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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Resenha Game: Grand Theft Auto IV



Ontem foi divulgado o primeiro trailer do aguardado GTA V, nova sequência da polêmica e mal afamada série campeã de vendas da Rockstar Games, empresa que, depois da má resposta do público à aposta da desenvolvedora no policial LA: Noir, precisa de um hit de vendas para recuperar o prejuízo.
Nunca fui um grande fã da série dos ladrões de carros. Na verdade, passei batido pelas versões Vice City, San Andreas e outras.
O primeiro game da série GTA em que coloquei minhas garras foi justamente Grand Theft Auto IV, lançado em 2008 para Playstation 3.
Fui imediatamente fisgado pela história de Niko Bellic, o personagem central do game. Um sujeito durão e atormentado, mas espirituoso e humano, Niko, além de todos os outros tipos estranhos que orbitavam ao seu redor, são assim, conquistam o player na primeira cut scene.
Nem sei quantas vezes terminei GTA IV sem conseguir completar os cem por cento do game e nem quantas mais ainda voltarei a fazê-lo porque GTA IV é um tremendo jogo.
O game é centrado no personagem Niko Bellic, sérvio veterano da guerra dos balcãs, e ex-contrabandista de pessoas que chega à Liberty City (Dublê de Nova York) para se encontrar com o primo Roman, com quem se corresponde a anos, e de quem ouve apenas maravilhas sobre a América.
Ao chegar a seu destino e encontrar o primo, porém, Niko descobre que os e-mails de Roman podem ter sido um pouco exagerados, e que, ao invés de mansões, carros esportivos e modelos nuas em banheiras de hidro-massagem, ele pode encontrar agiotas e mafiosos rosnando nos seus calcanhares.
É a partir do primeiro confronto com os agiotas que Niko se vê em uma espiral descendente que o arrasta mais e mais profundamente no mundo do crime organizado de Liberty City.
É impossível não se divertir nas horas e horas que se pode passar diante do console jogando. Há uma imensa variedade de missões paralelas e atividades periféricas a se realizar sem que seja necessário avançar na history line do jogo propriamente dita.
Há shows de comediantes (com Ricky Gervais e Kaat Williams, que dublaram e participaram da captura de movimentos dos shows de stand-up que protagonizam no jogo.), rádios diversas com seleções de músicas feitas por cantores de verdade (Iggy Pop e Juliette Lewis são os responsáveis pelas rádios de rock do game, por exemplo...), mais de cem websites criados para expandir a "realidade" do mundo do game, além de programação de TV, jogos de fliperama, jornais e noticiários.
Tecnicamente o jogo é espetacular, a imensa área de Liberty City com suas quatro ilhas, Broker, Bohan, Algonquin e Aldernay não estão disponíveis desde o início do jogo, mas a certa altura, todas estão lá para serem visitadas sem que haja intervalo de carregamento entre uma e outra, um feito especialmente grandioso se levarmos em conta o nível de detalhamento das áreas da cidade.
O gameplay é de fácil assimilação, com comandos simples e bem atrelados à ação, tanto nos momentos de entrar em confronto, seja físico ou armado, quanto na direção de bólidos possantes, afinal, esse é um game da franquia do ladrão de carros.
Todo o esmero técnico do game, porém, não valeria nada se não houvesse uma grande história em GTA. Por sorte, essa história está ali.
Niko não é apenas um capanga do crime organizado, ele tem uma missão particular em Liberty City, e é assombrado por um passado sangrento na Sérvia. Ele queria mudar, levar outra vida nos EUA, mas aparentemente, a única linha de trabalho disponível para ele, além dos táxis do primo endividado, é empunhando uma arma.
Niko dança conforme a música e se aprofunda no lado mais sombrio da vida na grande metrópole conforme vê o sonho americano em ruínas. O carisma do personagem central, além, claro, de todos os excelentes personagens coadjuvantes, como Little Jacob, Packie e Francis McReary, Brucie Kibbutz e tantos outros que formam a "fauna" de Liberty City ajudam o game a ser uma potente sátira ao American Way of Life fantasiada de entretenimento eletrônico. Se duvida, dê uma olhada em todos os websites disponíveis na internet dentro do game, ou passe algumas horas assistindo TV em um dos apartamentos dos Bellic.
Enfim, GTA IV certamente é um dos dez melhores games já lançados para videogames de qualquer plataforma, um triunfo narrativo e técnico que prende o player ao joystick, e que, entre um tiroteio e outro, ainda te oferece alguma coisa em que pensar.
Boa sorte GTA V. Você vai precisar.

"-Você não se preocupa com a sua alma?
-Depois que você entra em um vilarejo e vê cinquenta crianças, todas sentadas em fila, apoiadas contra a parede de uma igreja, com as gargantas cortadas e as mãos decepadas você percebe que a criatura capaz de fazer isso não tem alma."

Aí o link para ver o trailer do quinto game da franquia.
http://www.youtube.com/watch?v=oQYn8qKebLk

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