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terça-feira, 2 de junho de 2015

A Hora da Mudança?


Caiu a casa... Embora algumas vozes ainda tenham a desfaçatez de pedir o cancelamento, advogando em causa da CBF, o senador Romário de Souza Farias, o Baixinho Romário, conseguiu as assinaturas necessárias para criar uma CPI e investigar o Câncer Brasileiro do Futebol, essa dinastia imunda que desde João Havelange, passando por Ricardo Teixeira e chegando a José Maria Marin (e, podemos imaginar, chegando a Marco Polo Del Nero) tem esculhambado o futebol, agindo sempre em nome dos próprios e espúrios interesses em detrimento da lisura de um jogo amado por todo o mundo.
No momento em que o presidente da CBF é preso, o ex-presidente procurado, e até mesmo a FIFA, que no alto de sua soberba mandava e desmandava no futebol do mundo inteiro, chegando ao ponto de ameaçar de maneira velada àqueles que teimavam em se insurgir contra os desmando de sua confederação local (Não, FIFA, eu não esqueci do que vocês fizeram com o Inter em 2005, quando fomos aviltados pela CBF no Brasileirão), viu seu império de corrupção ruir parcialmente. Talvez, não fosse por esse percalço da entidade máxima do futebol, nós sequer tivéssemos a oportunidade de ver a CBF sofrer uma há muito necessária devassa.
Há muito um clubinho de velhos ricos e desprovidos de escrúpulos, o enfraquecimento da CBF é apontado por várias pessoas como o momento ideal para os clubes se unirem e escaparem do jugo da Confederação Brasileira da Falcatrua, formando uma Liga.
O modelo utilizado nos melhores campeonatos do mundo, onde os clubes gerem e organizam o campeonato nacional, e as federações apenas cuidam da seleção nacional, a Liga poderia ser uma forma de tornar o futebol brasileiro mais imparcial, igualitário e justo, fazendo com que todos os clubes tivessem peso igual na hora da tomada das decisões acerca do futuro do torneio.
É um belo sonho, mas a verdade é que, embora o momento seja, realmente propício à mudança, a grande questão é:
Nossos dirigentes querem a formação de uma liga?
Para responder a essa pergunta, precisamos lembrar que o que tivemos de mais semelhante à uma liga, foi o Clube dos Treze, um modelo que acabou encaçapado, ora vejam, por causa de membros do próprio clube que não estavam satisfeitos com o modelo de negociação e divisão de lucros vigente, então. Um modelo de divisão, diga-se de passagem, bem mais igualitário do que o atual, em que a Globo oferece 120 milhões de reais anuais para Corinthians e Flamengo, e apenas 40 para Cruzeiro e Atlético Mineiro, por exemplo.
A CBF não é corrupta de graça. A Confederação mãe do futebol brasileiro não é mais senão reflexo das federações estaduais que a compõe, e dos dirigentes que são regras no futebol brasileiro:
Desunidos. Arrogantes. Amadores. Grosseiros... E burros.
Uma classe de homens que está sempre a postos para apunhalar os colegas pelas costas em nome de uma porcentagem maior.
De nada vai adiantar formar uma liga com os oitenta ou cem ou cento e tantos clubes que formam as quatro divisões principais do campeonato brasileiro enquanto fazer isso for como juntar cento e tantos cães famintos numa sala com três frangos assados.
A derrocada da FIFA ou da CBF, por si só, não agregará nada ao futebol brasileiro enquanto os dirigentes de clubes não forem nada além de reflexos menos influentes dos bandidos que estão sendo retirados do comando.
Uma sacudida que começa por cima só é aproveitável se ela for aliada à uma remodelação que começa por baixo, e isso, infelizmente, ainda está muito, muito longe do nosso horizonte.

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