Pesquisar este blog

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Resenha Blu-Ray: 42 - A História de Uma Lenda


42 - A História de uma lenda foi uma grata surpresa aos cofres da Legendary Pictures. A empresa que tem produzido todos os filmes recentes da Warner, incluindo os super-heroicos Batman, Superman, e o ótimo, porém ruim de bilheteria, Círculo de Fogo.
O longa de Brian Helgeland, o mesmo diretor de Coração de Cavaleiro, custou pouco para os padrões hollywoodianos (40 milhões), e fez uma ótima carreira nas bilheterias estado-unidenses, embora provavelmente fique por aí, já que um dos temas centrais do filme, o beisebol, não é lá muito relevante fora da terra do tio Sam, exceto, no Japão e alguns poucos países nas Américas Central e do Sul, prova disso é que o longa, que ficou no topo das bilheterias norte-americanas quando foi lançado, saiu aqui direto em home-video, e sem muito alarde (Eu tive que catar o filme no meio do catálogo do NOW sem nenhum destaque)...
O longa narra a história de Jackie Robinson (Chadwick Boseman), que, em 1946 tornou-se o primeiro jogador de beisebol negro a jogar pelas grandes ligas após uma epifania de Branch Rickey, presidente dos Brooklyn Dodgers.
Rickey, interpretado por um convincente Harrison Ford, fugindo do seu estereótipo do action-hero de setenta anos em plena forma, resolveu que era o momento de tentar algo novo. Havia 400 jogadores na Major League Baseball em 1946, todos eles brancos. E Rickey resolveu ousar, e trazer um jogador das ligas negras para o seu time.
Rickey escolheu Robinson porque, além de um ótimo jogador de beisebol, ele tinha fibra, espírito de luta, era um veterano da Segunda Guerra Mundial, e "um metodista", como o próprio Rickey.
Armado da coragem de ousar mudar para, a princípio, fazer mais dinheiro (dólares não são pretos ou brancos. Dólares são sempre verdes), Rickey foi atrás de Robinson, e colocou-o, não apenas nas grandes divisões, mas também na linha de fogo do racismo proveniente da crônica esportiva, dos fãs e dos demais jogadores.
Robinson, apoiado por sua esposa Rae (Nicole Beharie) e por Rickey, enfrentou com fibra e determinação o preconceito que vinha de todas as direções, sendo forçado a suportar calado humilhações e ofensas sabendo que, qualquer reação que tivesse, seria o estopim para apontá-lo como um cidadão de segunda-classe, e um crioulo que não merecia jogar com os brancos.
Ao fazer isso, Robinson deixou seu talento fazer o serviço dentro de campo. Conquistando os fãs, seus companheiros e silenciando a mídia racista que tentava impedir que outros seguissem seu exemplo.
É um bom filme.
Segue a cartilha clássica dos dramas raciais e dos dramas esportivos, é meio chapa branca, mas nada que chegue a incomodar. Helgeland não é exatamente um diretor acima da média, mas conta com um bom elenco (encabeçado por Boseman e por um quase irreconhecível Harrison Ford), que tem ainda bons trabalhos que merecem destaque de Andre Holland como Wendell Smith, o crônista pessoal de Robinson, Alan Tudyk como o asqueroso Ben Chapman, treinador do time rival dos Dodgers, e ainda Christopher Meloni e Lucas Black.
Embora não tenha absolutamente nenhuma novidade a oferecer em termos de narrativa, 42 - A História de Uma Lenda faz seu serviço, e conta uma história verdadeira e tocante sobre preconceito e superação, que merece ser reconhecida mesmo por aqueles que não ligam pra beisebol.

"-Você quer um jogador que não tenha coragem de se defender?
-Não. Eu quero um jogador que tenha a coragem de não se defender.
-Senhor, dê-me um uniforme. Dê-me um número às costas. E eu lhe dou a coragem."

Nenhum comentário:

Postar um comentário