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quarta-feira, 2 de abril de 2014

O Novo Quarteto Fantástico


Hoje, com a notícia da escolha do ator que interpretará Victor Von Doom, o Doutor Destino em O Quarteto Fantástico, reinício da encarnação em celuloide do primeiro super-grupo da Marvel nos cinemas, me pus a pensar no que a Fox está fazendo com a franquia...
Se tem um quadrinho de super-herói que poderia se valer de um reboot cinematográfico, esse quadrinho é Quarteto Fantástico...
O filme de estréia do grupo, lá de 2005, era até bem intencionado.
A formação da equipe, com Ioan Gruffudd, Jessica Alba, Michael Chiklis e Chris Evans, embora não fosse a ideal (Jessica Alba, por mais linda e gostosa que seja, por melhor que fique de colante, não nasceu pra ser Sue Storm), funcionava.
O diretor Tim Story conseguiu trabalhar sobre o roteiro e dar uma dinâmica familiar ao grupo, e se o filme tinha um defeito gravíssimo, era a escalação do galã televisivo Julian McMahon como Victor Von Doom, o Doutor Destino, e o fato de terem transformado o cientista/feiticeiro/monarca da Latvéria em um homem de negócios espertinho, vaidoso e truculento.
Mas o filme era uma matiné bem razoável, com um final que apontava em direção à melhoras futuras.
Infelizmente, elas não se confirmaram, e a sequência, Quarteto Fantástico & O Surfista Prateado, que seguiu brincando com a ideia de dinâmica familiar e apostando demais em um tom levinho e cômico acabou tirando toda a urgência da trama que envolvia a iminência do fim do mundo com a chegada de Galactus (No filme um tipo de nuvem corrosiva...) à Terra, e removendo toda a nobreza inerente à Norrin Raad ao torná-lo um coadjuvante resmungão e desinteressante.
A crítica e o público chiaram, e o Quarteto voltou pra gaveta.

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O Quarteto Fantástico aparentemente não teve a mesma sorte dos X-Men, ressuscitados com maestria por Bryan Singer após o fatídico X-3.
Josh Trank, escalado como diretor, talvez seja a coisa mais certa do novo filme, já que demonstrou em Poder sem Limites, que sabe colocar super-poderes em um contexto humano e realista.
O roteiro é de autoria de Simon Kindberg, que, se acertou a mão em Sherlock Holmes, errou feio em Jumper, Sr. e Sra. Smith, e X-Men 3 - O Confronto Final.
E aí chegamos ao que parece ser o maior problema de O Quarteto Fantástico:
O elenco.
Escalados nos papéis do grupo de astronautas bombardeados por radiação cósmica e abençoados com super-poderes estão:

Miles Teller, como Reed Richards, o Senhor Fantástico.


Jamie Bell como Ben Grimm, o Coisa.


Michael B. Jordan, como Johnny Storm, o Tocha Humana.


Kate Mara, talvez a única escolha razoavelmente cabível, como Sue Storm, a Mulher Invisível (Ou seria Garota Invisível?).


E, o já citado Toby Kebbel como Victor Von Doom, o Doutor Destino.

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Fala sério... Que elenco mais doente é esse?
Nenhum, repito, NENHUM dos atores parece ideal para o papel em que foi alocado.
Miles Teller, egresso de comédias que agora deve ter um papel sério (?) em Divergente como o cerebral Reed Richards?
Jamie Bell, o garoto de Billy Elliot, o Tin Tin em pessoa, como o poderoso Coisa?
Michael B. Jordan como o irmão mais jovem e loiro da garota invisível?
Toby Kebbel como o tirânico regente da nação leste-européia da Latvéria...?
Olha, desde que Heath Ledger deu show em O Cavaleiro das Trevas é difícil pichar escolhas de elenco antes de ver o resultado final, mas sejamos francos, por mais que fãs xiitas possam reclamar de Ben Affleck como Batman e de Gal Gadot como a Mulher-Maravilha, são escolhas estranhas, até irritantes, mas que fazem algum sentido sob determinado parâmetro, como o visual, por exemplo.
Os nomes escolhidos por Trank e a FOX para Quarteto Fantástico simplesmente não fazem sentido. Nem mesmo se o filme se dispôr a adaptar a versão Ultimate dos heróis, esse elenco se justifica.
E nem vamos entrar no mérito da troca de etnia do Tocha Humana.
Michael B. Jordan pode ser boa-pinta, carismático e bom ator, mas por que escalá-lo no papel de um personagem branco?
Imagine a chiadeira se fizessem o contrário, e escalassem um ator branco para interpretar Otelo, o Pantera Negra ou Martin Luther King...
O Quarteto Fantástico pode torrar línguas mundo afora e ser um filmaço, mas francamente, não parece andar nesse caminho...

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