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sexta-feira, 12 de julho de 2019

Resenha Série: Stranger Things, Temporada 3, Episódio 4: The Sauna Test


Na temporada passada, ali pelo sexto episódio, uma das mais improváveis duplas que uma série de TV poderia ter formado surgiu quanto Dustin pediu socorro a Steve para encontrar seu "girinogorgon" fujão. A química entre Joe Keery e Gaten Matarazzo foi tão excepcional que os dois se tornaram, disparado, a melhor parte de Stranger Things sempre que estavam em cena, e houve até quem dissesse, de forma a elogiar o par, que eles mereciam sua própria série.
Bem, no terceiro ano de Stranger Things, nós estamos assistindo essa série.
A maneira como a linha narrativa no shopping Starcourt encabeçada por Henderson e Harrington corre em paralelo ao restante do programa nem sequer chega a incomodar, tanto porque sabemos que elas inevitavelmente irão se juntar, quanto porque talvez seja a linha narrativa mais divertida do programa. Se a adição de Robin havia sido um achado desde seu primeiro capítulo, porém, eu não posso dizer o mesmo de Erica Sinclair (Pryah Ferguson).
A irmã mais nova de Lucas já havia me parecido irritante em suas pouquíssimas aparições na temporada passada, e pareceu igualmente irritante em suas aparições na Scoops Ahoy nesses primeiros capítulos da temporada atual. Sua negociação com Steve, Dustin e Robin demandando sorvete em troca de participar da operação do trio para descobrir o que está sendo ocultado pelos soviéticos nas entranhas do shopping mostrou que ela é ainda mais irritante do que pareceu a princípio, seja como for, esse segmento com a galera da sorveteria trouxe algumas das melhores risadas da série novamente, e apresentou novos desdobramentos que trouxeram mais perguntas do que respostas à audiência.
Enquanto isso, em outra parte da cidade, após ter levado uma surra de Grigori no capítulo passado, Hopper vai à prefeitura ter uma conversa franca com Larry Kline.
O prefeito de Hawkins não parece lá muito disposto a colaborar com a investigação de Hop, o que força o nosso xerife preferido a descontar a sova que levou do Exterminador russo no mandatário do executivo municipal em sua busca pela verdade. O indigesto cardápio de agressões conta com fraturas e ameaças de amputação, mas cumpre seu papel. Hopper e Joyce conseguem descobrir que há, sim, uma nova conspiração em Hawkins que se estende até os mais altos escalões de poder. Resta saber de que forma espancar o prefeito da cidade irá afetar a carreira de Hopper quando ele tentar a reeleição ao cargo de xerife.
Falando em conspirações, a busca frenética de Nancy "Drew" Wheeler pela verdade no caso da senhora Driscoll (Peggy Miley), seus ratos raivosos e o sumiço do fertilizante e outros produtos químicos custou seu emprego e o de Jonathan no Hawkins Post (é difícil saber o quanto da demissão da dupla passou pelo fato de o editor do jornal ter sido dominado pelo Devorador de Intelecto após o jantar com Billy no episódio passado, mas ainda assim...), e ainda chacoalhou sua relação com o namorado.
Por mais que saibamos que as coisas estão todas interligadas de alguma forma na cidade, Nancy e Jonathan não estão tendo o mais dinâmico dos arcos nessa temporada (de novo. O arco dos dois procurando "justiça para Barb" na temporada passada foi bastante chato, também), mas eu devo dizer que sua conversa com a mãe foi, talvez, o ponto alto da personagem até aqui. Não tanto por Nancy, sejamos francos, mas por Karen Wheeler.
Bastaram algumas linhas de texto para que a série nos dissesse um bocado a respeito da mãe de Nancy e Mike. Eu francamente não sei se me interesso tanto assim pela personagem de Cara Buono na série, mas é bacana ver que os roteiristas têm coisas a dizer a respeito de todos os personagens da série.
E, o papo motivacional da personagem colocou Nancy novamente no encalço da verdade o que, na pior das hipóteses, deve fazer com que ela descubra ao menos alguma coisa que vá reverberar na linha narrativa principal ali adiante.
E a linha narrativa principal!
Após Will Byers ter declarado o retorno do Devorador de intelecto o código vermelho reúne a gurizada (exceto por Dustin) para completar a investigação iniciada por Onze e Max no episódio passado e trazer o monstro à luz através do teste da sauna do título.
Numa das melhores e mais tensas sequências de ação da temporada, Onze se vê frente a frente com o Devorador de intelecto e a luta entre os dois é excepcional.
Mais do que isso, a sequência inteira mostra o quanto o trabalho de equipe é importante na série.
Por mais poderosa que Onze seja, junto com o resto do grupo, ela sempre pode realizar mais, e esse episódio reforça isso de maneira empolgante com um confronto visualmente sensacional, com uma pancadaria violenta turbinada pelos poderes telecinéticos da filha de Jim Hopper e a força física de Billy ampliada pelo Mundo Invertido, e ainda oferecendo a Billy uma chance de colocar uma pulga trás da orelha da audiência:
O valentão é realmente um prisioneiro no próprio corpo controlado pela entidade interdimensional, ou ele foi totalmente dominado pelo Devorador e suas interações com Max eram apenas uma tentativa de escapar da armadilha?
Seja como for, esse foi apenas o primeiro round da luta entre a paranormal preferida de Hawkins e seu inimigo jurado.
Stranger Things 3 chegou à metade com o melhor episódio da temporada (um dos melhores da série) dando uma injeção de ação e adrenalina em um programa que vinha caminhando muito bem em ritmo mais lento mas que agora engatou a quinta marcha. Vamos torcer para que, mesmo que o ritmo diminua, a qualidade se mantenha pelas próximas quatro horas.

"Isso com certeza não é comida chinesa..."

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