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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Papo de amigo


-A real, mesmo, Fernando, é que ela era areia demais pro teu caminhãozinho...
-É...
-Tipo... Uma guria que nem a Aline, e um cara que nem tu... Pô, era certo que não ia durar, entende?
-Verdade...
-Quer dizer, ela é a musa dos sonhos eróticos de todos os caras da região, gostosa que não tinha mais pra onde ser gostosa, tipo, torta de tão boa-
-Porra, manera aí, tchê.
-Desculpa, tem razão... Bom, o meu ponto é que ela é linda. E não só isso. Também é inteligente, divertida, sociável... Pô, a guria é tudo de bom.
-Arram...
-E tu? Tu não é bonito. Não tem grana. Não tem nem carro. Não é inteligente, odeia todo mundo, nem bem dotado, tu é, Fernando. Queria o que com ela? Tipo, tu é um atraso de vida pra uma guria que nem ela. Se ela ficou contigo esse tempo todo, foi por pena, cara, porque, tipo, tu é um escroto.
-Entendo...
-Então, das duas, uma: Ou ela tinha pena de ti, o que, vamos combinar, é barbada, afinal, tu é digno de pena, mesmo. Ou ela sempre namorou caras tão escrotos, mas tão escrotos, que até tu era um pouco menos escroto que os ex-namorados dela, antes de ti, criando a ilusão de que tu valia alguma coisa, sacou?
-Acho que sim...
-No final das contas, meu amigo, é matemática pura. Mulher que nem a Aline mais um cara que nem tu, igual a rompimento.
-Obrigado, Raul. Já me sinto bem melhor...
-De nada, meu. Amigo é pra isso. Me dá mais uma cerveja.

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