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quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Amnésia...


O final de semana começava auspicioso, o feriadão prometia
Saí para zoar com meus primos, todos fugindo da minha tia.

Por danceterias e bares passeamos faceiros, bebendo e cantando
Os homens nos olhavam com raiva na face, as mulheres, salivando.

Mas se elas nos desejavam, por que não cediam às nossas investidas?
Seria apenas ilusão etílica achar que elas nos dariam calorosa acolhida?

Ora, que diabos, quem precisa dessas ardilosas e frígidas interesseiras?
Procuraremos por mulheres mais receptivas, lá na zona das luzes vermelhas.

Foi o que gritou meu primo, hébrio e achando-se repleto de razão
"Lá se houver dinheiro dentro da carteira há calcinhas pelo chão."

Embriagados que estávamos nem percebemos o absurdo da ideia em questão
E entramos aos risos com alarido em um inferninho do mais baixo calão.

Entre meretrizes que viram invernos demais encontramos a guarida da vez
E as horas finais da madrugada foram aproveitadas sem nenhuma altivez.

O álcool nos impeliu, não fora nosso, mas dele o curso que seguimos
Embora na alcova a satisfação, se houve alguma, fomos nós que sentimos.

O que sentimos também foram os resquícios que denunciavam o abuso noturno
Nevralgia, dor no corpo, desorientação e hálito fedendo feito um velho coturno.

Acordei em um quarto medonho, com uma baranga nua roncando ao meu lado
Ruim, é verdade, mas não de todo, pior seria se fosse um homem pelado.

2 comentários:

  1. haha ótimo. ''Meretrizes que viram invernos demais'' foi uma forma muito delicada de dizer a verdade !
    Muito cheio de aventuras esse feriado aí. Pelo menos teve mais emoção que o meu !

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  2. Ahahahah, obrigado, mas esse não foi meu feriadão, foi só uma homenagem ao feriadão de um amigo, eu nem bebo, nem frequento casas de tolerância, eheheheh..

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