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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Rapidinhas do Capita


A Durvalina acordou naquela madrugada com um grito contido na garganta. Ela sonhou que seu pai, o falecido coronel Mendes, lhe surgia em um sonho vestido de Sininho, aquela do Peter Pan, e mandava que ela fosse logo recolher as roupas pois ia chover marshmallow.
No outro dia, de manhã bem cedo, Durvalina encontrou com o Frederico e rompeu com ele um noivado de quatro anos.
Ela nunca soube ao certo o que aquele sonho significava, nem percebeu nada que ligasse ele à sua relação com o Frederico, mas como o Frederico era muito chato, tinha chulé, roncava e não parava de postergar o casamento, a Durvalina resolveu aproveitar o ensejo.

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O Fabão entrou no bar com a camiseta azul celeste colada no corpo musculoso de rato de academia. Sentou-se em um banco estreito afastando dois bebuns próximos com os cotovelos. Deu um murro na mesa e bradou:
-Alguém me traz uma cerveja, senão...
Imediatamente o garçom trouxe uma cerveja e a pousou diante de Fabão.
O brutamontes bebeu dois goles da cerveja, e olhou em volta com cara de poucos amigos ao perceber que a TV não estava sintonizada no futebol. Esmurrou o balcão enfurecido e rosnou:
-Alguém bota aí no jogo do imortal, senão...
Imediatamente um garçom correu e mudou o canal da TV.
Fabão bebeu assistindo ao jogo, até sentir fome. Novamente, parecendo enfurecido, socou o balcão gritando:
-Alguém me traz uma batata frita, senão...
Um outro garçom, também grande e forte, parecendo de saco cheio daquilo tudo assomou ao lado de Fabão e perguntou:
-Senão o quê?
E o Fabão, parecendo surpreso deu de ombros e respondeu:
-... Senão pode ser um escondidinho de frango, mesmo.

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O Abreu não tinha nenhuma ideia de tudo o que ia acontecer depois que ele fizesse o que se decidira a fazer.
Podia dar muito certo.
Podia dar muito errado.
Podia doer muito.
Podia doer pouco.
Mas de uma coisa ele tinha certeza:
Ele não estava com medo.

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