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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Homem-Aranha Noir


Fazia um tempinho que eu não comprava um encadernado atual e vinha me dedicando só a sebos onde garimpei preciosidades como coletâneas completas de Will Eisner, mas, na semana passada, eu comprei logo dois. Um, foi o terceiro volume encadernado da fase de Grant Morrison à frente dos X-Men, o outro foi a luxuosa versão de Homem-Aranha Noir, série da Marvel dedicada à reimaginações dos mais populares personagens da Casa das Ideias ambientados nos anos 30, 40 e 50, evocando a atosfera dos antigos romances pulp, e dos filmes policiais investigativos ao estilo Samuel Spade.
Vou confessar que apesar de ser um fã de longa data do Homem-Aranha tradicional, da cronologia 616, eu não sou (muito) xiita. Não sou de torcer o nariz pra reimaginações dos personagens que aprendi a amar ao longo de mais de vinte anos de leitura de gibis. Era um entusiasta do Homem-Aranha 2099 de Peter David, do Homem-Aranha Ultimate (Millenium, por aqui.), de Brian Bendis, do Aranha amalgamado montado por Sam Raimi pros filmes, e até daquele do desenho Homem-Aranha e Seus Incríveis Amigos, logo, eu estou sempre disposto a abrir o coração e deixar entrar mais uma versão do meu herói de infância.
E, essa versão Noir, é muito bem bolada. Na história, narrada por um amargurado Ben Urich, conhecemos Peter Parker, jovem órfão que no crepúsculo dos anos 30 vive com a tia May, uma líder comunitária em meio ao caos da Grande Depressão. Os dois vivem sob a sombra de Norman O Duende Osborn, gângster chefão do crime organizado em Nova York, que ao lado de seus asseclas Touro, Montana, Danny Pomposo, Kraven e Abutre (Numa versão sinistríssima!) tem as mãos em todas as atividades ilícitas da metrópole.
Após uma altercação com esses vilões, o jovem Parker se une a Urich, tornando-se ajudante do repórter do Clarim Diário.
Em uma das reportagens da dupla, o rapaz é picado por aranhas que brotam de uma estatueta antiga, e, num passe de mágica, ganha habilidades aracnídeas espetaculares.
Munido dessas incríveis habilidades, o amargurado jovem declara guerra a Osborn e ao crime organizado da Grande Maçã sob a alcunha de Homem-Aranha.
O roteiro escrito pelo britânico David Hine não faz feio, os personagens não se afastam em demasia de suas contrapartes tradicionais, mas ganham luzes muito interessantes em suas versões anos 30. O Peter Parker de Hine é mais sombrio, amargurado e vingativo do que a heróica versão 616, chegando a meter chumbo na bandidagem. Os vilões, especialmente o Abutre, ganham ares e atitudes muito mais ameaçadoras do que estamos acostumados, ás vezes até surpreendendo.
A arte do italiano Carmine Di Giandomenico também não faz feio, casando certinho com as palavras de Hine, e dando aquele climão de filme policial da antiga ao gibi. Vale destacar o inspirado visual dessa versão aracnídea, o uniforme de piloto da I Guerra Mundial acrescido do chapéu, da máscara e do sobretudo deixam o herói particularmente ameaçador, dando estofo visual ao espírito do personagem.
Enfim, a boa história, com a boa arte, embalados em um acabamento de primeira linha com direito à capa dura com verniz localizado e papel especial no miolo fazem valer os dezoito pilas que se paga pela aventura, que merece, sem dúvida, um lugar na estante dos fãs do cabeça de teia.
E que venha logo a sequência Spider-Man Noir: Eyes Without a Face.

"-Você acha que é mais rápido do que eu?
-Não... Não acho."

2 comentários:

  1. -Você acha que a Laís é mais rápida que o Rodrigo?
    -Sim...Sim eu acho, pois ela leu esse gibi primeiro que ele.

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  2. Rá, rá, se não é a prima do engraçado: A sem-graça :P

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