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segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Resenha Cinema: Looper


O diretor Rian Johnson é bom no seu trabalho. Quem viu o policial noir de high school A Ponta de Um Crime (2005), sabe das qualidades narrativas do diretor, que voltou a mostrá-las em outro filme acima da média, Vigaristas (2008).
Quem assistiu a esses dois filmes, certamente ficou interessado em ver Looper, quando começaram a falar a respeito do filme.
Conforme eram divulgadas as primeiras notícias do longa, como o elenco composto por Joseph Gordon-Levitt (Parceiro de Johnson em A Ponta de Um Crime) e Bruce Willis partilhando o mesmo papel, e as posteriores imagens mostrando um Gordon-Levitt usando praticamente uma cara protética pra ficar com as feições de Willis, e os demais nomes no elenco (Jeff Daniels, Emily Blunt, Paul Dano...), e a premissa envolvendo viagens no tempo... Bom. Tudo deixava a audiência curiosa com relação ao que esperar(Eu, pelo menos fiquei).
Nesse final de semana fui assistir ao longa, e, bom...
Looper mostra o mundo no ano de 2042, em 2042, ainda não existe a viagem no tempo, mas trinta anos no futuro, apesar de extremamente ilegal, existirá.
Em 2072, quando a máfia precisar de uma pessoa morta, ao invés de dar cabo do salafrário por conta própria, eles sequestram o miserável, e o mandam ao passado, onde um pistoleiro especializado, um Looper, enche o desgraçado de chumbo e desova o defunto sem que a máfia precise se preocupar com nada (Aparentemente sequestro, agressão e uso ilegal de dispositivo de deslocamento temporal são crimes sem nenhuma gravidade se comparados a assassinato...).
Um desses Loopers é Joe (Joseph Gordon-Levitt, bem, mostrando que sabe mesmo usando uma maquiagem pesada e esquisita), Joe é um sujeito com um plano.
Cada vez que ele mata um desconhecido, pega metade do seu pagamento (Lingotes de prata presos no alvo) e guarda para a aposentadoria que planeja na França.
Tudo corre conforme o planejado para Joe, até o momento em que ele se vê obrigado a matar a si próprio, na sua versão trinta anos mais velho (Bruce Willis, assumindo a calvície).
O que deveria ser apenas mais uma execução corriqueira, porém, acaba mal para o jovem Joe, pois o velho Joe tem seus próprios planos em 2042, o que o coloca em rota de colisão com sua versão futura e com seus empregadores.
Não é ruim, não. É interessante, bem intencionado, embora um pouco pretensioso, como, aliás, é toda a filmografia de Rian Johnson.
O longa trabalha bem as complicações tradicionais da viagem no tempo, pinta um retrato maneiro do futuro, e ainda adiciona elementos de outras vertentes da ficção científica, como a distopia tradicional de futuros com governos ausentes, indivíduos controlando sindicatos do crime das sombras e até mutantes.
Talvez tenha sido o hype excessivo o problema do filme, toda a crítica especializada pareceu ansiosa por correr e encher o filme de elogios, e, francamente, não sei se ele merece todos.
É uma boa ficção científica de ação e viagens no tempo, tem momentos tensos (A cena em que outro looper fugitivo começa a sentir, literalmente na pele, o que está acontecendo com sua versão mais jovem é de causar pesadelos) e boas atuações (Em especial de Levitt e de Jeff Daniels), mas determinado momento parece vergar sob o peso das próprias ambições. Não se compara, por exemplo, a outra ficção de viagem no tempo com Bruce Willis: Os Doze Macacos.
Ainda assim, vale a ida ao cinema. É um filme maneiro, divertido, e bem montado que merece ser visto, nem que seja pra tentar descobrir onde é que a pretensão deixa de ser benéfica e se torna um problema.

"-Como está seu mandarim?
-Estou aprendendo francês.
-Esqueça o francês, aprenda mandarim.
-Eu vou me mudar pra França.
-Eu sou do futuro, e estou te dizendo pra aprender mandarim."

Um comentário:

  1. Um final conturbado e sem definição deixando no minimo o telespectador com a sensação de perda, talvez do ingresso.

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