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quinta-feira, 23 de novembro de 2017

Resenha Série: O Justiceiro, Temporada 1, Episódio 9: Front Toward Enemy


Ao longo dos últimos oito episódios, o Justiceiro vinha conseguindo se equilibrar muito bem entre todas as suas linhas narrativas paralelas (exceto Madani e Stein, que ele descanse em paz, mas, pobre Michael Nathanson, pouco havia para ele fazer ali exceto ser um alívio cômico desnecessário), e eu estava ansioso para ver o momento em que todas elas se cruzariam.
Provavelmente a que mais me chamava a atenção era a de Lewis Wilson, personagem de David Webber que, à certa altura da temporada, parecia merecer seu próprio seriado mostrando ele, seu pai, Curtis e O'Connor lidando com os traumas do pós-guerra.
Bem, após um breve interlúdio no capítulo anterior, Lewis voltou, e trouxe o inferno consigo.
Enquanto Frank e David aguardam que Madani lide com seu luto após a morte do parceiro para tentar fazê-la se aliar a eles em sua luta contra Rowlins, nós descobrimos o que Lewis pretendia fazer com suas bombas caseiras. O ex-soldado se torna um filhote de Unabomber, explodindo prédios onde, supõe, haja pessoas agindo contra os interesses dos cidadãos americanos.
O jovem se vê como um vingador, e escolhe Karen Page como porta-voz de suas aspirações patrióticas por conta da ligação da repórter com Frank Castle no passado, e, ao ver-se rejeitado e afrontado por sua possível aliada, ele a torna um alvo.
Desnecessário dizer que Frank não gosta nem um pouco disso.
Ao mesmo tempo em que Frank adia a abordagem à Madani em nome de proteger Karen, Curtis não precisa de muito para descobrir que Lewis está implicado nos ataques terroristas, e logo vai ao encalço do rapaz, com graves consequências.
Provavelmente o episódio mais irregular de O Justiceiro até aqui, Front Toward Enemy se seguraria perfeitamente bem como um ótimo episódio não fosse a vontade desenfreada de enfiar Karen Page na série e o debate vazio a respeito de controle de armas.
Ao acrescentar uma discussão tremendamente séria no programa, e tratá-la de forma algo leviava, Front Toward Enemy só não foi um episódio ruim porque em seus trinta minutos finais o episódio se centrou nas interações entre Frank, Curtis e Lewis, três personagens que compartilham elementos de seu background, e que respondem de maneiras incrivelmente distintas às suas experiências prévias.
Ao oferecer essa visão interna de cada um desses homens, O Justiceiro os torna mais críveis e vivos, e faz pela discussão a respeito do transtorno de estresse pós-traumático o que não é capaz de fazer pela discussão sobre o controle de armas.
Talvez seja a por conta da minha opinião pessoal, uma vez que eu sou favorável a controle de armas mais restritivo em qualquer lugar do mundo, e gostaria de não ver armas nas mãos de qualquer um, mas eu achei que a série tomou partido de uma maneira um tanto quanto descarada. Novamente, pode ser apenas a minha opinião, mas quando personagens simpáticos à audiência como Karen e Frank defendem o direito de todo mundo andar armado e um político escamoso é a voz que se opõe à essa ideia, me parece que os produtores e roteiristas escolheram seu lado de maneira inapelável, algo que, em um país como os EUA, onde os tiroteios em massa se tornam tão habituais por conta do fácil acesso ao armamento, me parece algo irresponsável, e que pouco acrescenta à trama, apenas rouba tempo de tela dos personagens que realmente fazem a série andar.
Vemos muito pouco de Frank, Micro e Billy, e há até um segmento onde Karen e o escamoso senador Stan Ori (Rick Holmes) participam de um debate em um programa de rádio (a coisa toda talvez fosse menos chata se o programa em questão fosse o Trish Talk), de qualquer forma, por mais interessante que seja ver uma série de TV abordar problemas do mundo real, faltou um balaio de sutileza na hora de abordar o controle de armas, e a imposição de Karen a um programa tão recheado de bons personagens que realmente têm o que fazer em cena acabou sendo um desserviço à dinâmica do programa até aqui.
De qualquer forma, o capítulo se redime de seus deslizes ao dar tempo de cena a Jon Bernthal junto com Jason R. Moore, os dois atores mandam muito bem durante a sequência na casa de O'Connor, e são acompanhados por Daniel Webber, que segue fazendo um belo trabalho como o atormentado Lewis Wilson.
O final do capítulo vem com a revelação para o mundo de que o Justiceiro ainda está vivo, o que sem sombra de dúvida dificultará as vidas de Frank e David, e colocará novos obstáculos nos planos de ambos.
Front Towards Enemy funciona ao centrar fogo em seus protagonistas. Bernthal, Moore, Bachrach, Barnes, Webber... Eles fazem o programa andar, e todo o resto é ruído, com sorte, agora, Rose-Revah se junta a eles nos episódios vindouros.

"Sic semper tyrannis"

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