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sexta-feira, 13 de julho de 2018

Resenha Série: Luke Cage, Temporada 2, Episódio 13: They Reminisce Over You


Atenção! Forte zona de spoilers à seguir!
A segunda temporada de Luke Cage chegou ao fim, e se o fez sem a diversão de seus melhores momentos na temporada, certamente não poupou drama e coragem em seu desfecho.
Mariah Stokes foi encarcerada, e o vácuo de poder no Harlem deu início a uma guerra de facções criminosas que ameaça a vida de toda a população do bairro. Com a ameaça crescente dos italianos a mando de Rosalie Carbone (Annabella Sciorra, que com sorte veremos mais em O Justiceiro), Luke Cage precisa trabalhar dobrado tentando proteger o povo do Harlem, especialmente após Mariah resolver que a melhor forma de se proteger dentro da prisão, é ordenando o massacre de todo mundo que poderia testemunhar contra ela em algum momento, aliados, capangas, assessores...
Com tudo indo pro inferno, Cage precisa repensar sua estratégia, e decidir que tipo de autoridade ele deseja ser no Harlem, ao mesmo tempo em que faz cada uma das pessoas relacionadas, de qualquer forma, a Mariah, olharem por cima do ombro.
O season finale escrito pelo criador da série Cheo Hodari Coker é espertíssimo.
Cada um dos personagens que teve algum destaque na temporada ganhou um momento ao sol nos 69 minutos de episódio, e, em sua maioria, todos mandaram muito bem.
Duas das principais exceções, talvez, sejam Bushmaster e Misty Knight.
O desfecho da narrativa do vilão foi algo anti climático. John McIver não se redimiu ou foi punido por seus atos, simplesmente voltando pra casa após falhar em seu intento de matar Mariah e se tornar o senhor do Harlem. Misty, por sua vez, continua na polícia, inclusive com a possibilidade de se tornar chefe do 29° distrito, o que, depois de todas as presepadas que ela aprontou ao longo dos últimos anos, é duro de engolir. Misty é uma personagem muito bacana, mas enquanto mantenedora da lei e da ordem, é péssima. Misty simplesmente é uma policial incompetente, por melhor intencionada que seja. Talvez uma série das Filhas do Dragão surja no futuro, e a personagem possa atuar sem parecer um peixe fora d'água.
Mariah encontrou um fim mais do que digno. Todo o desfecho da personagem, do momento em que chegou à Ilha Riker até seu fim nos braços de Luke Cage foi muito bem sacado. A trilha da personagem rumo às profundezas foi completa e irrevogável, então, embora eu achasse Mariah uma tremenda vilã, me agradou saber que ela não riria ficar comandando o crime de dentro da prisão, ou sair pra continuar sendo uma pedra no sapato de Luke... Mariah foi uma ótima personagem dentro de sua proposta, cruel e dramática, ela deixará um grande par de sapatos pro antagonista da terceira temporada da série preencher.
Shades também teve um desfecho bem amarrado. Após mostrar a Luke que no Harlem as coisas não são tão preto no branco como o herói gostaria, e ter uma boa cena com Mariah na prisão, eu estava imaginando que ele passaria o resto da vida olhando por cima do ombro nas ruas do Harlem, mas, aparentemente, ele passará o resto de seus dias olhando por cima do ombro dentro da cadeia. Com o trabalho de primeira levado a cabo por Theo Rossi com o personagem, eu francamente gostaria de voltar a ver o gângster porto-riquenho, mas consigo imaginá-lo dentro da cadeia pelo resto dos seus dias.
Tilda, que resolveu finalmente sujar as mãos em sua tentativa de expiar os pecados de sua família da única forma que era capaz de compreender, teve um final dúbio. Ela parecia, realmente decidida a deixar pra trás o legado dos Stokes, mas parece que ser preterida na posse do Harlem's Paradise mexeu com ela durante a leitura do testamento de sua mãe. Tilda não parece ter lidado bem com isso, e na última vez que vemos a personagem, entrando no clube noturno, ela ostenta o penteado da vilã Nightshade, nos quadrinhos, alter-ego de Tilda Johnson, de modo que eu não acho que essa vá ser a última vez que veremos a personagem (uma boa, já que Gabrielle Dennis é um colírio).E quanto a Luke...
Bem, o protagonista da série certamente foi quem passou pela mudança mais drástica após o encerramento da série.
Sua luta para livrar o Harlem da guerra terminou em algo que pode ser encarado como um pacto com o diabo. Por mais que Luke tenha todas as boas intenções do mundo, o poder que Mariah Stokes colocou em suas mãos junto com o Harlem's Paradise, e as conexões que o tornaram, não um chefão do crime, mas o chefe dos criminosos, tem todos os ingredientes para corrompê-lo. E essa é uma história que eu certamente estarei ansioso pra ver.
Esse segundo ano de Luke Cage teve um elemento raro entre suas séries co-irmãs: Equilíbrio.
Se eu não me lembro de nenhum episódio particularmente memorável, também não houve absolutamente nenhum episódio ruim, e se manter toda redondinha durante treze episódios, não é uma realização desprezível para uma série Marvel/Netflix.
O segundo ano de Luke Cage pegou parelho com O Justiceiro e as duas temporadas de Demolidor, ao menos para esse humilde blogueiro, e eu já estou ansioso para retornar ao Harlem, mas antes disso, Hell's Kitchen. POR FAVOR!

"-Eu vou fazer com que as leis não-escritas sejam cumpridas enquanto você o faz com as escritas.
-E quanto a lei?
-Quando foi que a lei funcionou pra nós?"

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