Pesquisar este blog

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Resenha DVD: Sabotagem


Confesso que me causa estranhamento ver um filme com Arnold Schwarzenegger estrear diretamente em home video no Brasil... Houve um tempo, meninos em meninas, em que Schwarza era uma persona cinematográfica tão relevante, que mesmo porcarias como Colateral passavam no cinema com pompa e circunstância, e alguns incautos (como este humilde blogueiro) acabavam pagando ingresso pra ver algumas horas de não-atuação do segundo maior artista/político da história da Áustria.
Talvez tenha sido curiosidade mórbida, ou então esperança de ver se repetir o divertido e descompromissado O Último Desafio, mas assim que vi o poster na locadora, com Arnold posando em frente à uma trupe de brucutus, fiquei com vontade de ver o filme que, apenas em casa, descobri ser do mesmo David Ayer que escreveu Dia de Treinamento e Velozes & Furiosos, dirigiu Os Reis da Rua e Marcados para Morrer além do (ainda) inédito Corações de Ferro.
No longa de Ayer, Arnold Schwarzenegger é John "Breacher" Wharton, líder de um grupo de operações especiais do DEA norte-americano.
O time de John é especializado em infiltrações de altíssimo risco, operações sob disfarce, e combate de proximidade com o pior tipo de escória do mundo do crime, e são bons no que fazem.
Já na sequência de abertura, a equipe formada por Joe "Grinder" (Joe Manganiello, de Homem-Aranha e True Blood), Eddie "Neck" (Josh Holloway, de Losta), James "Monster" (Sam Worthington, de Avatar), Julius "Sugar" (Terrence Howard, de Homem de Ferro), Tom "Pyro" (Max Martini, de Círculo de Fogo), Lizzy Murray (Mireille Enos, de Se Eu Ficar), e "Tripod" McNeely (Kevin Vance) invade a mansão de um cartel de drogas, queima toda a bandidagem, e confisca uma quantidade violenta de dinheiro, não sem antes desviar um bônus próprio de 10 milhões de dólares do dinheiro do tráfico.
O problema é que alguém apanha o dinheiro da missão antes de Breacher e seus homens, e uma investigação paralela do FBI acaba colocando a equipe sob o radar da corregedoria, que sabe que dez milhões desapareceram, e, pra piorar, o cartel descobre quem os roubou, e é reconhecido por não lidar bem com roubos.
Após meses no estaleiro por conta da investigação, Breacher e seus homens recebem carta branca para voltar ao campo, exatamente ao mesmo tempo em que começam a ser caçados e assassinados um a um.
Encurralados e investigados pela detetive Caroline Brentwood (Olivia Williams) e seu parceiro Jackson (Harold Perrineau, de Matrix Revolutions), o grupo começa a duvidar de cada sombra, numa espiral descendente de desconfiança e medo que pode acabar com a equipe antes mesmo de seu inimigo invisível.
Não... Não é bom.
Ainda que não seja a pior porcaria estrelada por Schwarzenegger, tem tanta coisa errada com o roteiro de Sabotagem que tornam a decolagem do filme impossível.
O diretor/roteirista David Ayer disse que a mão do estúdio pesou, forçando uma reedição do filme que o tornasse mais uma fita de ação do que o suspense investigativo que ele foi imaginado para ser. Com um corte inicial de quase três horas de duração, toda uma subtrama para Brentwood e Jackson, e um final muito diferente (e que fazia um pouco mais de sentido), Sabotagem poderia ter sido um bom filme, infelizmente, da forma como foi lançado, não o é.
Desde a premissa inicial, do roubo da equipe, o filme faz pouco sentido (Breacher e sua equipe explodem dois bilhões de dólares, como é que o FBI e o Cartel sabiam que faltavam dez milhões?), e as coisas só se emaranham mais conforme o filme anda...
Ainda que conte com um numeroso elenco de gente conhecida (destaque para Mireille Enos, que herdou o papel de Malin Ackerman, que abandonou a produção por conta da gravidez, e não faz feio, e para Sam Worthington, que se esforça para dar um pouco de dimensão ao seu personagem.), Sabotagem não engrena, e suas interessantes cenas de ação, em especial as operações da equipe, muito bem filmadas, são muito pouco para segurar o rojão do que poderia ser um filme policial digno, mas acaba sendo absolutamente descartável.
Espere passar na TV a cabo.

"No que nós fazemos, existe apenas confiança."

Um comentário:

  1. Concordo totalmente! O filme começa bem, toma uma chinela e não se levanta mais até a cena final de perseguição.

    ResponderExcluir