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terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Resenha Cinema: Curvas da Vida


Clint Eastwood havia ameaçado aposentadoria (diante das câmeras) com o excelente Gran Torino, de 2008.
Apesar de ter sido especulado para papéis nos Batman de Christopher Nolan e n'Os Mercenários do Stallone, de lá pra cá Clint permaneceu atrás das câmeras, apenas, realizando ótimos filmes como Invictus, e outros nem tanto, como Além da Vida.
Foi só agora que o bom e velho Clint deixou a aposentadoria na atuação para estrelar esse Curvas da vida, praticamente um favor a Robert Lorenz, realizador do longa que tem um longo histórico como seu diretor de segunda unidade e diretor assistente, com quem realizou Poder Absoluto, Sobre Meninos e Lobos, Menina de Ouro, Dívida de Sangue, Meia-Noite no Jardim do Bem e do Mal, e outros tantos...
Não é de se surpreender que Lorenz quisesse o parceiro a seu lado na hora do debute na cadeira de diretor principal.
No filme conhecemos Gus, um antiquado olheiro de beisebol que trabalha à moda antiga. Questionado nos Braves, clube onde trabalha, devido aos resultados pobres de Billy Clark (Scott Eastwood), último prospecto descoberto por ele, Gus tem o que pode ser sua última chance de se manter na ativa, ou ao menos sair por cima, quando começa a temporada de procurar por novas promessas em ligas regionais. O problema é que embora os métodos de Gus não tenham evoluído com o tempo, sua idade evoluiu, e um severo problema de visão está tornando a vida do sujeito ainda mais difícil do que já era.
Ao perceber que há algo de errado com gus, seu amigo e supervisor nos Braves, Pete Klein (John Goodman) resolve pedir à filha dele, Mickey (Amy Adams), que acompanhe-o na viagem. O problema é que Mickey e Gus não têm a melhor das relações, e a moça ainda está atuando em um processo que pode ser sua grande chance de ascensão na firma de advocacia onde trabalha.
Ainda assim, Mickey, percebendo a condição de seu pai, resolve acompanhá-lo na viagem, que pode ter grandes consequências para a relação da dupla.
Sendo tremendamente franco, Curvas da Vida seria apenas uma boa Sessão da Tarde se não fosse pelo seu elenco. Amy Adams, com as panturrilhas mais sexies do cinema, aquela cabeleira cor de laranja e o narizinho de princesa da Disney está bem demais no seu papel, especialmente quando emula o jeito bronco de Clint. John Goodman, ótimo como o amigão Pete Klein, e Matthew Lillard, o Salsicha, intragável como o "vilão" do longa, Phillip Sanderson. Ainda há Justin Timberlake, no papel de Johnny Flanagan, um ex-jogador que tenta a carreira de olheiro como Gus, e se interessa por Mickey, e aqui vale o registro de que Timberlake está cada vez menos irritante nos papéis que faz no cinema, a gente quase esquece que ele foi N'Sync, e tentou trazer o sexy de volta.
Quase.
Mas, claro, o filme pertence, mesmo, é a Clint Eastwood, uma presença magnética na tela. O ator de oitenta e dois anos emula basicamente o mesmo Walt Kowalski de Gran Torino, mas adiciona a ele um pouco mais de comicidade aqui e ali, e um toque de paternalismo e uma pitada de ternura, criando uma extensão do seu papel de sempre, o do brucutu quase senil com coração de ouro, mas que continua funcionando tanto agora quanto agradava vinte anos atrás.
Sim, Curvas da Vida ainda é um filme sobre beisebol, e vai agradar um pouco mais a quem manja um pouquinho do esporte e a estrutura das ligas e clubes norte-americanos, mas mesmo que você não saiba o que é uma base, uma bola em curva ou um homerun, você ainda vai curtir o que é, provavelmente, a melhor sessão da tarde de 2012.
Tomara que Clint não fique mais quatro anos longe das telonas.

"-Isso, cuzão, é o que significa um 'problema com a curva'."

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