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segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Resenha Cinema: Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo


Imagine o mundo por acabar. Um asteroide de proporções cataclísmicas se aproximando da Terra, os cientistas e as agências de defesa esgotaram as suas opções de tentativas de neutralizar a ameaça, e o que resta à humanidade é esperar pelo inevitável e inexorável fim.
O que isso faria com a humanidade? O que essa perspectiva de extinção quase absoluta causaria na sociedade em que vivemos? Onde o contato é cada vez menor exceto através de mensagens de texto e atualizações do facebook?
Onde as pessoas encontrariam apoio para superar, ou ao menos suportar a extinção, quando as relações interpessoais são cada vez menos pessoais?
Procura-se Um Amigo Para o Fim do Mundo explora com graça a resposta à essa pergunta.
No longa de Lorene Scafaria, Dodge Peterson (Steve Carrell, ótimo.) está tentando lidar com o fim do mundo à sua própria maneira após ser abandonado por sua esposa assim que o impacto do asteroide Matilda com a Terra torna-se uma certeza aterradora.
Dodge tenta manter sua rotina o mais normal possível em meio ao inevitável caos que toma conta de várias partes do globo. Enquanto segue vendendo seguros, Dodge vai percebendo os colegas abandonarem o emprego ou cometerem suicídio, os jantares entre amigos se transformando em orgias regadas a heroína, e as pessoas desesperadas por qualquer forma, ainda que fugaz, de contato humano. Todos ansiando desesperadamente por ter a seu lado alguém com quem partilhar os momentos finais da aventura humana na Terra.
Dodge não está desesperado por qualquer medida de afeto gratuito ou sintético, e mantém-se afastado das pessoas até que, por acaso, acaba conhecendo Penny (Keira Knightley, adorável, um doce.).
A jovem inglesa, sua vizinha nos últimos meses com quem jamais havia trocado nenhuma palavra e que subitamente aparece na sua escada de incêndio após romper com o namorado.
Ao mesmo tempo, Dodge descobre que Olivia, a garota por quem era apaixonado no colegial ainda pensa nele, e solitário e arrasado por uma revelação, resolve ir atrás dela, acompanhado por Penny, que inadvertidamente causou-lhe um tremendo contratempo, e pelo cão abandonado "Desculpa", numa viagem para encontrar a mulher que ama, salvar seu coração, e não estar sozinho no fim de todas as coisas.
Em sua jornada, Dodge e Penny descobrem o valor de muitas coisas, aprendem um com o outro, encontram pessoas lidando de formas diversas com a iminência da destruição do planeta, como Speck, o ex-namorado militar de Penny, ou o policial desesperado para cumprir suas cotas ou o pessoal do restaurante Frendsy's, que continua aberto e extremamente amigável mesmo no limiar do Armagedom, e tentam se salvar mutuamente, de uma forma ou de outra.
A mistura de filme de apocalipse com road movie, e comédia com drama é ótima. A direção delicada de Lorene Scafaria consegue equilibrar os elementos do filme (Também roteirizado por ela) em uma mistura extremamente agradável, que consegue arrancar risos e lágrimas na mesma medida, tirando o melhor de seus protagonistas, contando ainda com um talentoso elenco de apoio (com nomes como Martin Sheen, Derek Luke e Adam Brody, além de outros) para contar uma história doce, tocante, divertida, e que ainda guarda algumas reviravoltas honestas e belas para o final do que se tornou instantaneamente um dos meus filmes favoritos do ano ao perguntar:
Com quem tu gostaria de estar no fim do Mundo?

"-Eu pensei que nós fôssemos salvar um ao outro.
-Nós salvamos."

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