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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Resenha DVD: Meia-Noite em Paris


Woody Allen deu uma pausa em sua (excelente) aventura européia e retornou a sua Nova York para fazer o ótimo Tudo Pode dar Certo, depois disso, o diretor retornou ao velho continente, mais precisamente à Cidade Luz, para produzir mais uma pequena jóia em sua filmografia.
Meia-Noite em Paris narra a história de Gil Pendler (Owen Wilson), roteirista hollywoodiano tentando migrar para a literatura que esbarra na falta de confiança no próprio talento. Gil é fascinado pelo passado, mais especificamente pela Paris da década de 20, lar de grandes escritores, artistas e músicos a quem venera.
Em uma viagem à Cidade Luz com a noiva Inez (Rachel McAdams) e os futuros sogros, Gil, tentando evitar os amigos chatos da noiva, Paul (Um insuportável Michael Sheen) e Carol (Nina Arianda), resolve caminhar pela capital francesa, é quando soam as doze badaladas da meia-noite e Gil é convidado a tomar uma carona em um Peugeot antigo, sendo levado até uma festa onde encontra Cole Porter, Zelda e Scott Fitzgerald (Alisson Pill e Tom Hiddleston), e é apresentado a Ernest Hemingway (Corey Stoll, impagável.).
Nessas incursões ao passado Gil se apaixona pela bela Adriana (Marion Cotillard), oferece ideias e recebe dicas, dividindo seu tempo na cidade entre evitar os programas da noiva e dos sogros e comparecer aos eventos de seus ídolos.
É embalado pela boa trilha sonora de Stephane Wrembel e sob a bela fotografia de Darius Khondji que Gil vai aprender que seus anseios e inadequações não são problemas exclusivos do século XXI, nem tampouco males insolúveis, contanto que ele encontre as respostas para suas dúvidas e resolva o que quer fazer de sua vida.
Meia-Noite em Paris é ótimo, uma ode à arte e a cultura como eles devem ser: Bens ao alcance de todos, e não um santo Graal sobre um pedestal inatingível.
Isso fica claro na diferença que o roteiro de Allen cria entre o pedante "pseudointelectual" vivido por Sheen, arrogante e cheio de si, desfilando sua cultura de enciclopédia em qualquer oportunidade, e os gênios autênticos que criaram as obras de que ele fala, todos acessíveis, afáveis, divertidos e calorosos.
O elenco tem além de Owen Wilson (Bem, fugindo do seu papel de sempre), Adrien Brody (Um hilário Salvador Dalí), Kathy Bates, Carla Bruni e Léa Seydoux.
Tratando alguns dos maiores artistas, escritores e dramaturgos da história com leveza, sem levar nada a sério demais, Woody Allen cria um adorável "feel good movie" onde há espaço pra o romance, a arte, e o impossível. Não poderia haver melhor cenário pra esses elementos do que Paris.


"Você pode enganar a mim, mas não pode enganar Ernest Hemingway!"

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