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quarta-feira, 10 de julho de 2019

Resenha Série: Stranger Things, Temporada 3, Episódio 2: The Mall Rats


O primeiro capítulo de Stranger Things 3 terminou com um tremendo cliffhanger conforme Billy (Dacre Montgomery) foi, aparentemente, possuído pelo Devorador de Intelecto de uma maneira ainda mais profunda do que ocorrera com Will na temporada passada.
Se ainda há um pouco do salva-vidas que faz a alegria das coroas ao redor da piscina pública de Hawkins, não dá pra saber ao certo quanto, já que em nenhum momento da possessão de Will nós vimos o moleque desejar esmigalhar a cabeça de alguém ou sequestrar pessoas como Billy fez nesse episódio respectivamente com a senhora Wheeler (Cara Buono) e sua colega Heather (Francesca Reale).
Nem só de possessões, porém, The Mall Rats é feito. Há uma porção de grandes interações entre os personagens nesse capítulo, nós vemos parte do grupo da primeira temporada se reunir após Mike, afugentado por Hopper, mentir para passar um dia longe de Onze, e receber aconselhamento de Lucas enquanto Will só quer jogar D&D (Já estive lá...), enquanto isso, uma nova parceria é formada, com Max e Onze tirando um dia das gurias no shopping com direito a compras e pérolas de sabedoria romântica da ruivinha para a jovem paranormal.
Se essa é uma dupla cheia de potencial, e eu certamente gostaria de ver mais dela no futuro, não dá pra não considerar a reunião de Steve e Dustin como o ponto alto do episódio.
A improvável dupla que foi uma das coisas mais maneiras da temporada passada voltou com força total após Dustin captar uma transmissão em código russa com sua gloriosa antena de rádio portátil, e resolver pedir ajuda ao seu novo melhor amigo para descobrir de que se trata e prestar um serviço à pátria para tornarem-se heróis juntos.
A adição de Robin ao grupo só faz com que o "Esquadrão Scoops Ahoy" se torne ainda mais evidentemente a melhor parte do episódio. A gatinha é esperta, cheia de recursos e complementa a equipe na medida para que a investigação do trio torne a iminente invasão soviética em Indiana a linha narrativa mais divertida da série nesse início, especialmente pela habilidade com que os roteiristas dosam as revelações a respeito, tanto da nova invasão do Mundo Invertido, quanto da razão pela qual os russos estão em Hawkins.
Igualmente divertida foi a satisfação de Hopper após assustar Mike o suficiente para o fedelho concordar em passar algum tempo a mais do que oito centímetros de distância de Onze.
A satisfação do xerife com a ausência do fedelho em sua casa é particularmente engraçada, tanto quanto seu figurino de Magnum versão três litros para seu encontro com Joyce, frustrado quando a senhora Buyers resolve fazer um curso intensivo a respeito de magnetismo com o professor Clarke (Randy Havens) após ficar particularmente intrigada sobre a razão pela qual seus imãs de geladeira ficam caindo.
O furo de Joyce e o chamado do escamoso prefeito Kline (Cary Elwes), acossado pelos comerciantes locais por seu apoio ao shopping que está acabando com os negócios da cidade dão a David Harbour a oportunidade de fazer de tudo um pouco nesse episódio, e eu, que já havia me habituado a ver o ator fazer sempre papel de bandido em filmes policiais, devo admitir que me afeiçoei ao ator rechonchudo no papel de mocinho, mesmo quando ele está puto da vida, bêbado ou descornado.
The Mall Rats mantém Stranger Things 3 na direção certa. A despeito do estranhamento de vermos as crianças tão divididas quanto elas estão agora, as interações dos grupos que se formam são bastante divertidas, e se Dustin e Steve, com o reforço de Robin são o elo mais forte da corrente, Max e Onze têm quase tanto potencial quanto Hopper e Joyce, cujas constantes discussões são uma forma de flerte divertida e simpática, enquanto a linha narrativa de Billy fica como plano de fundo, prometendo uma nova investida do Devorador de Intelecto contra o nosso mundo.

"-Podemos jogar D&D, agora?
-Não!"

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