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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Resenha Cinema: Código de Conduta


Ontem saí de casa e, na companhia de amigos, fui ao cinema para ver 2012, nova tentativa (e bem sucedida.) do diretor alemão Roland Emmerich de destruir o mundo após cometer 10.000 A.C., mas não consegui.
A sessão que tinhamos em vista estava lotada, então encaramos o novo filme de Jamie Foxx e Gerard Butler, Código de Conduta, de F. Gary Gray.
A premissa é interessante: Pai de família, após ver a esposa e a filha serem violentadas e mortas durante assalto, se desespera ao saber que um dos dois criminosos irá receber uma pena atenuada por colaborar com a promotoria no processo contra o outro, declarando guerra ao sistema judiciário da Philadelphia.
O filme começa bem, uma sequência crua e bruta mostrando o crime da qual Butler e família são vítimas, para imediatamente a seguir apresentar Nick, o personagem de Foxx, promotor arrogante, preocupado com seu alto índice de condenações mirando promoções futuras, e, para isso, fazendo acordos duvidosos que visam ter "alguma justiça ao invés de nenhuma.".
Daí o filme salta dez anos e mostra o início dos planos do personagem de Butler, Clyde, sabotando a injeção letal do criminoso condenado (Que de indolor passa á dolorosa pra cacete.), e seguindo em direção á sua vingança bíblica contra o sistema que libertou o assassino estuprador que lhe roubou a razão de viver.
OK, o filme é maneiro, é um exercício divertido imaginar que, com o planejamento certo, alguém pudesse fazer a bagunça que o personagem central do filme faz com as autoridades, além disso, ele começa sua sanha vingativa contra assassinos estupradores, personagens desprezíveis para com os quais ninguém terá nenhum tipo de empatia ou simpatia, o mesmo vale para os outros personagens que, de início, morrem feito moscas.
O lance é que o filme tem dois problemas cruciais, pra mim. Primeiro:
Á certa altura, Clyde se torna um tipo de supervilão, uma mistura de jigsaw com o Coringa de Batman - Cavaleiro das Trevas.
Ele tem tanta coisa planejada, e executa os planos de um modo tão inacreditável que fica impossível manter a conexão com ele. Isso é provavelmente uma forma de virar a simpatia da audiência, inicialmente do lado do pai de família brutalizado, para o promotor, inicialmente um personagem arrogante com quem ninguém se importa.
Não funciona.
Eu sou fã de cinema e posso admirar uma história totalmente inverossímil, mas quando um filme começa com os dois pés na realidade e de certo ponto em diante manda toda a coerência lá pra casa do Capita, fica difícil acompanhar sem uma ponta de desconfiança.
O segundo problema, e advirto aqui um spoiler dos bravos: O personagem de Foxx não morre.
Nada contra ele, acho um bom ator, gostei muito de Ray, mas é a segunda vez em que vejo um filme em que o personagem do Foxx deveria morrer e não morre (O outro é, olha o spoiller de novo, Colateral.).
Á despeito dessas falhas o filme é bacana e distrai, o novo fim do mundo de Roland Emmerich pode esperar mais um dia.

"Não é o que você sabe, mas o que pode provar no tribunal."

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