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segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Resenha Série: Jessica Jones: Sorria


Após uma intensa luta que só terminou quando Jessica foi forçada a disparar uma espingarda de calibre .12 na cara de Luke, a investigadora precisa levá-o para o hospital.
Aparentemente a pele de Luke é impenetrável, mas abaixo dela ele é totalmente humano, de modo que o impacto do tiro lhe causou sérios danos internos requerendo atendimento médico de urgência.
A incursão de Jessica e Luke ao hospital leva a um crossover com Claire Temple (Rosario Dawson, que repete seu papel de Demolidor).
A enfermeira ajuda Jessica a mover Luke após os médicos serem incapazes de tratá-lo por conta de sua pele invulnerável e a polícia aparecer fazendo perguntas.
Enquanto Claire tira Luke do hospital, Jess precisa lidar com um Kilgrave mais poderoso do que nunca.
O vilão não precisa ser brilhante para encontrá-la no único hospital do bairro, e agora consegue controlar multidões até mesmo através de microfones (o que, apesar de maneiro, é absolutamente sem sentido, já que a série havia estabelecido que o poder de Kilgrave era um vírus. Como um vírus viaja através de microfones?), o que leva Jessica a precisar rebolar para escapar do hospital e chegar em casa para ajudar Claire a tratar Luke.
Por mais bacana que seja o crossover, estabelecendo pontes entre as séries (agora Claire é uma personagem com conexões em Demolidor, Jessica Jones e a vindoura Luke Cage), o timming é péssimo.
Por mais legal que sejam as menções da enfermeira (Noturna?) a seu "amigo especial", numa óbvia referência a Matt, estamos no season finale da série, e Claire rouba um bom tempo de cena numa referência que, para quem não assistiu Demolidor, não significa nada.
Ainda assim, ela tem coisas a fazer já que aparentemente, sem seus cuidados, Luke pode morrer.
Após estabilizar o ferido com Claire, Jessica precisa encontrar Kilgrave, o que ela consegue com relativa facilidade.
Após descobrir que as habilidades do vilão parecem ter aumentado exponencialmente (e escalado com sua perversão a tiracolo, considerando o destino de Albert) Jess tem um confronto final com Kilgrave às margens do rio Hudson, quando finalmente a história de ódio e rancor dos dois terá um ponto final de uma forma ou de outra.
O episódio final de Jessica Jones está longe de ser um mau desfecho de temporada, mas infelizmente ele incorre em uma série de erros que não haviam sido cometidos na série até então, resultando em um produto algo anti-climático e, francamente, um pouco decepcionante considerando a qualidade geral do programa até então.
Por mais que a natureza noir da série, que andou por lugares sombrios ao longo dos treze capítulos, pedisse um final melancólico, há decisões muito discutíveis em Sorria.
Da tensão a respeito da possível "morte" de Luke (qual é? O sujeito tem pele impenetrável e uma série a caminho. Todo mundo sabia que ele não ia morrer...) ao confronto final no porto, as coisas simplesmente não convenceram, dando a impressão de que o roteiro tinha chegado ao seu limite em I've Got The Blues e daí pra frente foi escrito meio nas coxas pra aparar as arestas do jeito que dava.
Obviamente não era a intenção, prova disso é que os escritores acharam tempo (demais) até para incluir Claire Temple na trama e apresentar possíveis desdobramentos futuros com a IGH descoberta por Trish e Dorothy.
O final apressado foi apenas uma decisão tomada em nome do vazio da decisão final de Jessica, que mesmo tendo um momento de ternura com Trish, termina a temporada tão miserável quanto começou.
Apesar dos percalços desses últimos episódios, a primeira temporada de Jessica Jones foi satisfatória, tendo capítulos bons, e picos de excelência que se nivelaram aos melhores momentos de Demolidor, ainda que, para esse blogueiro que vos escreve, jamais tenha superado a série do diabo da guarda (a despeito do que disse a crítica especializada).
Jessica Jones encontrou seu tom, uma protagonista que segura a peteca, bons coadjuvantes e um baita vilão, e, apesar da escorregada do final, pavimentou um ótimo caminho para heroínas Marvel na TV e no cinema.
Que venha Luke Cage, Punho de Ferro, a segunda temporada de Demolidor, e Os Defensores.

"Dizem que todo mundo nasce um herói. Mas se você deixar, a vida te empurra até te tornar um vilão. O problema é que você nem sempre sabe que atravessou essa fronteira."

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