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quinta-feira, 4 de julho de 2019

Resenha Cinema: Homem-Aranha: Longe de Casa


Assistir aos filmes do Homem-Aranha da parceria Sony/Disney é um ato de desapego para os fãs de longa data do cabeça de teia.
São filmes que, quem cresceu lendo os quadrinhos, precisa ver entoando um mantra sobre adaptações... Não é o gibi.
E eu digo isso do lugar de alguém que realmente gostou da apresentação do personagem em Guerra Civil, mas que acha que o Homem-Aranha do MCU é muito melhor nos filmes dos Vingadores do que nos filmes solo (Markus e McFeely, já mencionei que sou fã do trabalho da dupla?).
Eu realmente não gosto da exclusão do elenco de apoio tradicional do Homem-Aranha, da maneira como personagens consagrados dos gibis foram excluídos do cinema tornando o herói que carregou a Marvel nas costas nos anos mais negros da editora um coadjuvante do Homem de Ferro.
Porque, sem precisar fazer uma análise muito profunda, é isso que o Homem-Aranha do MCU é:
Peter Parker é um side-kick de Tony Stark rompendo com o que, talvez, seja um dos principais elementos de ruptura do personagem nos quadrinhos já que, nas páginas, o Aranha foi o primeiro herói adolescente que não era um parceiro-mirim.
Seja como for, não adianta chorar sobre o leite derramado.
Andrew Garfield é apenas uma lembrança agora, e já faz muito tempo desde que Tobey Maguire se espremeu pra dentro do colante azul e vermelho. Tom Holland é o Homem-Aranha da vez, e Longe de Casa é o filme que os fãs do personagem têm pra assistir gostem, ou não.
O filme começa com Maria Hill (Cobbie Smulders) e Nick Fury (Samuel L. Jackson) chegando ao México para investigar um tornado misterioso.
Ao chegar lá, eles são surpreendidos por um evento climático com um rosto, e pela chegada de um combatente de armadura.
Corta pro Queens.
O noticiário interno do colégio Midtown explica os eventos do Snap de Thanos e do subsequente Blip (o estalo de Banner), que trouxe todas as pessoas pulverizadas pelo titã de volta após cinco anos de ausência (junto com uma homenagem aos heróis tombados em combate).
É o fim do ano letivo e Peter (Holland) se prepara para uma viagem de ciências pela Europa com o colégio.
Ele tem se esquivado de quaisquer responsabilidades heróicas exceto participar de eventos beneficentes organizados pela tia May (Marisa Tomei) pelas pessoas desabrigadas pelo Blip.
Ele só tem olhos para Michelle (Zendaya) por quem está apaixonado, e a quem planeja se declarar durante a viagem. Tanto que ignora os avisos de Happy (Jon Favreau) de que Nick Fury está tentando contatá-lo.
Na Europa, porém, após o ataque de uma criatura feita de água ser debelado pelo homem misterioso do México, Peter finalmente é encontrado por Fury, e apresentado a Quentin Beck (Jake Gyllenhaal), um soldado interdimensional cuja Terra paralela foi devastada por criaturas elementais que foram transportadas à nossa realidade pelo estalo de Thanos. Beck está colaborando com Fury para garantir que o destino de seu mundo não se repita no nosso, e os planos românticos de Peter irão ter que esperar já que o Homem-Aranha é o único super-herói disponível para dar suporte a Beck, nomeado Mysterio pelas crianças do colégio Midtown.
Homem-Aranha: Longe de Casa é um filme divertido.
A primeira metade é bastante lenta, às vezes irritante como millenials tendem a ser. Os dramas românticos adolescentes são tratados de maneira leve e galhofeira, e nada é levado muito a sério numa troca de marcha que faz o filme destoar um pouco da gravidade de Ultimato, mas o deixa no mesmo nível de Capitã Marvel.
A segunda metade é superior, com algumas grandes sequências de ação, em especial a que envolve Peter e Beck na Alemanha, que parece arrancada das páginas dos quadrinhos, e o grande confronto final em Londres.
Tom Holland é um Peter Parker bacana.
Poderia ser ótimo se fosse melhor escrito, e sua química com Zendaya melhorou bastante do primeiro filme pra cá. O Ned de Jacob Batallon segue sendo extremamente irritante, e Angurie Rice como Betty Brant segue sendo um desperdício de talento. O grande acerto do longa é mesmo Gyllenhaal como Mysterio.
O personagem é provavelmente o melhor em sua categoria em um filme solo da Marvel em muito, muito tempo, e o testemunho de que a parceria Sony/Disney sabe adaptar personagens de maneira inspirada, infelizmente resolveu não fazê-lo com o personagem título.
Entre mortos e feridos, porém, dá pra se dizer que todos se salvaram.
Longe de Casa não é um filme memorável, mas está na média dos segundos filmes solo da Marvel, todos nota seis, no máximo (exceto Soldado Invernal), e é um encerramento morno para a fase 3 do MCU, mas, depois de Ultimato, sejamos francos, todos sabíamos que tudo pareceria morno dali pra frente.
O longa tem duas cenas pós-créditos, a primeira com uma participação especialíssima e o que deveria ser um evento bombástico que, francamente, não faz nenhuma diferença considerando o status quo do personagem nos filmes até aqui, e a segunda aludindo à verdadeira natureza de um personagem do longa.
O 3D é absolutamente dispensável, mas Mysterio e as grandes sequências de ação valem a ida ao cinema.

"Você não é o Homem de Ferro."

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