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segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Resenha Série: O Justiceiro, Temporada 1, Episódio 4: Resupply


A série solo d'O Justiceiro manteve a boa forma com Resupply, um episódio que, se não foi tão sensacional quanto Kandahar, esteve bem perto.
O capítulo abriu com Lewis se afundando mais e mais em sua dificuldade de readaptação à vida civil. Ele cava uma trincheira para dormir no quintal da casa dos pais.
Lewis, por sinal, tem um arco que vai deixando cada vez mais claro que ele tem um papel a cumprir nessa série após sua nova carreira ser frustrada por intervenção de Hoyle.
Mas se o arco de Lweis é interessante, ele segue sendo um arco secundário, e, falando em secundários, um dos salafrários de segunda mais recorrentes do universo Marvel/Netflix deu as caras quando o Justiceiro tentou roubar armas de Turk Barett (Rob Morgan), que vem apanhando de vigilantes desde o episódio piloto de Demolidor.
O problema é que o carregamento de Turk estava bem aquém do que Frank e David precisam, e os dois saem atrás de um outro carregamento de armas ilegais que os coloca em rota de colisão com a Segurança Nacional e os agentes Sam Sten e Dinah Madani.
Antes disso, porém, Frank é incumbido por David de ajudar sua esposa, Sarah Lieberman (Jaime Ray Newman).
Isso abre espaço para vermos um pouco mais do lado humano do Justiceiro. Quando ele é apenas um cara normal ajudando a consertar um triturador ou o farol de um carro. Jon Bernthal consegue transitar entre esse sujeito e o matador com uma naturalidade assustadora, e suas interações com os Lieberman são todas calorosas, mas com uma ponta de desconforto.
Eu torcia o nariz para Bernthal antigamente, mas preciso fazer um mea culpa e admitir que estava errado. O sujeito realmente manja, e Frank Castle é um personagem sob medida para ele mostrar o que sabe fazer.
Uma oportunidade de mostrar serviço também é oferecida a Madani e Stein, durante uma operação para frustrar a venda de uma fortuna em armas ilegais de contrabandistas gregos. Quando o Justiceiro e Micro se envolvem, finalmente vemos a agente especial entrar em ação.
Ao longo dos três primeiros capítulos a personagem de Amber Rose Revah vinha sendo um dos pontos mais fracos da série, com um breve vislumbre de personalidade durante uma interação com Billy Russo antes de Frank matar Wolf.
Em Resupply Madani bota a mão na massa, e vai pro confronto direto com Frank em um estiloso racha com mustangs.
Apesar de a sequência ser boa, e ter um desfecho que pode ecoar profundamente no futuro tanto da agente quanto no de Frank, ainda não foi o suficiente para redimir por completo a personagem. Madani continua sendo o ponto baixo da série, e eu continuo com o impulso de, nas partes em que ela e Stein aparecem, ir pegar algo na geladeira.
Por outro lado a relação de Frank com Micro só melhora.
Os dois estão formando uma parceria muito bacana, e me fazendo torcer para que a série não siga o caminho dos quadrinhos, onde, após anos e anos de camaradagem, os dois se tornam inimigos.
Apesar de Madani e Stein terem ganho um momento na ribalta, e o arco de Lewis e Hoyle se ligando a Billy Russo ser interessante, é a relação entre Frank e os Lieberman, em especial David, que dá o impulso para esse capítulo ser tão bom. O equilíbrio entre drama, ação e comédia dessas interações é o que, de melhor, esse episódio tem a oferecer.

"Ficou puto? ótimo. Puto é sempre melhor que assustado."

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