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sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Resenha Cinema: Anjos da Lei 2


Foi em maio de 2012 que eu escrevi nesse mesmo espaço que a versão comédia de Anjos da Lei, série que transformou Johnny Depp em ídolo adolescente, havia funcionado muito bem pra mim. O roteiro de Michael Bacall e de Jonah Hill colocava Hill como Schmidt ao lado de Jenko (Channing Tatum), dois jovens policiais que se uniam ao programa Jump Street, onde tiras com a capacidade (discutível) de se passar por adolescentes eram infiltrados em escolas para realizar investigações que policiais comuns não poderiam fazer.
Era uma longa piada de 109 minutos dirigida por Chris Miller e Phil Lord que brincava com todos os clichês de filmes policiais de maneira grosseira, excessiva e divertida, e, tanto deu certo, que pouco mais de dois anos depois, aqui estamos para falar de Anjos da Lei 2.
Na trama, novamente escrita por Bacall e Hill e dirigida por Lord e Miller, Jenko e Schmidt continuam investigando crimes como tiras disfarçados. Após deixarem um famoso contrabandista conhecido como Fantasma (Peter Stormare) escapar, Schmidt e Jenko são chamados para se reunir ao grupo da rua Jump, que infelizmente foi forçado a se mudar da Igreja do Jesus coreano no número 21, e passar para o outro lado da rua, na igreja do Jesus vietnamita, convenientemente no número 22.
Lá, os dois recebem do capitão Dickson (Ice Cube reprisando o papel e tão engraçado quanto antes) a missão de se infiltrar na universidade, onde uma nova droga chamada WhyFhy causou uma morte e pode inundar universidades do país inteiro se não for contida de imediato (numa trama que é, como frequentemente lembram os personagens, exatamente igual à do primeiro filme).
Schmidt e Jenko recebem, inclusive, os mesmos disfarces do primeiro longa, e encarnam novamente irmãos conforme se infiltram na faculdade para tentar descobrir a origem da nova droga e cortar o mal pela raiz.
Mas, conforme se aprofundam no mundo universitário, com Jenko encontrando seu melhor amigo ideal no quarter back Zook (Wyatt Russell), e Schmidt se aproximando da jovem estudante de arte Maya (Amber Stevens), os amigos podem acabar vendo essa como a última investigação que farão juntos...
É hilário. Bastante superior ao primeiro filme, essa continuação tem uma qualidade bem explorada de se reconhecer como um filme (piadas recorrentes sobre continuações piores que a primeira parte, orçamentos, sem contar a insistência com o fato de que a trama é absolutamente idêntica à do filme original) que é muito bacana, embora não seja o ponto mais alto do filme.
A grande graça de Anjos da Lei 2 é o bromance anabolizado de Schmidt e Jenko, que excede todos os limites conhecidos do homoerotismo dos buddy cops e filmes de ação em geral, numa versão descarada e mais afetada da relação Holmes Watson dos filmes de Guy Ritchie, com os parceiros trocando declarações de amor, discutindo a relação e até fazendo terapia de casal quando Jenko e Zook começam a se dar bem demais preocupando Schmidt, que é claramente a "mulher do casal" (Ele chega, até mesmo, a fazer o caminho do dormitório de Maya até o seu próprio carregando os tênis como se fossem saltos altos após uma noite de sexo que termina com ela dizendo que não quer nada sério), numa série de sacadas e piadas que deixam a gente em dúvida se o filme é absolutamente desprovido de preconceitos, ou preconceituoso pra danar de maneira velada. Não que faça diferença, o humor de Anjos da Lei 2 é desencanado demais pra alguém realmente se ofender com as zoações por mais grosseiras que possam ser, além disso, assume os próprios absurdos e os integra à trama (A colega de quarto de Maya frequentemente lembra Hill de que ele é velho demais para a faculdade, e um outro personagem chega a dizer que ele tem pés-de-galinha nos olhos).
Nessa toada, Miller e Lord fazem um Buddy Cop movie descontraído e desconstrutivista na medida, sem afetações ou pretensões, mas ciente das próprias idiossincrasias, e rindo à valer de todas elas.
Que mais se pode exigir de uma comédia porra-louca?
Assista, vale a pena, os créditos de encerramento são hilários, e tem uma ceninha extra no final.

"-Fiquei sabendo que tem WhyPhy em toda a faculdade, 24 horas por dia!
-...Mas é WhyPhy ou wi-fi?
-... Puta merda, você é uma porra de um gênio."

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