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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Quadrinhos: Demolidor 5


Há mazelas e benesses no formato escolhido pela Panini para a publicação de Demolidor no Brasil.
A benesse é que o formato trimestral permite ao leitor ter um gibi com uma boa quantidade de histórias, acabamento mais caprichado que o dos quadrinhos mensais, e acaba economizando uma grana já que lê histórias apenas do personagem título, sem os quase obrigatórios mixes das revistas que pingam todo o mês nas bancas.
A mazela óbvia é ter que esperar três meses entre uma edição e outra, ou mais, dependendo do estado onde mora.
A mazela em questão é depoimento definitivo em favor da série Demolidor, escrita por Mark Waid e que eu não me canso de elogiar feito um fanboy histérico após cada edição.
É inevitável. Enquanto folhar as páginas de qualquer série mensal tanto da Marvel quanto da DC é um exercício de paciência e desapego (nenhum quadrinhos de hoje me lembra sequer vagamente dos grandes gibis que eu já li no passado, de modo que não reconheço mais os personagens como "meus heróis".), ler Demolidor é uma experiência saborosa e prazerosa que é degustada com voracidade à medida em que o hiato de três meses entre uma e outra nos deixa à beira de uma crise de abstinência.
Demolidor 5 começa de onde a última edição parou. Matt se recupera da brutal surra que levou de Ikari, e com Foggy no hospital, precisa se dividir entre os cuidados ao amigo e o pânico com a promessa de morte iminente feita pelo seu misterioso algoz. Essa dupla jornada não faz nenhum bem ao diabo da guarda de Hell's Kitchen, que se vê, de nodo, à beira de um ataque de nervos.
Na história seguinte, Esmurrando o Câncer, Foggy Nelson é levado à ala do câncer infantil do hospital Memorial Sloan-Kettering para interagir brevemente com as crianças doentes, todas ansiosas por ouvir histórias do sujeito que que já trabalhou ao lado do Quarteto Fantástico, Namor e outros super-heróis, pelo menos até a chegada do Homem de Ferro.
Essa breve visita ajuda Foggy a encarar sua doença com um pouco mais de leveza e otimismo.
A terceira história mostra o confronto do Demolidor com seu inimigo oculto. Com sua identidade revelada o vilão obriga Matt a enfrentar Ikari em um duelo que pode acabar muito mal para o homem sem medo.
A história a seguir mostra Matt Murdock recebendo a visita de Nate Hackett, um "amigo de infância".
Nate, um dos valentões que atormentavam o pequeno Matt na escola agora deseja ser representado pelo advogado em um caso de prisão indevida. Ainda que cheio de rancor quanto a Nate, Matt acaba aceitando preparar sua defesa, mas as coisas não vão conforme o esperado no tribunal quando os Filhos da Serpente entram em cena.
Na sequência, Matt precisa garantir a sobrevivência de Nate enquanto tenta descobrir até onde se estende o controle do grupo racista nas instituições de Nova York.
A seguir, enquanto tenta se habituar à sua nova parceira de escritório, Matt recebe a visita de um estranhíssimo cliente em potencial que faz com que seu caminho se cruze com o de Norrin Raad, o ex-arauto de Galactus conhecido como Surfista Prateado.
Todas essas histórias, compilam as edições 26 a 30 da série Daredevil, e têm roteiros de Mark Waid e arte de Chris Samnee e Javier Rodriguez.
Completando o volume há um par de histórias de Demolidor Preto & Branco. A primeira se chama Segunda Vista, e mostra Matt Murdock considerando a possibilidade de fazer um tratamento experimental que poderia lhe devolver a visão. O roteiro é de Peter Milligan e a arte de Jason Latour.
Na seguinte, não tão inspirada, descobrimos como Wilson Fisk, o Rei do Crime, lida com seus segredos.
Em suma:
Baita edição do melhor quadrinho mainstream em série publicado no Brasil hoje, R$18,90, 148 páginas, capa cartão e papel WTC no miolo, vale DEMAIS a pena.

"-(...)Algo que não faço desde criança... Ele pisca de medo."

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