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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Adeus de leopardo


Foi na cidade indiana de Guwahati, uma das poucas da índia totalmente cercada por florestas, que um leopardo adulto, faminto e assustado, ao adentrar uma casa deparou-se com um morador, provavelmente também assustado, que de forma incauta atacou o felino com uma barra de ferro.
No que se louve a coragem de um homem dentro de sua casa de tentar defender sua família ou sua propriedade contra uma fera de, digamos oitenta quilos, cheia de presas e garras, há que se também levar em conta a imbecilidade de um incauto que supõe que será capaz de afugentar uma fera selvagem com um pedaço de ferro...
Esse, aliás, é um dos males da humanidade. O Homem supõe que seu controle sobre a terra garantirá à espécie humana controle sobre a fauna, a flora e os elementos.
Bom, embora nós tenhamos o poder de destruir o mundo, diversas vezes se houver vontade, não o faremos sem que hajam consequências. Aí estão os tornados, furacões, terremotos e tsunamis pra mostrar. Mas não é o ponto, aqui...
O ponto é que, na vida, de modo geral, nós muitas vezes somos aquele hindu bigodudo com uma barra de ferro na frente de um leopardo. Nós nos imbuimos de uma coragem e de uma galhardia que não combinam com a situação em que nos encontramos.
Não medimos as consequências do que pretendemos fazer, apenas agimos, puro instinto, pura alma.
Paramos diante de alguém que parece perfeito e deixamos que ela saiba como nos sentimos. Deixamos que ela perceba que, a despeito de nossas fachadas, de nossos equívocos, nós queremos mais... Podemos mais.
Mas sabe como é a vida... Ali estamos nós, em um instante brandindo uma barra de ferro com decisão. E no seguinte, ouvindo um adeus definitivo que nos arranca o escalpo.

A propósito, o Leopardo passa bem.

Um comentário:

  1. A respeito de tudo, quando realmente quereemos alguém, não podemos deixar de dizer o quanto amamos e na sua intensidade, nada de sinônimos fracos... não precisamos e isso aprendi, mostrar toda nossa fortaleza sempre, podemos mostrar inclusi as fragilidades. Assim garantimos o máximo de verdade e o mínimo de cobranças.

    P.S. Me alegro em saber que o bichano passabem!

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