de ação com Luz Estrela em seus trajes civis parece ter uma necessidade de enfiar na cabeça da audiência como é a filosofia super-heroica desse universo através de repetição, e isso acaba enchendo um pouco o saco. Ao final do primeiro capítulo já estava cristalino que, em The Boys, super-heróis são pessoas comuns pioradas, como se os super-poderes que lhes dão habilidades aumentadas também fizessem suas características mais abjetas aumentar em proporção geométrica.
Também falta um pouco de sutileza ao sub texto de determinadas cenas (Stillwell conversa com Capitão Pátria enquanto tira leite do próprio peito... Certo, ele tem uma relação algo edipiana com a mulher que, literalmente cuida de sua vida), mas ainda há elementos o suficiente na série para manter a audiência (a minha, pelo menos) por perto e ver como as coisas andam na sequência.

"-Eu sou o Capitão Pátria, e eu posso fazer o caralho que eu quiser."

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