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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Resenha DVD: Transformers: O Último Cavaleiro


Me lembro de, conversando com um amigo que é fã de longa data de Transformers, ao ser perguntado se havia ido ao cinema ver este O Último Cavaleiro, responder que o quarto filme, A Era da Extinção, havia me causado um efeito tão ruim, que eu simplesmente desistira de pagar ingresso pra ver Transformers já que a série desenvolvera uma capacidade inacreditável de piorar de um filme para o próximo.
A resposta dele, dando de ombros foi, "mas esperar o que de um filme baseado em um brinquedo?".
Eu até poderia concordar. Quer dizer, quando vemos coisas como G.I. Joe ou Resident Evil, nós sabemos, pelo material-fonte, que os filmes dificilmente serão grandes obras. Se forem uma hora e meia de diversão escapista, minha nossa, já estamos no lucro.
O grande problema, aqui, foi que Transformers começou sua carreira no cinema com um filme que era bom.
O longa original chegou aos cinemas uma década atrás e apresentou ação, aventura e comédia num longa que era, na pior das hipóteses, divertidíssimo.
O problema parece ser que, o sucesso crítico e comercial daquele primeiro longa subiu à cabeça da Paramount e do diretor Michael Bay, porque, do segundo filme, Transformers: A Vingança dos Fallen, em diante, a coisa desandou de uma maneira vertiginosa.
A cada nova incursão dos organismos cibernéticos do planeta Cybertron às telonas, se tornou tarefa mais difícil considerar qualquer dos filmes mais do que um guilty pleasure (a ausência de Megan Fox contribui aqui, sim ou claro?) conforme a história ia se tornando um elemento menos importante entre as explosões e as piadinhas.
No sábado, resolvi apanhar, por curiosidade mórbida, o último filme da franquia, e conferir, com meus próprios olhos, se o longa era tão ruim quanto eu imaginara.
Após um flashback do passado, mostrando o rei Arthur e seus cavaleiros da Távola Redonda enfrentando uma imensa invasão de saxões enfurecidos e sem chance de vitória até Merlin (Stanley Tucci) surgir com uma tropa de transformers para auxiliar no combate, O último Cavaleiro retoma mais ou menos de onde o longa anterior terminara.
Optimus Prime retornou a Cybertron (eu jurava que Prime tinha dito que esse planeta havia sido destruído no primeiro filme.), e na Terra, os transformers são caçados pela humanidade.
Enquanto grupos mercenários contratados por governos do mundo se especializam em caçar os alienígenas à solta no planeta, alguns indivíduos se dedicam a ajudá-los.
Como Cade Yeager (Mark Wahlberg).
O inventor fracassado que ajudou a salvar a Terra no filme anterior segue se dedicando a consertar e abrigar Autobots enquanto mantém sua aliança com Bumblebee, Drift, Hound, Daytrader e Hot Rod.
Seu círculo de amizades, porém, veio com um alto preço. Cade vive escondido, perseguido pelas organizações que se opõe aos transformers, e incapaz de se comunicar com sua filha, a quem não vê há um longo tempo.
Se a situação já era ruim, ela só piora quando Optimus chega à Cybertron, encontrando o planeta em ruínas, e descobre que ele foi destruído pela guerra entre Autobots e Decepticons, mas que a chave para reconstruí-lo, o cajado de Merlin, está na Terra.
A deusa da vida de Cybertron, a criadora Quintessa (Gemma Chan), domina a mente de Optimus Prime, e o envia de volta ao nosso planeta, onde, de posse do cajado, a vilã poderá usar nosso mundo para alimentar e reviver o seu.
Mas não é apenas Optimus Prime e Quintessa que desejam o cajado.
Ainda por aqui após ser morto umas quatro ou cinco vezes, Megatron também deseja a poderosa arma, e se prepara para tentar encontrá-la. A chave da localização do artefato está em um talismã que, por mero acaso, cai nas mãos de Cade, colocando-o no radar dos Decepticons e de lorde Edmund Burton (Anthony Hopkins), guardião de uma antiga ordem de homens dedicados a manter em segredo a longeva história de parceria entre humanos e transformers.
Ele guarda a chave de como usar o talismã para chegar ao cajado antes de Quintessa e Megatron, porém, apenas uma pessoa pode manusear o objeto é a doutora Vivian Wembley (Laura Haddock, retomando a tradição da série de mulheres bonitas demais para suas profissões ao lado da mecânica Megan Fox, da hacker Rachel Taylor e da contadora Rosie Huntington-Whiteley), uma historiadora, filosofa, e mais alguma coisa, especializada na lenda de Arthur que é, na verdade, a última descendente viva do mago Merlin.
É... Eu sei.
Não me culpem, os responsáveis por esse troço são Akiva Goldsman, Art Marcum, Matt Holloway e Ken Nolan. Essas quatro pessoas cometeram o roteiro que, aparentemente nem sequer importava muito pro Michael Bay já que seu filme histérico, sempre em volume máximo e com uma geografia que inexiste nas cenas de ação parece fazer todo o possível para que a edição não faça lá muito sentido, mesmo.
O longa começa de um jeito, ali pelas tantas some com todos os coadjuvantes que haviam sido apresentados e vai pra Inglaterra contar o que parece uma história paralela que poderia, sozinha, sustentar um filme se o roteiro fosse bem trabalhado e o cineasta não sofresse de transtorno de déficit de atenção.
Ali pelas tantas, têm umas perseguições de carro, aparece um submarino, e todo o elenco está junto numa nave alienígena no Stonehenge com um robô dragão de três cabeças porque sim...
Esses elementos todos, os robôs gigantes, os efeitos visuais, os carrões, as mulheres bonitas e Anthony Hopkins interpretando um velho maluco, tinham potencial para repetir o primeiro Transformers e ser um filme muito divertido.
Isso infelizmente não acontece.
Em parte porque Michael Bay parece um traficante de adrenalina, fazendo todo o possível para que a audiência tenha uma overdose durante o longa que começa com bolas de fogo, explosões e corpos voando pelo ar e termina com bolas de fogo, explosões e corpos voando pelo ar praticamente sem cessar por duas horas e vinte minutos de surto no pior sentido da expressão.
Em parte porque o roteiro parece não saber que história que contar, dando a impressão de que a equipe criativa se trancou numa sala, escreveram vários pedaços de papel com coisas de que gostavam e depois de um sorteio criaram um script que costurasse "Rei Arthur", Segunda Guerra Mundial", "Downton Abbey" e "Anthony Hopkins" à qualquer custo.
O resultado é um filme tão incoerente que parece uma paródia de si próprio, com um ritmo tão acelerado e tão barulhento que a gente tem vontade de dar uma martelada no dedo só pra ter tempo de respirar, e que ainda desperdiça dois dos melhore nomes no elenco (Hopkins e John Turturro, fazendo uma ponta) para despejar o falatório expositivo que a mitologia da série simplesmente não consegue abraçar em filmes que são meras duas horas de correria e explosões.
O mais patético?
O longa se encerra com uma gancho para Transformers 6.
Com um pouco de sorte, a bilheteria fraca, na casa dos seiscentos milhões de dólares, a mais baixa da série, faça a Paramount repensar os rumos da sua grande franquia.
Até lá, Transformers segue sendo um produto de home video e olhe lá.

"Foi dito através das eras, que não pode haver vitória sem sacrifício."

Um comentário:

  1. Começando pelo fato de que o Cade Yaeger de Wahlberg perde muito o interesse sem o núcleo de sua filha, que foi enviada para a faculdade a fim de manter sua segurança, nos deixando com um protagonista sem graça, marrento e com mudanças de humor sem o menor sentido. Amei ver em Transformers a Isabela Moner, lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Desfrutei muito seu trabalho neste filme para crianças O que Será de Nozes cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção e muito bom elenco.

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