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sexta-feira, 16 de março de 2018

Resenha Série: Jessica Jones, Temporada 2, Episódio 3: Sole Survivor


Demorou duas longas horas, mas finalmente a segunda temporada de Jessica Jones ganhou algum senso de direcionamento. Após dois episódios de sugestões de perigo mal fundamentadas, encontros e desencontros, a série finalmente ganhou um antagonista.
Jessica e Trish começam a desvelar o mistério por trás da IGH através de uma médica de pronto-socorro, Leslie Hansen, que, segundo a pesquisa das duas revela, era a responsável por suprir pacientes sem família para as experiências de Kozlov e seus asseclas no laboratório.
Mais do que isso, logo a boa doutora surge querendo conversar com Jessica, e explicar o seu lado da história, e o lado da IGH. A mulher em questão surge disposta a conversar, mas logo deixa claro que tem sérios problemas de raiva e uma dose de super-força, aparentemente um efeito colateral do tratamento de redesenho genético da IGH, e não necessariamente o objetivo dos experimentos.
Seja quem for a tal mulher (interpretada por Janet McTeer), ela aparentemente surge para assumir o posto de vilã da série, e, apesar de vilão-com-os-mesmos-poderes-do-herói ser um lugar mais do que comum no universo Marvel, não deixa de ser interessante a expectativa de ver Jessica trocar umas bordoadas além da tradicional tomada de Power Rangers de capangas sendo arremessados longe ou levantados pelo pescoço.
Apesar disso, devo admitir que não nutro esperanças de ver nada parecido com a luta do corredor (as de Demolidor, nominalmente, as outras são bem inferiores...) na série de Jessica, mas não faria mal ver umas cenas de ação bem coreografadas no mio de tanta lamúria.
Falando em lamúria, novamente Jeri Hogarth foi a responsável pelo ponto alto do episódio.
Em uma cena descobrimos que a advogada teve um diagnóstico de esclerose lateral amiotrófica e que seus sócios na firma legal que leva seu nome exigem a sua aposentadoria imediata mediante uma polpuda rescisão de contrato.
Jeri, é claro, não está de acordo, e resolve que se for cair, o fará lutando, mas para isso precisa de munição, munição que, ela espera, possa ser fornecida por Jessica com seu faro apurado para podres pessoais alheios.
A cena, como um todo, é muito bem sacada. Da distância física entre as duas à ênfase que as atrizes em cena dão ao lado mais turrão e à fortaleza de ambas as personagens, quase como que reconhecendo, na mesma toada, a força uma da outra e simplesmente aceitando que, um abraço ou palavra de conforto simplesmente não são movimentos presentes no repertório de nenhuma das duas.
Em meio a alguns easter-eggs engraçadinhos como o filho do novo síndico do prédio perguntando à Jess se ela conhece o Capitão-América, à aparição do psicanalista Maynard Tiboldt (que dificilmente aparecerá de fraque e cartola como o Mestre do Picadeiro), a segunda temporada de Jessica Jones finalmente engata a primeira marcha em direção a algum senso de propósito ao fazer algumas revelações sobre o passado de Jessica ao mesmo tempo em que oferece novos mistérios. É torcer pra série dar uma acelerada daqui pra frente.

"-Salvamos vidas.
-Dando poderes às pessoas?
-Não, os poderes foram efeito colateral. Uma interação rara com certo DNA.
-Que sorte a minha..."

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