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quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Resenha Série: Luke Cage Temporada 1: Episódio 3: Who's Gonna Take The Weight?


Atenção, pode haver spoilers!
No terceiro episódio de Luke Cage na Netflix alcançamos o que parecia ser o grande problema da série desde seu conceito:
Os poderes de Luke Cage.
Luke não é exatamente o Superman, e nós vimos em Jessica Jones que um tiro de espingarda bem no meio da cara pode ser fatal até mesmo para Luke, a questão é que, em Jessica Jones, o herói do Harlem estava enfrentando outra pessoa com super-poderes quando foi baleado.
Na sua série própria, Luke simplesmente não tem motivo pra deixar alguém carregando uma espingarda calibre .12 chegar perto o bastante para lhe dar um tiro no queixo.
O episódio que mostra Luke decidindo atacar Boca de Algodão onde mais dói, seu bolso, expondo Mariah Drillard no processo tem altos e baixos.
É bacana ver que Luke é um herói que tem cérebro além dos músculos, e que sua integridade é pétrea, mas não cega, conforme ele resolve usar dinheiro de Cornell e Mariah para reconstruir a barbearia do Pop e pagar seu aluguel atrasado.
O que Luke não parece perceber é que, ao jogar Cornell contra Domingo, ele pode estar causando mais mal do que bem à sua vizinhança, conforme o conflito escala para uma declaração de guerra quase formal (e o nome de Cascavel volta a ser mencionado).
Outro conflito que começa a tomar forma é entre Boca de Algodão e sua prima (não me chame de Black) Mariah Drillard, a família que odeia apelidos tem sua relação estremecida conforme as operações de Cornell ameaçam colocá-la sob os holofotes ameaçando seus planos de tornar o Harlem grande novamente e colocando a vereadora à beira de um ataque de nervos.
Muito mais tranquilo está o detetive Rafael Scarfe (Frank Whaley), que faz um interessante discurso sobre como policiais comuns como Misty e ele se tornaram inúteis após o Incidente (a maneira como os nova yorkinos das séries da Netflix se referem à invasão Chitauri é uma atenuação pra dizer o mínimo) é um lastro perfeito para a revelação que vem a seguir, após termos um pouco mais de Misty contando seu passado e mostrando seus dotes detetivescos.
Mas o ponto alto do episódio, de fato, são os ataques de Luke às operações de Cornell.
O herói de pele impenetrável bota pra foder e toca o horror na bandidagem de Boca de Algodão, e a grande sequência de ação até o momento é a invasão de Luke ao "Forte Knox", o quartel general da New Harlem Renaissance de Maria onde Cornell guarda sua grana, um lugar fortemente guardado onde Luke simplesmente entra sob uma chuva de balas que ele simplesmente ignora enquanto distribui sopapos e bordoadas para garantir um forte golpe nas operações de Boca de Algodão.
O sucesso de Luke, porém, não vem se custos, como vemos ao final do capítulo, quando Cornell Stokes dá o troco de maneira explosiva.
Conforme eu disse, há altos e baixos no episódio, e, ainda que seja cedo, apenas três capítulos, esse início de série está tendo, para Luke, o mesmo problema de que Jessica Jones sofria em sua série própria:
O protagonista por vezes é menos interessante do que os coadjuvantes.
Trish Wlker e Kilgrave eram personagens mais gostosos de acompanhar do que a amuada protagonista de Krysten Ritter, e, da mesma forma, Boca de Algodão, Mariah Drillard e Misty Knight parecem personagens mais interessantes do que Luke, ao menos nesse início.
Não ajuda o fato de que os poderes de Luke tornam as sequências de ação algo maçantes (um problema que já havia se feito notar, em menor escala, em Jessica Jones), e que aquele ritmo lento do primeiro capítulo segue sendo a regra no segundo episódio, e nesse terceiro.
Ainda assim, não há nada de ruim em Luke Cage até aqui, apenas pontos mais baixos aqui e ali, pontos que seriam facilmente resolvidos com uma pequena mudança de ritmo da série, que pode estar virando a esquina após o final desse episódio.
Vamos aguardar.

"-Eu estou só começando."

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