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segunda-feira, 26 de julho de 2010

Resenha Game: Red Dead Redemption



Foi hoje de manhã, antes de sair de casa que eu finalmente terminei o modo history do que, pra mim é, desde então, o melhor jogo de video game de 2010, e, talvez, um dos melhores games de todos os tempos.
Red Dead Redemption, o que muita gente, incluindo eu, considerava um "GTA de Velho Oeste" foi lançado no início de junho, foi, aliás, quando eu comprei o jogo.
Eu sei, parece que pouco mais de um mês é tempo demais pra terminar um game cujo modo history se pode terminar tranquilamente em vinte horas de jogo contínuo, porém, quando se começa a jogar, e se é absorvido pela trama, e se aprende a aproveitar tudo o que o jogo tem a oferecer é inevitável passar mais e mais tempo explorando a região de New Austin, México e Tall Trees, especialmente se você, como eu, é um fã declarado de westerns que corre pro cinema toda a vez que alguém faz um filme com o tema.
No game você encarna John Marston, um ex-criminoso, agora reformado, que é coagido pelas autoridades á caçar seus ex-colegas de gangue.
Logo de início, encontramos Marston deixando a cidade de Blackwater em um trem rumo a Armadillo, cidade na fronteira selvagem dos EUA com o México. Corre o ano de 1911 e as autoridades estadunidenses buscam formas de coibir a violência instaurando a civilização mesmo nos recantos mais obscuros do oeste selvagem custe o que custar.
Sentiu a trama? Não tem a maior cara de faroeste espaghetti do bom? Daqueles de Sergio Leone estrelados por Clint Eastwood e com trilha de Ennio Morriconi?
Pois só melhora.
Os cenários, que não são exatamente realistas, evocam os faroestes do cinema, com paisagens áridas na fronteira selvagem, ainda mais áridas e alaranjadas no México, e repletas de neve e gelo ao norte de Black Water, e criam uma atmosfera de imersão quase absoluta graças a essa decisão estilística quanto ao ambiente.
A música é genial, bandolins, gaitas, assobios e violinos entram em ação conforme a situação que se apresenta, e, por falar em situações que se apresentam, os encontros aleatórios espalhados pelo jogo exigem raciocínio e reflexos rápidos, pois em inúmeras vezes o sucesso ou o fracasso em uma determinada missão é decidido em uma fração de segundo.
Os gráficos são lindos, e merecem ainda mais admiração se levarmos em consideração que se trata de um sandbox, o estilo de jogo de mundo aberto onde você faz o que quer, na hora em que decidir.
E acredite, a riqueza de detalhes é tanta, a quantidade de atividades que se pode realizar em toda a parte é tanta, que em inúmeras oportunidades eu liguei o console e passei horas jogando sem progredir um segundo sequer no tocante à história do jogo. Fosse apenas cavalgando pelo cenário (Aliás, é difícil não se apegar ao seu cavalo no game, até por que, a sua conexão com o animal influencia coisas importantes como velocidade em que se pode progredir e terrenos que podem ser vencidos.), ou me engajando em alguma das muitas atividades colaterais em que se pode dispensar alguns bons minutos ou horas, eu ficava sentado feito uma criança feliz diante da TV caçando lobos, domando cavalos selvagens, esperando que algum desafortunado viesse me implorar por ajuda após roubarem sua carroça, ou sequestrarem sua esposa ou praticando jogos de azar.
Há os saloons onde se pode jogar pôker (Passei horas ganhando e perdendo fortunas nisso.), Black Jack (o nosso vinte e um.), Liar's Dice (Ah, esse eu não conhecia, é um jogo de dados ao estilo general, mas com regras que punem o blefe, e vicia.), também se pode tomar um porre violento e brigar contra a rapa na frente do boteco.
Claro, não seria um faroeste se você não tivesse a oportunidade de manejar um colt 44, ou uma winchester 22 em tiroteios com malfeitores cujas carrancas estampam pôsteres de Procura-se por toda a região.
Mas Red Dead Redemption garante isso.
E, como o próprio John Marston admite á certa altura do game, ele não conseguiu suas muitas cicatrizes caindo na igreja, ele é um pistoleiro tarimbado que já esteve envolvido em mais conflitos do que gostaria, e, uma vez que (por mais familiares que sejam os controles a qualquer um que já tenha jogado alguma edição de GTA), nem sempre a nossa habilidade nos controles faria justiça à habilidade do nosso herói, a experiência de John em combates armados é ilustrada com o recurso Dead Eye, que, quando ativado, reduz a velocidade dos acontecimentos ao redor do protagonista garantindo tiros e mais tiros certos, um recurso que, em determinadas situações, vem muito à calhar mas que usado sem parcimônia tira um pouco da graça dos tiroteios do jogo.
As sequências animadas têm qualidade cinematográfica, com diálogos bem escritos que conduzem perfeitamente a ótima e envolvente história do game, e um trabalho de dublagem muito inspirado, especialmente do protagonista, e do vilão Dutch Van Der Linde.
No final das contas a Rockstar está de parabéns, o game é uma rara combinação de história envolvente, ambiente imersivo, jogabilidade simples e fator replay amplo (A quantidade de desafios e mini-games espalhados pelo jogo é de chorar.), com um protagonista carismático (Já estou com saudades, John.) e um final apoteótico que fica no mesmo nível de pérolas como Butch Cassidy e Sundance Kid, ou Três Homens em Conflito, enfim, Red Dead Redemption é uma ode aos filmes de faroeste em forma de video game.
Mal posso esperar pra começar outra campanha, e que venha uma sequência.

"As vezes eu digo a mim mesmo que as coisas acontecem por uma razão. Como se o que me trouxe até aqui tivesse sido algum tipo de chamado do destino. Mas ninguém traçou meu caminho senão eu."

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