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quarta-feira, 18 de março de 2020

Resenha Cinema: Bloodshot


Os últimos filmes de Vin Diesel explicam em muito porque é que nós já estamos nos aproximando do décimo Velozes e Furiosos. Quando assistimos porcarias como Triplo X ou Riddick, fica claro que sem os filmes da franquia de carrinhos e assaltos que, a despeito da má qualidade geral de seus filmes, segue faturando nas bilheterias, é provável que Diesel já tivesse morrido de fome porque, afinal de contas, ele dificilmente iria conseguir viver só de dizer "Eu sou Groot" nos filmes da Marvel.
Talvez a veia nerd de Diesel, aliada à popularidade de longas baseados em quadrinhos tenham sido responsáveis por levá-lo a estrelar a adaptação de Bloodshot como tábua de salvação para sua vida após o fim da franquia V&F (se ela realmente se encerrar após o décimo filme...).
O filme dirigido por Dave F. Wilson, diretor de efeitos visuais fazendo seu debute como diretor de longas metragens, baseado em um quadrinho da Valiant Comics conta a história de Ray Garrison (Diesel), um Black Ops fodão que realiza missões insanas em nome do governo dos EUA. Ele é capacitado, implacável e durão.
Após sua mais recente missão bem-sucedida, Ray volta pra casa e viaja com sua esposa Gina (Talulah Riley) a uma bela cidade costeira da Itália, apenas para ser capturado por Martin Axe (Toby Kebbel) um terrorista sádico e dançarino que tortura e mata Gina, e então Ray.
Quem dera o filme tivesse terminado nesses dez minutos, mas infelizmente não é o caso. Ray desperta no laboratório de última geração da Rising Spirit Tech onde o doutor Harting (Guy Pearce) lhe explica que faz parte de uma organização secreta que reabilita soldados feridos em missões pelo mundo.
Ray é o maior sucesso de Harting, pois se o cientista já foi bem-sucedido substituindo membros perdidos e órgãos destruídos em outros soldados, Ray é o primeiro homem trazido de volta da morte através da aplicação de nanitas (insetos robôs microscópicos) em seu sangue.
Esses pequenos nano-robôs dão a Ray força e velocidade sobre-humanos, a capacidade de invadir sistemas eletrônicos e de regenerar seu corpo após danos severos.
Enquanto se aclimata às duas novas habilidades, porém, Ray é assaltado por flashbacks da morte de Gina, e eventualmente escapa da sede da Rising Spirits Tech para ir atrás de Martin Axe e se vingar.
Após uma (não) espetacular sequência de ação, ele finalmente obtém sua vingança, apenas para ser levado de volta até o laboratório, ter sua memória apagada e começar a experimentar novos flashbacks da morte de Gina, mas com outro homem no papel de assassino.
Ray está tendo sua mente controlada por Harting que o está usando para matar seus inimigos numa intrincada teia de manipulação de onde Ray não pode escapar. Ao menos não sem ajuda...
Bloodshot é o tipo do filme de ação descerebrado que mesmo plagiando filmes melhores não consegue se sustentar. O roteiro de Jeff Wadlow e Eric Reisserer é uma maçaroca de O Vingador do Futuro, RoboCop e Soldado Universal desprovido do que todos esses longas tinham de bom, mas sendo um pastiche passivo-agressivo em sua falta de qualidade, por vezes apontando seus próprio problemas de escrita da maneira que Era Uma Vez um Deadpool fez, mas sem Fred Savage para perguntar por que, se havia a consciência de que o roteiro era fraco, não escrevê-lo melhor ao invés de fazer uma piada a respeito.
As sequências de ação são mornas na melhor das hipóteses e nem mesmo a grande sequência de ação que encerra o filme entrega o que promete já que não existe senso de espaço ou localização (diretores de ação deveriam ser obrigados a assistir Mad Max: Estrada da Fúria). As atuações do elenco (que conta com a bela Eiza Gonzales, Sam Heughan, Lamorne Morris e Siddarth Dananjay) são nível Vin Diesel de qualidade, os efeitos visuais são de OK pra menos e à certa altura do filme eu estava me perguntando quanto tempo faltava pra terminar.
Bloodshot é um típico mau filme de ação, carregado de auto-consciência mas vazio de ideias. É um balaço na cara do pretenso "Universo Cinemático Valiant" almejado pela Sony, um de que, ao contrário do protagonista, a franquia dificilmente vai se regenerar.

"Pra onde, agora?
-Não faço ideia.
-Perfeito."

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