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terça-feira, 26 de novembro de 2019

Resenha Série: O Mandaloriano, Temporada 1, Episódio 2: Capítulo 2: A Criança


Uma Nova Esperança.
É isso que O Mandaloriano representa para Star Wars após Jar Jar Abrams e Rian Johnson aleijarem a franquia sob as mãos de ferro do império, digo, da Lucasfilm de Kathleen Kennedy.
O primeiro episódio da série fora uma aula de como se faz Star Wars sem precisar reciclar histórias já contadas, e nem tampouco jogar a mitologia da série pela janela enquanto sapateia em seus personagens clássicos.
Na verdade, Capítulo Um (o econômico título do primeiro episódio) conseguiu exalar Star Wars por cada poro e ainda ampliar a mitologia da série quando Mando (o "nome" do protagonista a partir de agora, cortesia de Kuill) descobriu que seu alvo de cinquenta anos de idade é um bebê da raça de Yoda, um dos mais poderosos Jedi da história da ordem.
De posse de seu prêmio, o caçador de recompensas ainda precisa enfrentar alguns concorrentes trandoshanos que imediatamente descobrem que não é bolinho tentar tirar o ganha-pão de um mandaloriano, apenas para encontrar sua espaçonave depenada por Jawas (sugerindo que o planeta em questão é Tatooine, talvez?).
Após tentar recuperar suas peças num entreveiro desigual contra um sandcrawler dos obstinados recicladores espaciais, Mando se vê preso em um planeta hostil sem ninguém a quem recorrer, exceto Kuill, que está disposto a intermediar um acordo entre o caçador de recompensas e os larápios.
O preço que os pequenos roedores do deserto demandam para devolver as partes roubadas da espaçonave, porém, pode ser mais do que o mandaloriano é capaz de pagar, a menos que ele receba ajuda, ainda que da mais improvável das fontes...
Capítulo 2: A Criança é outra pequena joia que abarca tudo aquilo que os fãs de Star Wars amam. Os figurinos, a trilha, os personagens e o tom que a série escolheu para si, é tudo Star Wars em seu mais puro estado.
Além de todos esses acertos, a série mostra que seu protagonista não nasceu pronto, e começa a desenvolver sua personalidade a medida em que relação entre o caçador de recompensas e seu prêmio começa a ser erigida.
Mando, após lutar contra os trandoshanos, está ferido, e por duas vezes o bebê tenta curá-lo. Alheio à essa demonstração de gratidão de seu alvo, o caçador de recompensas simplesmente coloca a criança de volta em seu berço, mas ao final do episódio, essa dinâmica parece ter mudado sensivelmente.
Outro elemento que pode ter gerado essa alteração, é Kuill.
O personagem de Nick Nolte (que bom que pudemos voltar a vê-lo) é tudo aquilo que Mando não sabia que havia na galáxia. Honesto, prestativo, generoso e abnegado, ele sai de seu caminho não uma, mas duas vezes para ajudar o mandaloriano. E não deseja nada em troca, exceto um obrigado. Seu bordão "E tenho dito", deveria entrar no vernáculo de fãs de Star Wars toda a vez que fizerem algum gesto desinteressado de gentileza por um estranho. Certamente é possível que o comportamento do velho Ugnaught seja um dos catalisadores em alguma mudança na forma de Mando ver o universo iniciando o que possivelmente seja a jornada do protagonista ao longo da temporada.
Capítulo 2: A Criança não é apenas o veículo de ótimas sequências de ação, mas nos acena com qualificado desenvolvimento de personagem e revelações que podem reverberar por toda a mitologia de Star Wars, enquanto pavimenta caminho para o que deve ser um explosivo terceiro episódio. Iremos descobrir o que o Império quer com o bebê? Mando irá finalizar o acordo conforme o combinado a despeito dos eventos desse episódio?
Com mais um excelente capítulo, que consegue encaixar tanto conteúdo em pouco menos de meia hora, o diretor Rick Famuyiwa faz um trabalho fantástico mantendo o alto nível do piloto.
A série se consolida como o melhor exemplar de Star Wars em mais de uma década, capturando a velha magia da série, do ritmo, ao humor, à aparência e ao sentimento que os antigos filmes criavam. E após apenas dois episódios, eu já começo a me preocupar com o vazio que a série irá deixar quando a curta temporada de oito episódios terminar...
Que venha o terceiro capítulo.

"-Eu sou um Mandaloriano. Armas são minha religião."

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