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quarta-feira, 18 de março de 2020

Resenha Série: Better Call Saul, Temporada 5, Episódio 5: Dedicado a Max


O quinto capítulo da temporada de Better Call Saul, revolve de forma bastante insistente ao redor do tema de vingança, e da forma como a vingança que se imagina justificada, passa por justiça.
Veja Kim Wexler, por exemplo
Se no capítulo passado ela parecia estar agindo com o coração no lugar certo em sua tentativa desesperada de manter o senhor Acker em sua casa à revelia da iminente construção do call center do Banco Mesa Verde, chegando a contratar Jimmy como advogado do velho teimoso, em Dedicado a Max, ela parece ter uma mudança de estância bastante flagrante.
Não que isso tire do episódio a leveza da guerra fria que Saul Goodman trava contra a equipe legal do banco e as autoridades locais enquanto usa subterfúgio após subterfúgio para manter a equipe de demolição do lado de lá da cerca da casa número 1130 da Arroyo Vista (ou seria número 1240?), Numa série de jogadas "Saul Goodmanianas" da melhor estirpe.
Claro, Jimmy parece estar se divertindo a valer com a oportunidade de unir suas habilidades de golpista e de advogado para o bem, mas ele sabe que, em última análise, essa jogada só levará ele, Kim e o senhor Acker até certo ponto. A lei, afinal de contas, está do lado da pessoa jurídica de Kevin Wachtel. A única alternativa para uma vitória, Jimmy explica, seria ir atrás de Kevin Wachtel, pessoa física, numa guerra que seria muito mais bagunçada, suja e pessoal.
A questão é, justamente, que, à essa altura, para Mim, a questão já se tornou pessoal, e ela não pensa duas vezes antes de aceitar a proposta de Jimmy, o que nos leva a uma nova participação de Sobchak (Steven Ogg, o Trevor de Grande Theft Auto 5, retornando após aparecer na primeira temporada da série).
E se inicialmente parece que Sobchak (ou Sr. X) não conseguiu encontrar nada em sua missão de detetive particular nas entranhas da mansão de sete dormitórios de Wachtel, Kim parece ter visto algo que escapou do "sargento massacre".
Sobchak, por sinal, não é mais senão a segunda opção de Jimmy para o serviço. A primeira seria, claro, Mike Ehrmantraut, que, infelizmente está indisponível, recuperando-se de uma facada em um pequeno vilarejo mexicano erigido por Gus Fring em homenagem a seu parceiro, Max, assassinado por dom Hector anos atrás.
É lá, cercado pelo idílio de uma escola com crianças usando uniformes alinhados, um consultório médico com equipamento de primeiríssima linha e uma fonte jorrando água límpida de forma perene, que Mike reencontra seu benfeitor, e o confronta a respeito de seus motivos.
Eles não poderiam ser mais claros. Gus simplesmente quer se vingar dos Salamancas, Mike conhece a família de traficantes, ele próprio esteve a um passo de meter uma bala em Hector mais de uma vez, e essa é toda a razão de que Gus precisa para convocar Mike como um soldado. Uma guerra contra um inimigo desprezível é melhor do que brigar bêbado com marginais do gueto de Albuquerque até a morte.
Claro, nós, que conhecemos os caminhos que esses personagens irão trilhar até o fim de suas vidas em Breaking Bad, sabemos que eles não irão se despedir em grandes chamas de glória. Eles poderão ser explodidos em asilos, baleados no ermo... Sabemos que Jimmy inevitavelmente irá acabar caindo do arame enquanto tenta se equilibrar entre os lados certo e errado da vida, de modo que a grande dúvida aqui, é o que acontece com Kim Wexler, que nesse momento está bem no meio do caminho entre uma resistência fútil e vingança pura e simples. O destino de Kim pode, perfeitamente, ser decidido em seus próximos passos.
Os próximos sete dias vão custar a passar...

"-Por que eu?
-Porque eu acredito que você entende.
-Entendo o que?
-Vingança."

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